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suponhamos: ainda gosto de você.
tocar a ferida traz um desconforto gigantesco, mas não dói tanto quanto antes.
[gosto de você,
entretanto, não me agrada
saber que esse coração também bate por ti.
os cortes se fecharam, e cicatrizes
estão por vir; o céu é outro
e já não tenho meu bem.

[não me refiro ao que fomos,
e sim a quem fui: talvez sinta
mais falta de mim e o que tive
ao seu lado trouxesse uma sensação
destinta; uma coragem irreal,
um humor agradável e a boa tentativa
de seguir em frente.

irá demorar tempos para alcançar
a era onde não precisarei:
dos elogios, da risada, abraços no
sofá, cara de pau com piadinhas, modo
de fazer tudo parecer mais fácil, bebidas às 22 após um dia ruim.

a lição, por fim, é difícil.

então suponhamos: ainda gosto de você.
mas não te amo, não.
isso seria muito. e mentira também.
meu amor vai para a garota que esteve ao seu lado e agora desejei imensamente que estivesse
ao meu. fui admirável; sinto falta dela.

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