Capítulo 2. - telhado.

1.8K 134 95
                                    

Me levanto da cama, e me sento. Fico mexendo no celular. Prendo meus cabelos e tomo banho. Desço de toalha e não vejo ninguém lá embaixo, já deviam ter ido pro trabalho e levado Andy pra escola.

Coloco um pouco de leite no copo e subo de volta pro meu quarto. Visto uma calça jeans rasgada e uma blusa branca de manga. Desço e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Coloco meus tênis vermelhos e pego minha mochila.

Saio de casa e caminho até a escola. Ás vezes mamãe me oferecia carona, mas eu realmente gostava de ir andando até a escola. Eu gostaria de contar aos meu filhos as coisas inúteis que aconteciam no caminho da escola. E era perto.

Assim que chego, vejo várias pessoas conversando na frente da escola. Eles sorriam e faziam rodinhas, e outros entravam na escola. Vou até a cafeteria ao lado da escola e compro um copo de café. Entro na escola e vou até meu armário.

-Olha só quem chegou. - ouço a voz de Megan. Olho pra trás e a vejo com Leon.

-Estavam falando de mim? - coloco minhas coisas dentro do armário.

-Talvez. - Leon fala, tomando o café da minha mão e bebendo um pouco. Dou um tapa nele. -Ai. - ele grita e ri.

-Vocês podem agir como gente? Zach ta passando. - Megan sussurra pra gente, me fazendo rir e olhar pra trás.

E lá estavam eles. Eles não são considerados problemas, mas são. Todos alí são problemas, problemas que só seriam resolvidos com tapas. Eu não entendia esse lance de metrosexualidade que eles tinham. Os meninos estavam vestidos como eu vou em festas. PRA ESCOLA. Zach usava um óculos redondo, o que me fez rir por não ter sol nenhum. E o resto se preocupava demais com o cabelo e com a roupa que usava, porque todos estavam olhando pra eles enquanto passavam, e quanto mais atenção pra eles, melhor.

-Butterfiled. - Jonah diz, me abraçando de lado. Tento me soltar.

Olha pra trás e vejo que só estava ele, chamando menos atenção das pessoas que estavam em volta.

-Fez seu dever de casa, Jonah? - ele me solta. - Você me decepcionou da última vez em questão a isso. Não tem mais feito. Anda ocupado demais comendo as meninas, né? - Leon segura a risada.

-Ciúmes, Butterfield? - ele me olha, sorrindo de lado.

-Nem nos seus sonhos. - digo, fechando o armário.

-Ainda não esqueci do seu número. - começo a andar deixando Leon e Megan pra trás, ele vem trás de mim.

-Jonah, olha aqui, não. - paro e o olho. -Não vai rolar.

-Eu só quero seu número. - ele faz beicinho.

-É assim que começa, e eu não quero o seu número. - digo. -Tem uma líder de torcida te chamando. - digo e ele olha pra trás.

Por que era tão fácil enganar caras idiotas quando se fala de mulher? Entro no banheiro. Coloco minha mochila em cima da pia e solto meus cabelos. Ele faz ondas nas pontas, e o jogo pra trás. Meu longo cabelo estava grande demais, me fazendo querer cortá-lo. O sinal toca, me fazendo sair dos meus pensamentos sobre cabelos idiotas. Saio dalí e vou pra sala de matemática.

Me sento na mesa e o professor entra. Ele começa a falar sobre cálculos que estávamos aprendendo a um tempo, ele passava coisas sobre eles no quadro. Ele chamava os alunos no quadro pra responder.

-Butterfiled e Avery. - ele nos chama. Nos olhamos e Jack sorri.

Ah não.

Pego uma caneta e começo a escrever os cálculos que eu devia. Olho pro lado e vejo que Jack estava enrolado com aquilo, me fazendo rir.

-Deixa de ser idiota, a respota é: y = ax2 + bx + c, e a iguala a zero; . -  sussurro a resposta pra ele enquanto coloco minha caneta na mesa do professor.

-Muito bem, Sra. Butterflied. - ele diz e eu sorrio, me sentando. -E Sr. Avery, muito bem. - o professor diz e ele vai sentar.

-Tenho estudado. - ele diz. Sorrio de lado. -Valeu. ele sussura olhando pro lado, pra mim.

-Deveria estudar, mesmo. - sussurro de volta. -Se importe mais com a escola do que com o cabelo, Jack. - ele ri baixinho.

-Obrigada pela dica, mas não servirá pra nada. - ele diz, rindo.

Não me pergunte porque falei a resposta pra Jack se o odeio, e também não me pergunte porque eu tô sorrindo. O resto da aula foram as mesmas coisas, o professor falando sobre cálculos e eu o ouvia e mexia em minhas mãos, minha blusa, ou alguma coisa que me chamasse a atenção.

O sinal toca. Física. Me levanto e vou pra aula. Sento na cadeira e coloco minhas coisas do meu lado. Jonah entra e senta do meu lado.  O professor entra e começa a falar sobre magnetismo.

Depois de um tempo de aula, Jonah me mostra a folha de seu caderno. Estava escrito: "Corbyn vai dar uma festa hoje, chama seus amigos, também.". Escrevo de volta. "Não, obrigada. Só preste atenção na aula, Jonah.". Ele sorri e fecha o caderno.

+ + +

Eu estava deitada no telhado do meu quarto. Com almofadas e um livro. Eu adorava fazer isso, sempre adorei.

-Você pode se machucar se cair daí. - olho pra frente e vejo Daniel do outro lado, na janela de seu quarto.

Por que em todo lugar que eu to algum idiota aparece? Você gosta de mim, Deus?

-Acho que você não se importaria se eu morresse. - digo e volto a ler o livro que eu tinha em mãos.

-Eu ia sentir saudade de assistir os filmes cheios de letra que você assiste. - ele senta no telhado dele, também.

-Anda me vigiando? - o olho e ele segura o riso. -E as letras se chamam legenda.

-Eu não gosto de filme com legenda. - ele diz.

-Você mal sabe ler, Daniel.

-Você deve ter algum problema comigo e meus amigos. Parece odiar tanto a gente. Por que, Violet?

Fico em choque. Essa era questão. Por que eu os odiava? Na verdade eu nem sabia. Tudo bem que eles eram uns idiotas que se achavam donos da escola, mas nunca fizeram mal a mim, exceto aos dias em que me enchem o saco com o lance de número de telefone.

-E tem que ter motivo pra odiar vocês? - digo.

-Talvez. - ele diz, deitando e olhando pro céu. Faço o mesmo.

Nossos telhados eram tão pertos um do outro, que eu podia ouvi-lo cantar "Already Gone- Sleeping At Last" baixinho. Ele cantava só pra ele, mas eu conseguia ouvir. Era bom escutar ele cantando outra vez. Ele sempre cantava quando tínhamos 13 anos.

-Daniel? - o olho.

-Oi. - ele me olha.

-Por que paramos de nos falar? - ele sorri.

-Pra falar a verdade, eu não faço ideia. Parece que eu conheci os caras e nos afastamos. Seus amigos são diferentes dos meus, o que também nos separou. - ele suspira. -Isso é estranho porque é a primeira vez depois de anos que nos falamos. - realmente era estranho trocar palavras desse jeito depois de tanto tempo.

Ficamos em silêncio alí. Parados e olhando pro céu. Eu sentia saudade da minha infância, minha infância daqui. Bicicletas, Daniel, a árvore perto do lago que subíamos, os waffles de chocolate que ele vazia todo domigo... Eu realmente tinha saudade disso.



Boys. 💛 Why Don't We. - (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora