19:48.

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por que não a diz?

conte que os ponteiros travam e o céu não clareia tão rapidamente devido sonhar acordado após planejarem se encontrar na manhã seguinte – reclame sobre o quão angustiante é.

faça brincadeirinhas enquanto caminham ruas a fora e permita enriquecer seu vocabulário ao ouvir os poemas recitados. apresente suas palavras favoritas também: perceba a gratidão dela ao afirmar ter vontade de escrever sobre.

brindem juntos o acaso: bebam até o mundo parecer ter sentido porque céus, ela cai na gargalhada com poucas doses de vinho e isso equivale a descobrir que viver vale a pena – não existe nada que se compare a admirar uma risada tua. mas cuide-a ao girar, sem noção do que faz, pelo motivo de o efeito do álcool nascer e descubra, enfim, ser capaz de fazê-la feliz sem ele.

não se prive de dançar na chuva fingindo atuar num clássico cinematográfico – porém, ao mesmo tempo, exclua as regras: roteiros nos limitam e tal menina odeia pontos finais. não a peça para tornar-se a mocinha em perigo: teria mais sentido transformá-la na heroína. poderes como esses que tem nas pontas dos dedos não encontrará em qualquer lugar.

ultrapasse a linha de chegada, e permaneça na corrida com o conhecimento de que sua acompanhante não irá parar – teu ritmo quando o caso é amor chega a quilômetros e quilômetros por minuto.

entra em sincronia com o coração.

deixe transparente feito água:

você adora aquelas pintas espalhadas. seria possível ligá-las como estrelas e formar constelações infinitas. admirar todas a cada
momento será previlégio: astronomia é uma paixão. e ela também é.

pergunta sobre o que lhe agrada o paladar.
e, pode questionar, o que a quebra a alma fazendo o peito arder?

nunca nos convém ouvir "não", tão menos quando sai de bocas que, antes, nos traziam declarações contrárias.

a entenda.

acima de tudo, compreenda outra vez: ela teve seu porto seguro solto em alto mar – nunca preso em solo quieto. por ironia, percebeu que as viagens poderiam ser longas, mas apenas seus pés continuariam ali, naquele canto.

e em cada ilha há uma trilha. e em cada trilha há um "adeus".

mas venha cá que te digo: se souber ficar, correrá o risco de ser levado a ares e além – esses os quais sequer conheceu

até amá-la.

assuntos confusos demais para típicas poesias Onde histórias criam vida. Descubra agora