Minnie.

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Uma festa de gala sem máscara? Qual seria meu plano agora?
Não posso trabalhar sendo um simples agente educado e bonzinho.

Fiquei horas debaixo da água quente que o chuveiro deixava escapar tentando pensar em algum plano para matar, por uma vez de todas, aquele garotinho mimado.

Meu celular começou a tocar me fazendo sair dos meus pensamentos profundos.

-"Jeon?"
Me enrolei na toalha.

-"Quem fala?"
Disse sério.

-"Park Jimin, quem mais seria?!"
Como ele pegou o meu número?

-"Pedi para que o Yoongi me desse seu número de celular."
Revirei os olhos e encostei minha cintura no lavabo.

-"O que quer?"

-"Como assim o que eu quero? Você trabalha para mim agora! Apenas venha aqui e faça o seu trabalho!"
Depois de pensar um pouco eu me toquei que esse seria meu plano perfeito.

Eu irei até a mansão como agente e assim que estivermos sozinhos serei o coelho malvado que Minnie conhece muito bem. Ótimo plano.

-"Como quiser Minnie."
Desliguei o celular, coloquei meu canivete no bolso e arrumei um jeito de esconder minha máscara no terno.

Chegando no local eu nem precisei tocar o interfone, Jimin estava sentado na escadaria abraçando seus joelhos como uma criança de 10 anos.

-"O que está fazendo aqui fora? Esperando o seu servo chegar?"
Sorri de lado e dei a mão para o pequeno se levantar.

-"Calado!"
Sua mão gelada dispensou a minha e seu corpo se levantou sozinho.

-"Hm, okay."
Segui junto do garoto para dentro da mansão.

-"Preciso que me ajude a escolher minha roupa de gala."
Subimos as escadas.

-"Espera..Você quer que eu escolha o seu terno?"

-"Você quis esse trabalho não é? Então aguenta."
Seu sorriso debochado me fez revirar os olhos.

"Seu sorriso debochado me fez revirar os olhos

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-"Além do mais...Eu fico bonito e incrível em todos os ternos. É difícil escolher um só!"
Sua fofa risada egocêntrica me fez sorrir um pouco.

Jimin não era um garoto ruim, era estranho a vontade enorme do Yoongi querer eliminá-lo. Depois de horas escolhendo ternos praticamente iguais, chegamos a uma conclusão definitiva.

-"Vou com esse. Obrigado pela ajuda Kookie."
Franzi minha sobrancelha enquanto cruzava meus braços.

-"Kookie?"
Ri baixo.

-"Quero dizer...Servo!"
Suas bochechas ficaram coradas.

-"Park, posso te perguntar algo?"
Me encostei no travesseiro.

-"O que foi?"
Ele se virou do meu lado enquanto abotoava sua camisa novamente.

-"Hoje mais cedo quanto fui para seu quarto, o percebi vendo um tipo de tatuagem em sua barriga."

-"Esqueça o que viu."
Sua voz ficou mais séria.

-"Ok."
Mal sabia ele que eu era quem tinha feito aquela obra de arte.

-"Pode ir embora, não preciso mais de você por agora."
Ele se sentou ao meu lado esperando que eu me retirasse.

-"Vai ficar sozinho nessa mansão gigante? Não há nenhum funcionário aqui."
Seus olhos buscavam algo para se fixar mas com a busca fracassada foi obrigado a me observar.

-"Já estou acostumado, agora vá."
Seu corpo cansado se deitou do meu lado.

Jimin estava de costas para mim, minha hora perfeita de colocar a máscara e matá-lo de uma vez só.
Com cuidado para o mesmo não ouvir, posicionei minha máscara em meu rosto e puxei meu canivete.

O barulho da lâmina fez com que Minnie se virasse me obrigando a ser rápido, me sentei em seu tórax e prendi seus braços com minhas pernas.

-"Jeon!?"
Sua respiração estava ofegante e suas pupilas estavam dilatadas.

-"Shh..Fique calmo meu bolinho de arroz. Quanto mais rápido acabar menos sentirá dor."
Acariciei suas bochechas.

-"Por favor não me mate! Eu faço qualquer coisa por favor!"
Suas lágrimas incontroláveis começaram a trilhar seu rosto pálido.

-"Não chore meu bebê, tudo ficará bem, eu prometo."
Sussurrei desabotoando sua camisa.

-"Por favor!...por...favor.."
Ele não parava de chorar.

-"Parece que você nunca vai aprender a parar de ser uma criancinha!"
Apertei suas bochechas e chacoalhei seu rosto.

Minha lâmina afiada espelhava o sofrimento inquieto do pequeno apavorado, não era minha primeira vez lidando com vítimas assim, então eu mantive o controle.

-"Prometo que será rápido minha querida Alice. O coelhinho sentirá falta da sua carinha de bebê."
E de uma vez só eu o matei, cortando sua garganta.

O sangue escorreu rapidamente pelos lados e os olhos do pobre menino iam perdendo as forças. Tirei minha máscara e com um fofo sorriso beijei seus lábios como o príncipe da bela adormecida fez, só que desta vez Park Jimin nunca mais acordaria.

Me retirei do seu quarto e deixei tudo arrumado para que amanhã de manhã a perícia não suspeitasse de nada.

Deixei o local do crime como uma atitude de suicídio muito bem feita. Saí da mansão de Park como se nada tivesse acontecido e fui para casa, chegando lá tomei um banho novamente e limpei minha máscara.

Depois de alguns minutos limpando me peguei fixado no reflexo do espelho, uma dor muito forte podia ser sentida no meu coração sempre que fixava em meu rosto. Era como se eu automaticamente visse um pequeno filme de toda a minha vida até agora.

Para ser sincero não sou e nunca fui o cara mais feliz do mundo, nem sei se posso me chamar de cara. Sou praticamente um robô, uma máquina feita para matar qualquer coisa que ver pela frente.

Com um suspiro eu deixei o banheiro, segurando firme aquela coisa que me separava do mundo real para o mundo que me obrigaram a viver eu me deitei na cama, não deitei para dormir mas sim para respirar, para tentar esquecer essa parte do jungkook tão duro e sozinho. Uma parte que infelizmente já tomou 99 por cento do meu corpo e mente, e aquele 1 por cento é toda a parte que me obrigaram deixar mas que hoje eu sinto falta. Sinto saudades.

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