Capítulo 4: Onda de pesadelos

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--- Como você pode arruinar essa família!!!! -gritava minha mãe chorando de raiva.

Por mais que eu quisesse falar algo, nenhum som saia pela minha boca.

--- Você estragou tudo! E seu pai fica como agora? Você é uma inútil, ninguém precisava saber! Eu sei agora que você nunca gostou da sua família já que agil dessa forma, contando pra todos o que seu pai fez, agora todos sabem que fui trocada por uma versão atualizada, mais flexível, mais magra e mais loira.

E uma sensação horrivel de não poder fazer nada tomou conta de mim. Eu estava paralisada, congelada, impossibilitada.

--- Você fez o que bem entendeu, então eu vou fazer o mesmo. - Ela avança em minha direção colocando as mãos em meu pescoço, me asfixiando até eu ficar sem ar.

--- Ahhhhhh! - Acordo suada e ofegante, conferindo meu pescoço;

Peguei meu celular e olhei a hora, 3:27AM, puxa ainda é cedo,resolvo levantar  e passar pelo quarto dos meus pais pra ver se tinha alguém lá, mesmo que eu fique durante a noite sozinha em casa, pois geralmente minha mãe fica na sua empresa até tarde e meu pai, bem, eu posso imaginar. Fui na ponta dos pés até a porta do quarto deles, já estava esperando o pior mas relaxei ao abrir um pouco a porta e espiar pela fresta minha mãe dormir calmamente, ela é uma mulher tão linda, sinto muito por ela. Quando fui fechar a porta eu à escutei resmungar algo.

---Boa noite filha.

---Boa noite mãe. - E ao falar isso sinto um aperto em meu peito como se uma bigorna estivesse pressionando o mesmo.

Fecho a porta e ao me virar sinto lágrimas escorrerem rapidamente pelo meu rosto, tento fazer parar mas eu sou péssima para controlar minhas emoções, acabei sentando escorada na parede, chorando sem parar, não sabia o que fazer e isso concerteza é uma das piores coisas. Levantei tentando me recompor, não queria ir dormir por medo de ter mais pesadelos com aquele, então fui até a cozinha e fiz um café preto, logo após fui para a sala e começei a assistir um filme, mas tenho quase certeza de ter cochilado no final do filme.

Acordei não era nem seis horas e o sol estava começando a nascer, sem sono algum levantei e fui até meu quarto, me arrumei, escrevi um bilhete alegando ter saido as 7:30 e ido pra escola, mas na verdade peguei minha bicicleta azul e fui até o escritório de meu pai, não sabia bem o porquê mas senti que devia ir.

Ao chegar lá vi a secretaria com quem meu pai tinha um caso. Entrei.

XXX:--- O que uma criança faz aqui a essa hora? Aqui é um escritório não uma escola. -Falou ela zombando de mim.

Eu:--- Eu sei muito bem que aqui é um escritório, quero falar com meu pai.

XXX:--- O faxineiro só vem trabalhar daqui duas horas.

Eu:--- Meu pai é o Renné Edmond, e qual seria o problema se ele trabalhasse como faxineiro? Garanto que você dormiria com o faxineiro da mesma forma, e lembrando sua mulher hipócrita, nem uma profissão é melhor ou pior;

XXX:--- A-ah me d-desculpe senhorita Edmond. -Falou ela intimidada.- Siga-me vou leva-la até a sala de seu pai.

Eu:--- Não precisa, eu sei o caminho. 

Passei pela mesa dela e segui em direção a sala de meu pai. Bati na porta e ele disse para entrar. O mesmo ficou surpreso ao me ver.

Pai:--- Oi filha, são 7:22am, oque te traz aqui a essa hora?

Ele deve pensar que eu não senti sua falta de interesse ao me ver.

Eu:--- Não ouvi você chegar em casa, então vim ver como está, achei que estaria cansado, mas sua aparência está ótima! -Falei sendo sarcástica - 

Ele realmente parecia ter dormido como um anjinho, me pergunto onde.

Pai:--- Ah é-é... Quer um café... ou biscoitos?

Eu:--- Não obrigada. Parece que você dormiu bem essa noite.

Pai:--- Sim fui cedo pra casa, pra ter mais tempo de dormir.

Eu:--- Oh, sério? Que horas você foi pra casa?

Pai: --- Pra que tanto interesse no seu velho? Já disse, cheguei sedo.

Eu: --- Claro, claro. Da mesma forma que a mamãe dormiu sozinha hoje pela milésima vez na sua vida.

Pai: --- Filha, eu não sei o que você está querendo insinuar com isso, mas peço que se retire porque tenho que trabalhar.

Eu: --- Ok papai, vou deixar o senhor trabalhar e vou pra escola. - Falei me fingindo de sonsa-

Pai:--- Ah, aproveitando, entregue essa carta para a secretária.

Eu: --- Ok. 

 Ele realmente acha que eu vou entregar?

Sai correndo, peguei minha bicicleta e voltei para casa o mais rápido possível. Ao chegar minha mãe ainda estava dormindo, subi as escadas silenciosamente, peguei meu material escolar e o casaco de Peter e o vesti já que não tinha lugar pra colocar porque eu iria de bicicleta.

Cheguei na escola as 7:52 e ela já estava bem cheia. Coloquei minha bicicleta no estacionamento e fui para a entrada. Ben estava lá com varias pessoas ao seu redor, provávelmente seus novos amigos. Ao passar por ele, ele se afasta e vem até a mim.

Ben:--- Alicia, você ta péssima! Dormiu de noite? De quem é esse casaco? Você ta palida, quando comeu pela ultima vez? - Ele estava realmente preocupado.

Eu:--- Oi pra você também, nossa quantas perguntas. Mas respondendo elas, mais ou menos, Peter, não lembro.

Ben:--- Você vai desmaiar se não dormir ou comer nada, venha vou comprar um chocolate pra você porque eu sou um ótimo amigo. - Ele pegou na minha mão e me arrastou para a maquina de comida mais próxima.

Ben:--- Qual você quer?

Eu:--- Twix por favor. - Meus olhos brilham parecendos um gato pidão.

Ben:--- Pega.- Ele joga na minha direção e eu deixo cair- Ah é me esqueci, você é lerda de manhã, ou seria sempre?

Eu:--- Seu bobo! - Dou um tapa em seu ombro.

Ben:--- Você falou que essa jaqueta é do menino que você fez amizade, posso saber como você esta com ela?

Eu:---Não pode. -mostro a língua.

Ben:--- Ele... Você...- Ele tenta fazer alguma conexão parecendo confuso, mas depois olha para baixo parecendo desapontado.

Eu:--- Não seja estupido! Eu tava voltando ontem na chuva e ele dividiu o guarda-chuva e me deu seu casaco porque eu estava com frio, satisfeito?

Ben:--- Muito, é bom saber que ele não mecheu nas minhas coisas. - Ele faz uma careta engraçada ao perceber o que falou.

Eu:---Suas coisas? - falo com deboche- Hahaha, você ficou rosinha! Que fofo. -Falo isso pegando em suas bochechas.

Ben:--- Tsc.

Eu:--- Vou indo pra sala, o sinal já vai tocar. Te vejo no intervalo.

Ben:--- Ok, tchau.

Eu:--- Tchau Ben 10. -Falei enquanto caminhava em direção a sala.

Estava lá eu caminhando com a cabeça baixa quando bato em alguém e caio. Ergo um pouco minha cabeça e percebo que é Peter.










Borboletas no estomagoOnde histórias criam vida. Descubra agora