Capítulo 3 - Deixada

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Meus olhos permaneceram fechados por um bom tempo, mesmo com meu esforço para abri-los. Por poucos segundos eu consegui, mas tinha medo do que me esperava lá fora. Assim, nesse caso, os fechei novamente.

Cerrando meus olhos, vi dois homens ao meu lado.

"Será que isso é um sonho?"

Olhei ao redor e vi que eu estava em uma casa. Não a minha casa. Era uma casa bem maior. E apesar de tudo, eu não estava com roupas novas quando saí de casa. Ouvi um barulho que arranhava as paredes. Parecia ter algo dentro delas. Os ruídos estranhos que eu ouvia, percorriam todo o espaço a minha volta.

Um dos rapazes chegou mais perto de mim e falou:

– Ela não é da nossa espécie, é um ser raro e totalmente diferente do que já vimos em todos esses anos – falou tocando meu rosto.

Outra voz o interrompeu:

– Eu sei, mas ela não é um perigo – continuou.

– Ok, que seja...

– Ela já deve estar melhor! Vou levá–la para o quarto – disse um dos rapazes.

Senti alguém me retirando do sofá e continuei fingindo que não estava consciente.

– Que lugar é esse? – perguntei, olhando ao redor e vendo que estava em um quarto.

– Use seus poderes, Harriet... – sussurrou uma voz na sala.

– Como sabe meu nome?

Olhei para frente e vi que havia um homem sentado em uma poltrona no escuro.

– Quem é você? – falei com medo.

Nada. Ele não disse nada, nem sequer me olhou.

– Se vocês querem me machucar, não façam isso... Eu sou muito jovem! – exclamei.

Uma risada diabólica invadiu o quarto. Eu permaneci em silêncio, tentando entender o motivo das risadas. Ele se levantou rapidamente, caminhou até mim e apertou meu braço.

– Tente se soltar sozinha! Revide, Harriet! – berrou.

– Solte–me! – gritei, mas alguém me interrompeu abrindo a porta de seu quarto.

– Hoje é seu dia de sorte! – falou, empurrando–me para longe dele.

– Eu vou morrer?

O rapaz atendeu a porta e, de repente, alguém entrou.

Outro homem encapuzado caminhou até mim devagar. Ele ergueu a cabeça e vi queali estava meu pai. Meu pai?

– Pai, como você chegou aqui? Eu não sei como vim parar aqui, estes rapazes não me deixam ir embora e eu... – gritei indo abraçá–lo. Porém meu pai não estava bem, eu conseguia sentir, por isso recuei ao notar que ele não estava espantado.

Olhei para seu rosto que permanecia triste. Abaixando a cabeça ele disse:

– Precisamos conversar – falou sentando–me ali na cama.

– Temos que sair daqui, pai. Esses homens não são de confiança... E me perdoe pela moto... – expliquei.

– Não tem nada a ver com a moto que você afundou no lago... – falou.

– Espere, eu não lhe contei sobre a moto estar no lago, como sabe?

– Como eu já disse, precisamos conversar – repetiu seriamente.

A Phoenix - O Legado Maytreel Livro I (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora