O Amor É Capaz De Mudar Os Corações Mais Frios
Quando Otávio e Virgínia se conheceram, parecia impossível algo acontecer entre eles, pois ele era um valentão, metido e arrogante, e ela uma garota simples e humilde, que passou por terríveis tristez...
- Não o que? Você gosta de mim, já to sabendo disso! Você tá me tratando assim porque? – falava enquanto encurralava ela na parede.
- Não, me deixa em paz, Otávio! Fica longe de mim! Sai! – o empurrou novamente – Chega, eu tenho que ir embora!
Ela sai correndo da presença dele, pensando em milhares de coisas, depois que as aulas terminaram, ela nem o esperou para voltar para casa, cumprimentou rápido dona Sofia e foi direto para o seu quarto, ele, que só pensou nisso que fez durante o resto das aulas, foi até ela se desculpar pelo que fez quando voltou para casa, no horário em que Sofia saiu para trabalhar.
- Virgínia, posso falar com você? – perguntou com o tom de voz mais baixo que o normal.
- Otávio, pelo amor de Deus, sai daqui!
- Por favor não me ignora! Eu vim pra me desculpar!
- Tá! Então o que você quer me falar?
- Primeiro eu quero pedir desculpas pelo que eu fiz hoje! Eu perdi o controle e te agredi, foi mal!
- Sobre isso, eu queria saber, porque você agiu daquele jeito Otávio? Poxa, a gente só tava conversando junto, foi muito ruim comigo e com o Renato! Não tem nada rolando entre a gente!
- Eu sei, desculpa, é que ...
- É que o que Otávio? O que tá acontecendo?
- Esse cara, o Renato, é um pedaço de mal caminho, só isso!
- Como é que é?
- Olha, ano passado, surgiram uns boatos de que ele tinha estuprado uma menina na escola!
- Ah, só pode ser brincadeira!
- Não sei, mas disseram que ele aproveitou que ninguém tava vendo e entrou no banheiro feminino e estuprou ela enquanto ninguém viu! Ela se matou depois!
- Não, não, não, chega Otávio, de onde você inventou isso?
- Eu não inventei, eu ouvi isso! Foi ano passado que isso aconteceu!
- Ah para cara, você tá mentindo pra mim!
- Não, você que tá sendo muito grosseira! Eu venho aqui pedir desculpa é você me trata desse jeito?
- Não, você sempre foi assim comigo! – então ela desaba em lágrimas – Você sempre me tratou assim! Acha que eu gostei de ver você transando com a Valéria? Acha que eu gostei de ver você na cama com ela enquanto ela chupava você?
- Não! Eu não sabia disso Virgínia! Não sabia que você gostava de mim! E eu tô arrependido de ter gostado dela! A Valéria é um monstro, eu sei disso agora! Por favor Virgínia, me perdoa! – ele a agarrou para perto de seu peito e a abraçou.
- Não, me solta! – pediu – ME SOLTA! ME LARGA!
- Me desculpa Virgínia!
- Me larga! Sai daqui! Sai daqui! – ela implorava tentando desgruda – lo do seu corpo – Sai daqui! Eu tô mandando você sair daqui desgraçado! Me solta, eu te odeio! Vai embora, eu odeio você! Eu não vou perdoar você por isso Otávio! Eu não vou perdoar você!
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No dia seguinte, Virgínia ainda estava decepcionada com Otávio, foi cruel demais o que fez para ela e Renato, assim como foi cruel demais para ela ver aquela cena de sexo dele com Valéria, demoraria para perdoar ou talvez não perdoasse, como ela mesma falou, ainda pensava nisso.
Mas naquela manhã em que foi ao colégio, durante o espaço entre a aula de literatura e a aula de matemática, lhe bateu uma vontade súbita de ir no banheiro, e foi enquanto estava fazendo sua necessidade trancada em uma cabine que duas meninas entraram conversando alto no banheiro, e o assunto principal era Renato.
- Você viu que ontem o Renato tava tentando paquerar outra menina do terceiro ano? Aquele imbecil me paga!
- Ah sei, a novata Virgínia! Ela é bem legal, mas ele não presta!
- A gente sabe! Aquele desgraçado ainda vai pagar pelo que fez com a minha amiga ano passado!
- Eu lembro Raquel, todo mundo ficou puto pelo que aconteceu com a Aline! Mas até agora ninguém fez nada com ele!
- É, mesmo sabendo as razões pelas quais ela se matou! Pô, ela deixou um diário falando sobre isso Ingrid!
- Pô, sacanagem né!
- Sacanagem mesmo! Ah ainda mato aquele canalha!
As garotas saíram sem saber, mais Virgínia já sabia de tudo pois ouviu as palavras delas em nitidez e bom som, por um minuto achou que estavam mentindo por saberem que ela estava no banheiro feminino naquele momento, e queriam separa – lá de Renato, mas depois ficou em dúvida, pois sentia verdade em cada uma daquelas palavras pronunciadas.
- Virgínia! – no pátio fora do banheiro, Renato gritou seu nome – Oi, beleza!
- Oi, oi Renato! – ela já se arrepiou.
- Tudo bem! Então, a gente vai se encontrar com uns amigos lá na minha casa! É aqui na frente da escola!
- Ah beleza, eu só preciso ver se eu não tenho nada pra estudar ou fazer em casa, aí eu te falo no decorrer da semana!
- Beleza, te esperando lá hein!
- Tá bom! Tchau!
- Tchau meu anjo!
Obviamente ficaria receosa de ir após ouvir as conversas das meninas no banheiro, mas como não tinha certeza de nada, decidiu ir mesmo assim, pois gostava de Renato do mesmo jeito.
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Pois é minha gente, não tá nada fácil pra ninguém!
