Lá estava eu parada no meio da calçada, lembrando e relembrando palavra por palavra que meu pai havia dito. Não sabia o que pensar ou fazer. Estava completamente sem ação pela primeira vez na vida.
Pessoas apreçadas com seus destinos começaram a andar rapidamente, batendo e esbarrando uns aos outros, e claro, em mim. Dois caminhos, dois lugares, dois destinos, uma esquerda e uma direita, um levava para minha casa, o outro para um lugar qualquer.
Resolvi fazer diferente e caminhar para um lugar qualquer. A esquerda sempre me atraiu mais, e isso ajudaria ponhar minha cabeça no lugar.
Caminhei até que vi uma cafeteria, resolvi entrar, pedi um café americano e sentei em uma mesa. Logo uma gentil garçonete aparece trazendo meu café com um belo sorriso no rosto. Bebo meu café sem pensar em nada, apenas observando as pessoas, como a garçonete que sorria exuberantemente para um homem sentado na bancada lendo um livro, que apenas a ignorava, como um homem ria espontaneamente com sua esposa e como as crianças esperavam ansiosamente seu chocolate quente com muito chantilly, ou até mesmo o velhinho sentado na poltrona lendo as notícias da semana passada.
Termino de beber, pago a conta e saio sem muito entusiasmo para voltar pra casa. Logo que saio começa a chover fortemente mas não me importava em me molhar com aqueles pingos frios de chuva. Depois de me molhar um pouco,esperei o trânsito parar para poder atravessar, e percebo que não sinto mais os pingos de chuva, mas continua chovendo ao meu redor, Quando olho pra cima vejo um lindo guarda-chuva amarelo. Era Peter.
Peter:--- Não devia se molhar, vai ficar doente com esse frio. - ele sorri-
Eu:--- Ah, obrigada, nem percebi que estava tão frio.
É verdade que quando começou a escurecer esfriou um pouco.
Eu:--- Ei,venha para de baixo do guarda-chuva ou será você que vai ficar resfriado. - puxo seu braço -
Peter:--- Tome isto. - ele me entregou seu casaco- Você está com frio.
Eu:--- Não estou não.
Peter:--- Esta sim, seus labios estão tremento.
Não deu nem tempo de respoder que ele já tinha envolvido seu casaco em mim. Pude sentir seu perfume amadeirado.
Peter:--- Venha, agora podemos atravesar.
Assenti com a cabeça confirmando, ele pega na minha mão e atravessamos correndo naquele trânsito caótico que só uma avenida principal tem.
O silêncio começou a tomar conta, e a situação estava ficando um tanto quanto constrangedora e então resolvi quebrar o silêncio.
Eu:--- Por que esta sendo tão legal comigo?
Peter:--- Porque você é minha amiga.
Eu:--- Obrigada. -sorrio- Hey, não precisa me levar até em casa, aqui ja está bom.
Peter:--- Minha casa fica no sentido da sua.
Eu:--- Sendo assim, sem problemas.
Engancho meu braço no seu para ficar mais difícil da gente se molhar.
Eu:--- Obrigada por tudo hoje, foi muito gentiu da sua parte me trazer até aqui. - digo logo que chegamos em frente a minha casa, que por sinal não tinha nenhuma luz ligada-
Peter:--- Você agradece de mais.
Eu:--- V-você quer entrar?
Peter:--- Não, já esta tarde. - ele da uma piscadinha pra mim -
Senti minhas bochechas corarem e meu coração tremer, o que é isso?
Eu:--- Até amanhã Peter Pan!
Peter riu fraco e deu tchau com sua doce voz rouca.
Corri para minha casa, e o vi pela janela desaparecer lentamente na escuridão da noite.
Não estava com fome, fui direto para meu quarto, tomei um banho rapido, logo após me troquei e fui deitar, não mexi no meu celular ou computador, não liguei a TV, apenas fiquei no escuro pensando em como eu iria resolver a situação de meu pai. Me distraio olhando para a cadeira que lá estava a jaqueta de Peter, iluminada pela luz da lua depois da chuva que entrava por uma fresta na curtina. Sorri.
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Borboletas no estomago
Novela JuvenilO fim do mundo para ela começou quando seu melhor amigo anunciou estar namorando com sua inimiga. Alicia é uma jovem de 17 anos apaixonada por seu amigo desde seus 13 anos, oque vai acontecer com sua vida?