a artista

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          Ela pintava minha minha alma como mudava de roupa ou trocava o estilo do cabelo a cada três semanas – lhe era um vício se sentir bonita.Tinha uma vergonha esquisita e engraçada de quando a visitava sem aviso prévio nas tardes de domingo e encontrava teu corpo tampado por um pijama qualquer, então ria, me expulsava do quarto e acabava vermelha. Às vezes também evitava acordar depois de mim na tentativa de não mostrar os olhos pesados, e fazia de tudo para ser o mais delicada possível quando se tratava de desacordos. Mas eu, quando a via com aquele sorriso gigante, só conseguia pensar no quão sortudo era por ter uma obra-prima natural me abraçando às dez da noite.

            Pouco imaginava sobre sua real beleza ser aquilo que ninguém poderia enxergar aos olhos nus.

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