Em direção à qualidade

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Para que o Teatro Espírita não se desvie de sua finalidade pedagógico-divulgadora, alguns cuidados se fazem necessários.

Se em uma peça tiver de ser retratado um profitente de crença religiosa que não seja a espírita, o ator deverá ser cauteloso na composição da personagem, estudando os rituais e fundamentos da religião interpretada para não cair em equívocos (como misturar conceitos de religiões diversas), deverá também evitar fazer uma personagem estereotipada ou ridicularizando-a. O mesmo conselho serve para dramaturgos e diretores.

Em cenas que envolvam a sensualidade o cuidado é maior; não é necessário que se explicite demais nem que se amenize em excesso: pode-se ser sensual sem apelar para a vulgaridade e manter-se o bom gosto sem ser piegas. Os atores envolvidos na cena devem ter confiança mútua para que não sejam gerados constrangimentos.

No caso de cenas envolvendo a violência e/ou a obsessão, o mesmo apontamento anterior: se muito contundente, torna-se gratuito; se muito amenizado, não cria envolvimento da platéia com a história.

Se a intenção é uma história de época, deve haver coerência histórica, ou seja, as vestimentas, a fala e os costumes dos personagens, os objetos cênicos e até as citações devem estar de acordo com a época e com o local (coerência geográfica) em que a ação se desenrola.

A peça espírita não deve se deixar levar por idéias políticas ou por modismos, pode-se apresentar propostas sem levantar bandeiras; não deve suscitar debates vazios ou pouco úteis para a evolução do ser humano; deve, isso sim, manter-se fiel à Doutrina que divulga.

Todos esses apontamentos, e quaisquer outros que aqui se possam acrescentar, servem a um propósito: qualificar o Teatro Espírita, a fim de que ele possa atingir suas finalidades artísticas, divulgadoras e moralizadoras.

Em defesa de um Teatro EspíritaWhere stories live. Discover now