O Perigo

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Eu via aquele homem se aproximando de mim, e enquanto mais ele se aproximava, eu mais ficava com medo. Até que ele chegou em mim e disse que era muito tarde para eu estar ali e perguntou se eu tinha mãe ou pai. Eu disse pra ele que sim, mas estava perdida e com medo. Ele começou á me agarrar, colocar a coberta em volta da minha cabeça para eu não gritar e amarrou com toda a força possível. Ele começou á tocar nas minhas partes íntimas com a calça mesmo, e eu me mexendo toda e tentando gritar para alguém próximo me ouvir. Até que ele começou á tirar a calça e eu me desesperei mais ainda e consegui tirar a coberta da minha cara e gritar socorro. Ele deu um soco na minha cara após o grito e eu desmaiei, até que um menino desconhecido surgiu naquele momento com um pedaço de madeira para agredir o homem. Acabou que o homem saiu correndo e o menino me pegou no colo e me levou até a casa dele. Quando chegamos em sua residência, a mãe dele me acordou e me ofereceu um café, eu aceitei e a mesma se sentou em minha frente para podermos conversar sobre o assunto de eu ter me perdido. Eu a expliquei tudo e disse que não sabia qual era minha cidade. O menino que me salvou se chamava Steven, ele tinha 16 anos na época e estava voltando da escola no momento, pois estudava de noite. Eu o agradeci, pois se ele não tivesse aparecido naquele momento, eu poderia ser abusada sexualmente ou nem estar viva. A mãe dele que se chamava Nicki, perguntou minha idade, eu disse que era 12 e que estava na 6º Série. O Steven ficou olhando pra mim, e quando eu percebi ele deu um sorriso. Não sei porque mas eu comecei á achar ele um amor de pessoa por ter me salvado. Não quis criar expectativas, mas quando eu vi já estava pensando em casamento e filhos. Desde criança eu sempre fui iludida e trouxa. A Nicki disse que estava preparando uma sopa pra mim, porque estava frio. Quando vi o relógio já era 23:00, horário da minha avó contar das histórias dela, infelizmente eu não iria ter minha história do dia.

Antes de eu dormir, a Nicki teve a humilde vontade de preparar um chocolate quente pra mim, eu perguntei a ela para que toda aquela mordomia, eu era uma menina da roça, não era nenhuma patroa. Ela me respondeu que eu era uma garota boa e gentil e que merecia tudo de bom e que eu ainda seria feliz nessa vida. Eu perguntei pra ela como ela sabia que eu iria ser feliz e ela me respondeu que era clarividente e tinha o poder de prever o futuro e contou que ao me olhar, sentiu uma energia dentro dela e positiva. Eu chorei, foi muita emoção na hora e eu era uma criança chorona mesmo. Já estava na hora de dormir, e eu tive que dormir na cama do Steven, dormir aos pés do crush, ai que maravilhoso. Eu não estava conseguindo dormir, estava com insônia, e ele já estava no último sono. Eu, como não sou boba, dei um selinho nele enquanto dormia, realizei meu sonho. Depois de dar várias risadas após o selinho, eu fui dormir feliz. Acordei no dia seguinte, e a Nicki mandou meu caso para um jornal de televisão. Acabou sendo, que minha avó viu na TV meu caso e foi até o endereço que tinha mostrado no telejornal. Ela chegou na casa da Nicki, e pensa minha alegria? Foi muita, eu a abracei e foi um momento emocionante para todos, até mesmo para mim. Ela disse que estava morrendo de preocupação e não conseguiu dormir direito. Ela pegou um ônibus que daria de volta para o sertão.

Quando chegamos em casa, eu já fui abraçando meu ursão chamado Manteiga e voando para minha cama com saudades do meu travesseiro e minha coberta. Minha avó, como sempre ficou conversando sobre fofocas com as amigas dela no café. Quando menos espero, Nicki chegou na minha humilde residência e disse que adoraria se juntar conosco para o café. Não só ela veio, como o lindo do filho dela também chegou, o Steven. Ele ficou conversando comigo de qual brinquedo eu gostava mais de brincar, eu quase soltei que adoraria brincar com ele. Eu sempre fui safada, desde criança. Ele perguntou qual brincadeira a gente iria brincar e eu disse de pega-pega, ele me encarou assustado e disse que se os ossos dele não quebrarem enquanto ele for correr está tudo certo. Demos risadas, e fomos brincar da brincadeira que eu pedi. Ele disse que iria começar, e começou a contar até 10 e eu fui me distanciando dele, até que ele começou á correr e me alcançou. Porém, ele me pegou tão forte que caímos no chão, ele acima de mim e eu abaixo dele, a gente teve uma troca de olhares naquele momento. Eu estava esperando ele me dar um beijo, mas como eu sempre fui ansiosa, eu dei um beijo nele de língua, e ele me soltou. Ele disse que era muito velho pra mim, porque eu tinha 12 anos e ele 15. Eu disse que para o amor não tem idade e quando o vi pela primeira vez senti algo forte e na primeira oportunidade me apaixonei. Desde criança eu fui muito direta, estão se você esperava que iria demorar um tempo para eu contar á ele, errou pois contei no segundo dia que a gente se conheceu. Ele ficou sem graça, e eu mais ainda. Eu corri para meu quarto e coloquei minha cabeça debaixo do travesseiro. Ele deu risada da minha cara e disse que quando ele tiver uns 18 e eu uns 15 poderíamos ficar. Mas do mesmo jeito, isso não iria dar certo, ele encontraria alguém até lá. A cabeça de Nicki começou a doer, e minha avó pegando os remédios dipirona, eu fiquei desesperada e o Steven ficou quieto e sem reação. Pois ele sabia que a cabeça da mãe dele começava a doer quando ela prevê algo. Ela está prevendo coisas horríveis, disse o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, não iria ao fim do mandato pois iria acontecer uma tragédia com ele e com o país dele. Também previu que extraterrestres estavam próximos de se conectar com a Terra. Quando ela falou isso, eu corri para os braços do Steven com medo achando que era minha avó, mas depois que vi que era ele, continuei abraçando do mesmo jeito. Nicki e Steven foram embora no carro da Nicki, e minha avó, as vizinhas e eu ficamos desesperadas com as previsões. Uma das vizinhas disse que Nicki era doida e respondi ela com "doida é você escrota" depois que disse isso corri para o quarto com vergonha e com medo. Minha mãe chegou em casa falando que foi demitida, porque agrediu uma companheira no serviço. Era ela que sustentava a gente, comprava os alimentos, ou seja, basicamente nós estávamos ferradas. O nome da minha mãe para quem não sabe é Ana, ela é uma ótima mulher e uma ótima mãe. Elas estavam pensando em me colocar num orfanato, eu me desesperei e disse que não. Elas disseram que não queriam me ver com fome, e pediram para eu me arrumar e colocar minhas roupas na mala. Fiz como pediram e acompanhei minha avó até o orfanato, ela me abraçou forte, choramos muito. Eu não queria entrar em um orfanato aonde eu não conhecia ninguém, mas minha avó disse que era a melhor opção. Ela fez o cadastro e eu aceitei entrar lá, entrei por minha avó e por minha mae. Eu e minha avó descemos para a sala do orfanato, e lá foi a nossa cruel e mais dolorosa despedida, chorei mais que tudo e a apertei bem forte, mas infelizmente o abraço acabou e ninha avó foi embora pela porta. Continuei na sala do orfanato, com uma feição bem triste, esperando que alguém me notasse. Uma mulher me encontrou na sala e disse que os cadastros foram feitos e deu boas vindas pra mim. Ela me apresentou o quarto que eu iria dividir com as outras meninas e me mostrou a casa toda. O nome da moça era Alice, achei ela fofa e me ajudou muito a esquecer as coisas tristes. Ela me deu um pedaço de bolo e refrigerante. No orfanato eu conheci outras meninas como Aline, Carla, Fane, Laís e Fabi. Fiz amizades com todas elas e fui ver quem era a cozinheira do orfanato, era cozinheiro e seu nome era Bernado. Ele era novo, tinha uns 21 anos, acabei fazendo amizade com ele também. Fui conversar com a diretora do orfanato e seu nome era Diretora Mávih. Fiz amizade com ela também, e fui descansar um pouco, estava cansada. Acordei, e fui até o banheiro, era limpo e organizado. Eu fui um pouco no quintal com meu urso de pelúcia chamado Manteiga e fiquei conversando com ele, até que vem uma menina no orfanato de 16 anos chamada Rafaella. Ela veio conversar comigo e eu disse que não queria conversar. Depois de uns instantes, chega alguém para me visitar e sim, era o Steven, ele veio me visitar para ver se eu estava bem, mas encarou muito na Rafaella, e deu ataque de ciúmes em mim e fui chorar no quarto das meninas na minha cama e eu realmente queria muito voltar pra casa, mas infelizmente a vida não estava sendo justa comigo...

Quando chega a chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora