Acordo com o sol invadindo o meu quarto, olho no relógio e vejo que estou atrasada, praguejo mentalmente. Levanto-me em um pulo e corro para o banheiro, faço minhas necessidades matinais e tomo um banho corrido, saindo do banho me seco e coloco um conjunto de lingerie rosa bebe, visto uma calça jeans que molda muito bem minhas curvas e coloco uma camisa polo branca, prendo meus cabelos longos em um rabo de cavalo e corro para a cozinha para tomar um café, tomo meu café e pego minhas coisas, e sigo para o ponto de ônibus, por sorte assim que chego nele o ônibus já se encontra, e para meu azar está mais lotado do que o maracanã em final de copa do mundo. O ônibus vai taxiando pela pista tão devagar que parece que não chegarei hoje no trabalho, quarenta minutos depois ainda não estamos nem na metade do caminho e para piorar a situação o ônibus quebra, isso só pode ser brincadeira. Meu celular toca dentro da bolsa e eu o procuro para atender.
— Alo?
— Amanda, onde você está?! Está mais que atrasada. — Grita a diretora do colégio que dou aulas.
— Eu sei, estou dentro do ônibus, ele quebrou.
— Então não precisa mais vim hoje! Sabe muito bem que não tolero atrasos. — Meu Deus acho que o marido dela dormiu com cueca de aço.
— Mas Rosana, sabe que nunca me atraso, eu não tenho culpa, se o ônibus quebrou.
— Saia de casa mais cedo, porque da próxima, não terei nenhuma consideração por você. — Fala e desliga na minha cara, desgraçada. Desço do ônibus, desorientada.
— Senhorita vai demora, para que outro ônibus venha. — Eu concordo com a cabeça. E sigo andando, quando vou atravessar a rua um carro quase me mata atropelada, me arremessando no chão com o impacto. Minha cabeça rodopia e começa a doer, uma dor latejante. Tento me levantar, mas parece que meu corpo não me obedece.
— Meu Deus! Você está bem? — Escuto uma voz familiar, me perguntando.
— Sim, estou. Só me ajude a me levantar. — Quando meus olhos por fim conseguem se abrirem, vejo o meu deus grego, e fico mais paralisada ainda.
— Amanda? Meu Deus Amanda! Você está bem?
— Deus, são tantas perguntas, que não consigo assimilaras. — Falo para ele, que me levanta com uma facilidade enorme.
— Vem Amanda, vou te lavar ao hospital. — Minha cabeça continua dando voltas, acho que morri e estou no paraíso.
— Eu estou morta? — Pergunto com dificuldades.
— Por Deus! Não, Amanda. Só está confusa, me perdoe te atropelar, mas você deve prestar mais atenção, eu poderia ter te matado, bravinha.
— Não sou bravinha, e você é um mandão. — Ele me coloca o sinto e eu repouso minha cabeça no encosto do banco, e ele me leva para o hospital, chegando lá sou atendida imediatamente, o lugar é um luxo só, mas o médico me olha, olha e finalmente faz a pergunta, na frente do Andrey.
— Senhorita Silveira, está sofrendo agressões físicas?
— O quê? — Pergunto incrédula e olho para o Andrey, que me olha assustado.
— Essas marcas, são de agressões. — O médico fala se referindo, as marcas deixadas pelo meu pai, que agora já estão esverdeadas. Eles me olham esperando uma resposta da minha parte, sinto um nó na garganta, não quero que meu pai seja preso.
— Não. — Falo com dificuldades.
— A senhorita pode falar, se precisar de ajuda...
— Não estou sofrendo nenhum tipo de agressão. — Falo firmemente. E ele deixa de fazer perguntas.
— Então, já está liberada. E aqui tem alguns remédios para você usar em caso de dor, que provavelmente você vai sentir, e uma pomada para os ferimentos. — Quando eu ia pegar o Andrey pega a receia de sua mão.
— Obrigado Marcos.
— Disponha, bom se me derem licença, tenho pacientes a minha espera. — Ele se despede e sai da sala, Andrey não fala nada, mas sei que quer perguntar sobre as marcas.
— Você está realmente bem? — Ele me pergunta.
— Sim, obrigada por tudo.
— De nada, bravinha. Vem vou te levar par casa. — Ele me conduz para fora do hospital, assim que chegamos do lado de fora, vejo que o dia está tão bonito. — Onde você mora?
— Não quero ir para casa. — Ele me olha, intrigado.
— Quer que eu te leve para onde?
— Pode me deixar aqui, eu me viro.
— Claro que não. Me fala, Amanda.
— Só não quero ir para casa. — Ele olha no relógio e fala.
— Vamos almoçar? — Sinto vergonha de aceitar, mas estou com fome, e acabo cedendo.
— Pode ser. — Entramos no carro dele e seguimos pela estrada. Depois de uns quinze minutos paramos em frente a um belíssimo restaurante, que com certeza eu não teria como pagar com meu salário de professora.
Vejo o quão habituado ele está a esse tipo de lugar, eu por minha vez me sinto um peixe fora d'água, sem falar que minhas roupas estão um pouco sujas, por causa do atropelamento. Somos guiados a uma mesa, mais distante, e conforme vamos caminhando para nossa mesa, as pessoas nos segue com os olhos, devem achar que sou alguma mendiga. E isso me irrita, pois sou pobre, mas sou decente. Ele puxa a cadeira para que eu me sente, e se senta na minha frente. O garçom nos entrega o cardápio, mas minha vergonha, não me deixa fazer o pedido.
— Algum problema, Amanda? — Ele me pergunta tão doce, que sou capaz de derreter.
— Não.
— Já escolheu?
— Não.
— Quer que eu escolha? — Faço que sim com a cabeça. — Ele escolhe e faz o pedido, e pede um vinho, como vou falar que não bebo?
— Posso pedir, um suco?
— Sim claro. O que você quiser. Não gosta de vinho, posso pedir outro?
— É que não bebo.
— Isso é uma raridade. — Enrubesço. — Nossos pedidos chegam e comemos em silencio, as pessoas ainda nos olham, mas ignoro elas, aproveito a companhia do meu deus grego, não é todos os dias que tenho esse privilégio. Terminamos de comer e ficamos um pouco nos olhando, e logo ele pede a conta, pagamos e saímos do restaurante.
![](https://img.wattpad.com/cover/106408220-288-k776999.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Protetor RETIRADO PARA AMAZON! Alguns Capitulos Para Degustação!
Roman d'amourObra registrada, todos os direitos autorais, pertencentes a autora. Plagio é crime! O que fazer quando a vida insiste em te golpear? Você se entrega as frustrações, ou ergue a cabeça e corre atrás dos seus objetivos? Mesmo depois de ter passado...