Não pensem que o transtorno de ansiedade generalizada vem de uma hora para outra como deu a entender no capitulo anterior. Eu ja tinha isso desde... Desde sempre, eu acho! Mas eu sempre achei que fosse o meu jeito preocupado, antes daquela crise de panico. Depois que aquilo aconteceu, eu fiz a mesma coisa da sociofobia e cheguei ao seguinte nome:Transtorno de ansiedade generalizada. Esse foi o problema que me atormentou desde aquele dia até os dias de hoje, e por mais que eu tente, eu não consigo me livrar dele como aconteceu com a sociofobia. Confesso que trocar um pelo outro não foi um acordo bom, porque eu prefiro mil vezes ter medo das pessoas do que ter medo de viver. Não que eu ja não tivesse medo de viver, mas antes eu me preocupava tanto com um que eu ignorava o outro!
O conto da vez é de quando eu tinha treze anos. Depois de dois anos descobrindo os niveis da minha ansiedade, eu finalmente descobri um meio de controla la sem o uso de remedios. Mas aquilo não era viver, aquilo era sobreviver! Minha vida desde então havia se tornado uma monotonia que se acaso fosse um pouco alterada me deixava nervoso e a beira de um colapso. Convenci meus pais a me transferirem de volta para meu antigo colegio e voltaria a estudar la assim que o ano letivo começasse, e foi o que aconteceu. Eu finalmente tinha os meus amigos e professores de volta, o que ja era um ponto positivo na minha carteira de deficiente mental! Antes de começar as aulas eu achava que aquele ano, apesar de todos os problemas, seria tão bom quanto os outros. Eu tinha os meus amigos de volta, e agora que havia perdido parcialmente a sociofobia, poderia fazer mais trezentos. Mas infelizmente não foi bom como eu imaginei...
Acordar as seis e meia da manha era horrivel em qualquer escola que eu estudasse, mas eu fiz o grande sacrificio. Tomei banho, coloquei o uniforme do velho colegio e olhei para o espelho, dando um sorriso confiante. Por mais que para alguns pegar onibus até a escola fosse ruim, para mim era incrivel. Eu olhava os predios e pessoas passando pelo vidro, enquanto eu escutava musica em meus fones brancos. Quando eu cheguei na escola, um largo sorriso cresceu em meus labios. Tudo estava incrivel e exatamente como antes, então por um momento eu achei que aquele seria o ano perfeito. Como eu estava errado...
Quando eu cheguei no interior da escola, recebi a horrivel noticia de que havia caido em uma sala diferente de todos os meus amigos, o que me deixou meio chateado. Eu entrei na sala, me sentei na segunda carteira e comecei a jogar, enquanto o professor não chegava. De repente percebi um garoto parado na minha frente, então eu levantei os olhos. Na minha frente estava um garoto incrivelmente atraente. Seus olhos negros eram penetrantes e simpaticos, seus labios eram chamativos e cobriam um sorriso branco e sincero, seu nariz tinha uma um piercing discreto e em sua orelha um alargador verde limão. Seu cabelo era preto, detalhado com mechas de um azul intenso. Suas roupas pareciam de um Bad Boy que tentava se disfarçar de bom garoto. Uma camiseta branca meio colocada para dentro de uma calça jeans escura estava coberta por uma blusa xadres vermelha e preta. Seus tenis eram All Stars brancos, decorados com uma leve pintura em roxo. Na sua mão direita, ele estava usando uma luva de couro e na mão esquerda pude perceber que as unhas estavam pintadas de preto.
-Tem alguem sentado aqui?-Ela apontou para a carteira do meu lado, onde eu havia colocado minha mochila.
-Não, pode sentar.-Eu tirei minha mochila e ele se sentou.
-Eu sou William Ferraz.-Ele estendeu a mão para mim e eu sorri.
-Nicolas Montenegro.-Eu apertei sua mão e ele sorriu.
-Muito prazer, Nick.-Eu gargalhei de leve e soltei de sua mão.
-O prazer é meu Will.-Eu e ele passamos o resto das aulas se ajudando com a lição e conversando sobre a vida um do outro.
Quando o sinal do intervalo tocou, eu e ele saimos para o patio. Will foi para a cantina e eu fui comprimentar meus velhos amigos. Marcos, Dylan e Lydia estavam sentados conversando. Quando Lydia me viu ela correu até mim e me deu um abraço apertado.
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Finalmente livre
Non-FictionEssa é a historia de alguem que desistiu de tentar... -Eu quero tentar explicar para as pessoas como é horrivel estar mal e ao inves de receber ajuda, receber frases como "Para de frescura" ou "chega de drama". Aviso que isso não vai ser uma histori...