BAD BUNNY

Jogo dos 5 segundos.

Aquele homem que me ligou na manhã de ontem não deve estar nem um pouco satisfeito. Para ser sincero não estou me comovendo com isso, não me preocupo nem um pouco.
Já disse que não trabalho fazendo morte por encomenda, eu o avisei mas o mesmo continuou a insistir então o máximo que deve fazer é calar a boca.

Enquanto observava os carros e o céu esfumaçado da "incrível" cidade de Busan, peguei um maço de cigarro e o posicionei em minha boca.
Acendi com rapidez para o vento forte não apagar a chama quente e solitária que o isqueiro proporcionava.

A porta do terraço se abriu e passos rápidos foram ouvidos logo depois, ao olhar percebi a face aborrecida e raivosa daquele homem de cabelos negros.

-"Seus serviços não serviram de nada!"
Sua mão trêmula segurava uma garrafa de whisky quase finalizada.

-"Eu mesmo irei matá-lo! Eu mesmo irei!"
Seus olhos se fixaram em mim e um silêncio desesperado do garoto se entendeu por alguns segundos.

-"O que está olhando!?"
Mais uma vez ele gritou.

-"Apenas um homem bêbado sem confiança."
Me levantei e soltei o último suspiro de fumaça em sua face.

-"Quem acha que é?"
Ele colocou a garrafa no chão e puxou suas mangas.

-"O que irá fazer? Me bater?"
Dei uma risada sarcástica e me voltei para a porta.

Suas mãos puxaram minha blusa com força, como a rapidez de uma águia meu punho pôde fazer seu nariz sangrar e seu corpo se ajoelhar no chão.

-"Me perdoe...Eu retiro o que eu disse."
Fui até ele e me abaixei para poder segurar seu queixo.

-"Eu vejo um homem fraco e bêbado, um homem que acha que todos devem se curvar a ele, mas na verdade, ele quem deve fazer isso com todos."
Seu rosto indignado me fixou com desprezo.

Me levantei e bati na minha blusa para limpa-la, retirei o pequeno maço de cigarro da boca e o joguei no chão, pisei com a ponto do meu sapato para apagar o fogo ardente que ainda se propagava no papel.

Depois de sair daquele prédio fui para os becos me diverti um pouco, minha máscara já estava em posição e minhas mãos tremiam de ansiedade por sangue fresco.

-"O que acha que iria encontrar aqui? O seu príncipe encantado?"
Risos irônicos me chamaram a atenção.

-"Estou a procura desse cara."
A voz era fácil de reconhecer. Um tom doce e sofisticado com um toque de inocência que se perdia em cada letra.

-"Olhem só, o coelhinho marcou a Alice!"
Meus olhos já detectavam a pequena gangue que ria e humilhava Park Jimin.

-"Posso marcar vocês se quiserem."
Girei meu canivete entre os dedos enquanto seguia em direção ao grupo.

-"Onw meu deus, o coelhinho veio buscar sua garota!"
O que parecia ser o chefe daquele grupinho não parava de debochar, até mesmo seus capangas tinham se silenciado.

A ponta afiada da lâmina se ajeitou em seu pescoço com um movimento rápido e suave. Todos pegaram suas armas e apontaram em minha cabeça, olhei o pequeno desespero do garotinho que parecia querer agarrar a parede pichada.

-"Vamos jogar um jogo rápido e fácil, okay?"
Sussurrei em seu ouvido.

-"Eu contarei até 5 e se nenhum de seus amiguinhos soltar a arma eu acabo em menos de 2 segundos com todos vocês, o que acha?"
Passei a lâmina brilhante em sua bochecha com cuidado para não corta-la e fiz sua face olhar para o desenho assustador da máscara.

-"Vai se fuder."
Ele sorriu mostrando seus dentes dourados e nojentos.

-"Okay."
O soltei devagar e depois de um breve suspiro o olhei pela última vez.

Meu corpo se inclinou para frente e rapidamente cortei o pescoço do rapaz que no chão já estava, eu deveria ser rápido ou então aquelas balas perfurariam meu corpo ou pior ainda, o corpo de Park.
Pulei em cima da caçamba de lixo para ter por segundos uma visão privilegiada de todas as vítimas que agora estavam agonizando no chão frio e consistente.

-".........."
A respiração ofegante do pequeno menino era a única coisa que tirava o silêncio dos corpos molhados de sangue.

Fui até o mesmo e apertei suas bochechas, passei o sangue que continha em meus dedos em sua língua molhada.

-"Feliz em me ver? Alice."
Sussurrei destapando minha boca da máscara.

Ele não conseguia fazer escapar nem sequer uma palavra, minha língua alisou e chupou seu pescoço congelante.
Coloquei a máscara novamente e me distanciei do garoto, guardei meu canivete no bolso e arrumei minha roupa.

-"Ei espere!"
Seus passos rápidos vinham em minha direção.

-"Por que fez isso comigo?"
Suas pequenas mãos tiraram uma parte de sua blusa para mostrar o desenho perfeito e cicatrizado do meu coelhinho.

-"Ficou bom demais, acho que vou abrir um salão de tatuagens. O que acha?"
Escondi minhas mãos em meus bolsos.

-"Estou falando sério!"
Suas mãos tentaram me empurrar, me machucar, mas eu não sai do lugar, eu nem ao menos senti dor.

-"Também estou garotinho."
Prendi seus pulsos com uma das mãos e o virei de costas.

Coloquei seu corpo na parede e fui descendo minha mão curiosa até parar em seu membro por dentro da calça.

-"Me solte!"
Jimin tentava se soltar, mas minha força bruta era muito mais forte do que ele.

-"Você não queria falar sério comigo? Agora que estou sério você simplesmente quer que eu te solte?"
Enquanto o massageava eu podia sentir seu penis endurecer aos poucos em minha mão.

-"Me solte por favor!"
Seu coração rápido me fez parar.

O virei novamente notando suas lágrimas caírem sobre sua bochecha rosada, passei com o dedão em seus olhos para tirar o excesso de água que continha ali.

-"Pare de chorar feito um bebê mimadinho! O que acha que vai acontecer? Que eu irei te soltar por pena? Que te deixarei ir como se nada tivesse acontecido? Eu não sei que merda passa na sua cabeça mas saiba que isso daqui não é a porra de uma história romântica de bad boy. O nome disso que estamos vivendo agora é realidade e se você teve coragem de entrar nesses becos para procurar meu rosto então esteja pronto para me escutar!"
Soquei a parede ao seu lado e o soltei.

-"Vá embora, vá para bem longe daqui. Se possível, volte para seu castelo e se divirta com seus convidados falsos que só querem sua companhia por conta do dinheiro que você possui."
O fixei.

-"E se eu souber que está me procurando, saiba que eu não terei paciência para conversar com você."
Saí dali e segui em direção as ruas silenciosas e solitárias da cidade.