Capítulo 16. - carta.

1K 102 37
                                    

Abro os olhos, acordando e vendo apenas um coberta em meu rosto. Sorrio ao lembrar da noite passada, e en seguida, uma dor bem grande bem lá embaixo.

-Legal. - sussurro na irônia, revirando os olhos e olhando em volta do quarto.

Jack sempre levantou primeira que eu, o que eu não gostava já que nunca o via dormir. Era be. difícil. Eu estava totalmente pelada, então coloco a coberta em cima de mim, tampando. Olho o celular. Eram 11:30.

Vou até o banheiro daquele jeito e tomo banho. Visto um short jeans preto e uma blusa de alça azul. Calço meus chinelos e desço.

Não vejo ninguém lá embaixo, mas ouço um barulho de algo ligado atrás da casa. Vou até lá e o vejo.

-Tá fazendo o que? - grito e ele olha pra mim. Sorri.

-Tava limpando a piscina. - ele diz vindo até mim e me abraçando.

-Você devia me acordar, sabia? Tá tarde.

-Você tava tão bonitinha dormindo, fiquei com pena. - ele diz e me dá um selinho.

-Idiota. - sorrio.

-Tudo bem, a Gemma deixou comida aí, ela disse que fez de manhã. - quem é gemma? -Ah, e gemma é a mulher que limpa aqui. - ele diz isso quando percebe que eu fiquei meio que "incomodada" com isso. Mas não me convenceu. -Ela tem 30 e poucos anos.

-Ata. - digo e ele rí.

A gente comeu e ele ficou assistindo Stranger Things depois de um tempo, enquanto eu mexia no celular.

-Vamos até a cidade. - ele diz. -Tem coisinhas legais lá.

-Tudo bem. - digo.

Entramos no carro e vamos até lá.

-Fiquei sabendo de um festival que vai ter. Sempre tem coisas desse tipo aqui.

-Tipo brincadeiras, comidas maneiras ou algo assim?

-É. Eu sempre participava quando era pequenininho. - ele sorri.

-Quando eu era pequena, lá no orfanato, sempre tinha as brincadeiras e coisas pra divertir as crianças, sabe? - ele afirma. -Eu nunca fazia. - sorrio. -Eu preferida conversar com Greg.

-O que um adulto conversava tanto com uma criança de 8 anos?

-Ele dizia que eu parecia a filha dele. Tinha o mesmo jeitinho. - sorrio ao lembrar. -Ela morreu. Não sei ao certo porquê, ele não gostava de falar nesse tipo de lance. - ele não falou nada, só segurou minha mãe quando ele sabia que eu estava mal por lembrar do que aconteceu.

+ + +

Nós estávamos voltando pra casa, já que amanhã teríamos aula. Escutávamos algo que passava na rádio, mas eu nem prestava tanta atenção assim. Eu olhava pra janela e pensava em coisas aleatórias.

Pensava em como Megan tinha sido falsa. Não sei ao certo porque ela se distanciou, já que não fizemos nada uma contra a outra. Ela só me magoou. Mas pra falar a verdade eu mal sentia falta dela, e posso parecer egoísta ao dizer isso, e meio falsa, mas eu estou sendo o máximo sincera.

-Sabe, o seu aniversário ta chegando. - ele disse.

-É. - sorrio.

-Eu odeio esse lance de suspresinha pra saber o que vou te dar. - ele diz.

-Isso é realmente chato.

-Então, o que acha de um show do The 1975? - ele diz.

-Ai meu Deus. - sorrio. -Como sabe que eu gosto?

-Você tem fotos deles no seu instagram e outras milhares de redes sociais. - ele diz, e eu grito sorrindo.

-Meu Deus, mas é difícil demais conseguir ingressos. - digo.

-Eu sou Jack Avery, amor. - ele diz, e eu soco seu braço.

-Meu Deus, eu te amo. - o beijo.

-Eu tô dirigindo, a gente pode morrer. - ele diz, me fazendo sorrir. -Tudo bem, o show é dia 23.

-Tudo bem. - digo, ainda sorrindo.

Era a minha banda preferida, mas nunca consegui ingressos pro show, já que são umas das bandas indie mais famosas da época, os ingressos esgotavam rápido demais.

+ + +

Entro em casa. Coloco minha mala no quarto, e quando vou descer, escuto alguém chorar muito. Vinha do quarto dos meus pais.

Entro e vejo mamãe de costas, ela estava de cabeça baixa, e chorava feito uma criança. Aquilo fez com que pequenas lágrimas descessem em meu rosto.

-Mãe? - digo, abrindo mais a porta. Ela não responde, mas se vira mesmo assim. -Mãe, o que ouve?

-Encontrei um carta de Andy. - ela chorava demais. Pego o papel de sua mão.

Começo a ler a carta, o que me fez chorar baixinho só de lembrar sua letra.

Querido leitor,

Eu mal sei quem é você, e sinceramente, eu sinto muito pela minha decisão. Pra falar a verdade eu não fiz porquê quis. Fiz porque pessoas me magoaram. Eu não vou falar o que fizeram, ou quem fez, não sou Hannah Baker nem nada, mas posso te garantir qur foram bem maus, e eu sinto muito.

Mas afinal, eu diria que tô em lugar melhor, mas se você realmente acredita nesse lance de céu e inferno, sabe onde eu tô, eu me matei, não é mesmo? Só quero que saiba que tô bem melhor que toda essa gente aí na terra. Porque às vezes, você pode achar que tudo é ótimo, que dessa vez tudo vai passar e que seus pais nunca vão saber que você se machucou intensamente, mas quando você realmente pega a dor, ela nunca vai embora, pode ter certeza.

Porque eu estava cansado, cansado e chateado pelas pessoas não perceberem. E eu tentei pedir ajuda. Realmente tentei pedir ajuda, mas ninguém notou. Tudo tava em branco, e eu não sentia mais nada, eu estava morto à tanto tempo, mas só me liguei depois. Porque tem gente que morre e é enterrado aos 80, mas tem gente que morre aos 25, e é enterrado aos 74. Como eu, eu morri aos 12, e isso é doloroso demais, porque eu era tão novo.

Eu sinto muito. Pelos meus pais, e por saber que eu os amava muito. Pela Violet, a melhor pessoa que já conheci, com seus gostos completamente peculiares. Pela Ellie, ela dava os melhores conselhos. E principalmente, pela Charlie, pela minha pessoa preferida no mundo, a garota mais linda e legal que eu já conheci. E pra você, que está lendo, quero que saiba que isso é uma carta suicida, e eu sinto muito mesmo.

Com amor, Andy.

E foi alí, foi alí que eu sentei na cama e não disse mais nada. Apenas chorava tanto e me ligava na pior decisão de Andy. Ele se machucou, pessoas o machucaram, e isso me destruiu. Mas me destruiu tanto, que era inexplicável. Eu queria respostas pra tudo, mas eu mal tinha forças pra ajudar mamãe.

Eu queria saber que era Charlie, e queria saber quem eram as pessoas que o magoaram. Mas tudo passava rápido demais, e ao mesmo tempo, em câmera lenta.

+ + + + + + + + + + +

Oi, oi. Mais um capítulo :)

É a minha última semana de férias, e eu tô nesse lance de "terminar todas as minhas séries", o que nunca vai acontecer, já que estão atrasadas pra porra, e eu tô mais me dedicando a fic. Então vamos combinar, eu vou postar um dia sim e um dia não( tipo, postei hoje, amanhã não vou postar), e ÀS VEZES, eu postarei dois capítulos no sábado, não premeto nada. Tudo bem pra vocês? Ah, e se quiserem, podem me mandar sugestões pra fic no instagram, que é: @gigvieira

Não esqueçam de comentar e votar. 💕💕

Beijinhos, bebês ❤❤

Boys. 💛 Why Don't We. - (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora