carta dois: c.y.

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DE: Kunpimook Bhuwakul.
PARA: Kim Yugyeom [K.Y.].
LOCAL: A casa de Choi Youngjae [C.Y.]

Yugyeom passou o mês inteiro inquieto, todos os dias pensava em pedir a carta a Youngjae. Ele inclusive cogitou a ideia de invadir a casa do mais velho e roubar o pedaço de papel que, provavelmente, estaria na gaveta de cuecas. Mas Yugyeom sempre desistia quando pensava que Coco arrancaria o seu calcanhar.

O mês nunca passou tão devagar, os dias pareciam anos e as semanas pareciam décadas. Yugyeom pegou a mania de roer as unhas, talvez ele pegue uma bactéria no estômago ou na boca. Nunca se sabe. Ok, talvez Yugyeom seja muito paranóico. Mas se coloquem no lugar dele! Em que momento da sua vida você espera receber uma carta de algum desgraçado tailandês que sumiu do mapa?

Lá estava ele, na frente da casa do Choi enquanto esperava o mesmo abrir a porta. De longe escutou o latido fino da cachorra se aproximando. Depois de alguns minutos um Youngjae de toalha apareceu, descalça e impedindo que Coco saísse de casa com a perna.

— Yug, você... – a sua expressão mudou. Até parecia que havia visto uma assombração.

— Olá.

Youngjae deu espaço para o mais alto entrar. O Choi era muito próximo de Yugyeom e Bambam, ele inclusive fora umas das poucas pessoas que apoiaram ambos. Youngjae era alguém muito importante para os dois e Yugyeom não estaria surpreso dele estar com a segunda carta. Depois de pensar muito, o Kim acreditava que Bambam havia pensado até naquilo.

— Eu já volto. – Youngjae disse, depois de encara-lo por alguns segundos.

Depois de pelo menos cinco minutos o mais velho voltou para a sala. Ele parecia tremer e Yugyeom jurava que não era de frio. Youngjae parecia nervoso e todos sabiam que ele não conseguia esconder os seus sentimentos.

— Você veio aqui pela carta, não é?

— Sim. – Yugyeom disse simples. Youngjae assentiu, tirando o papel do bolso do moletom, o garoto a tomou. – Obrigado.

Yugyeom se levantou, deixando um Youngjae pálido na sala. Saiu pela porta antes do Choi ter coragem de dizer algo. Youngjae sentou-se no sofá e respirou fundo, a sua cachorra se aproximou passando o focinho na perna do dono. Coco sabia muito bem quando Youngjae estava triste.

"Querido Yug,

Antes de tudo, você conseguiu se segurar por um mês? Espero que sim.

Hoje nós dois vamos ao Ateliê da Jennie. Aquele lugar chato cheio de pinturas que eu só ia porquê você queria. Eu poderia falar da Jennie, mas você sabe de cada detalhe dela né? Afinal, você a conhece há anos."

Jennie Kim já fora a melhor amiga de Yugyeom, mas tudo mudou quando ela engravidou de um rapper e teve que dar sua vida a bebê – e ao trabalho. As horas juntos se encurtaram, os assuntos sumiam e Yugyeom já estava cansado de ver a bebê de Jennie mamar.

Yugyeom não entendia o motivo de ter que ir para lá, ele ficou o caminho inteiro achando uma resposta plausível. Até que pensou na possibilidade de Jennie ter alguma pista do paradeiro de Bambam, assim fazendo o garoto apressar os passos.

Entrou no ateliê encontrando Jennie sozinha suja de tinta, algumas telas jogadas no chão e uma criança desacordada em um colchão. Talvez Jennie seja um pouco desnaturada.

— Yugyeom! – o rosto da menina se iluminou. Ela correu para os braços dele o apertando em um abraço.

— Há quanto tempo! – ele exclamou, quase esquecendo de tudo que estava acontecendo.

— O que te traz aqui?

— Olha, pode parecer loucura. Mas o Bambam está me mandando cartas, e bom, ele me mandou vim para aqui.

letters - yugbamOnde histórias criam vida. Descubra agora