Capitulo 5- onze anos

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 Para o meu proximo conto eu vou avançar um pouco, porque é praticamente impossivel catalogar todos os problemas que aconteceram nesses tres anos! Todos as vezes que eu abaixei a cabeça para pessoas com ideias erradas, todas as vezes que eu chorei por achar que ninguem me entendia, todas as vezes que eu respirei fundo e sorri quando na verdade eu só queria chorar. Por conta disso eu vou avançar um pouco, para os meus onze anos.

Era o dia anterior ao primeiro dia de aula. Minha sociofobia nunca esteve tão agravada, mas claro que só eu percebia isso. Meus pais se negavam a me levar a um psicologo porque estavam cegos pelo sua ideia de que isso era coisa da minha cabeça. E essa nem era a pior parte, e sim minha transferencia da minha antiga escola para a escola que tinha sido aberta perto de casa. Demorei meses para arruamar alguns poucos amigos naquele colegio e agora eu iria ter que mudar de la! Aquilo estava me corroendo por dentro, mas eu precisava encarar aquilo uma hora ou outra. Eu arrumei todo meu material e me deitei na cama, onde passei o dia imaginando maneiras de passar vergonha logo na primeira aula. Eu só peguei no sono uma hora da manhã, o que me deixou incrivelmente sonolento ao acordar no dia seguinte. Eu estava relutante, mas mesmo assim eu levantei e tomei um banho rapido. Sai e coloquei o novo uniforme, ainda querendo desistir e voltar para cama. Eu parei na frente do espelho e me olhei fixamente por um minuto. Minhas mãos tremulas estavam fechadas, meus olhos azuis estavam cobertos por uma fina camada de medo aparente, meus grossos labios estavam sendo constantemente mordidos por mim mesmo e meu cabelo castanho estava parcialmente escondido por um gorro fino e cinza. Cinco minutos antes de começar a aula eu sai de casa e atravessei a rua, andando alguns metros até o novo colegio. Eu olhei para o enorme predio cinza e vermelho e respirei fundo. A cada passo que eu dava em direção a porta dupla de vidro, era um passo a mais que eu dava para uma taquicardia. O sinal tocou assim que eu entrei na escola, então eu corri para a minha sala. Eu fui um dos primeiros a chegar na sala, mas mesmo assim eu sentei na ultima cadeira, e esperei até o professor chegar e fechar a porta.

-Bom dia, alunos.-Ele parecia ser mais simpatico do que a maioria dos professores do meu antigo colegio, o que ja era algo bom.-Eu sou o professor Silvester, e vou lessionar...-Alguem bateu na porta suavemente, fazendo o professor parar sua apresentação e ir abri la.

-Desculpe o atraso, professor.-Um garoto incrivelmente atraente entrou na sala de aula. Seus olhos eram de uma cor intensa de verde, seus labios eram tão chamativos quanto seu sorriso, sua pele era bronzeada e seu corpo definido. Seu cabelo era preto, com uma mecha branca e sua orelha era decorada com um brinco. Sua roupa indicava problemas. Uma jaqueta de couro cobria a camiseta da escola, sua calça jeans estava desfiada nos joelhos e em seus All stars estavam escrito "Bad Boy".-Meu despertador não tocou.

-Tudo bem.-O professor apontou para a carteira vazia do meu lado e sorriu.-Sente se!- O garoto se dirigiu a carteira e se sentou, colocando sua mochila no chão. Ele olhou para mim e eu rapidamente desviei o olhar.

-Oi.-Eu me virei para ele e por um minuto me perdi naqueles olhos verdes.

-Oi.-Ele mordeu de leve o labio inferior e sorriu.

-Aluno novo?-Eu acenei levemente com a cabeça.-Parece que esse é meu ano de sorte.-Meu rosto corou e eu sorri desajeitado.

Passei o resto das aula em silencio, até que o ultimo sinal tocou. Os alunos correram como uma manada, me deixando sozinho na sala com o garoto atrasado.

-Acho que não nos apresentamos.-Ele estendeu a mão para mim e eu apertei a.-Meu nome é christian, mas pode me chamar de Chris.

-Eu sou Nicolas, mas pode me chamar de Nick.-Eu afastei minha mão e dei um sorriso sem graça.

Finalmente livreOnde histórias criam vida. Descubra agora