Capítulo 2

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Mitsu Moore, 17 anos, calculista gosta de silêncio e adora vários tipos de músicas calmas. Se pudesse, viveria em algum lugar onde só existe o silêncio absoluto.

Vou ao café de sempre, no mesmo horário. Hoje não parece tão cheio. Acho que irei fazer um segundo andar... Não vou pensar nisso agora.

Me sento na segunda mesa antes do balcão, do lado esquerdo da parede. A atendente, Suly, vem até mim com seu habitual sorriso.

- Olá, menina Mitsu, o que deseja hoje?

Suly Cast Moore, atendente do café, 27 anos, meia-irmã mais velha de Mitsu.

Perdeu todo o dinheiro que já teve e agora trabalha para poder ter o próprio dinheiro, já que os pais disseram que não iriam mais ajudá-la. Pois isso apenas a tornaria mais mimada que já é.

- O de sempre. - respondo. E começo a olhar ao redor. Porque hoje, apesar do pouco movimento, está mais barulhento?

- Só pra confirmar: um café preto forte e doze pães de queijo, certo? - eu a olho e afirmo com a cabeça.

Ela sai e eu coloco meus fones, pego meu celular e coloco em uma das playlist de algum álbum da Edith Piaf. Hoje o meu dia estava sendo tão tranquilo. Me arrependo de ter decidido passar aqui hoje. Espero que a gerência esteja fazendo o trabalho direito. Odeio ter que lidar com isso.

Cinco minutos depois vejo a Suly andando calmamente até mim. Até que de repente ela para e olha pra porta e acaba deixando a bandeja que estava segurando cair, ao mesmo tempo em que fica paralisada enquanto olha algo na porta de entrada. Será um ladrão? Não mesmo! Aqui no meu estabelecimento, não!

- Andy Biersack! - ela grita assim que retiro os fones. Antes fosse a merda de um ladrão. Olho para a porta e vejo uma multidão de garotas e garotos tentando entrar, mas sendo impedidos por alguns seguranças. Que com certeza não são os do café.

Percebo que um garoto de aparência que deixa o gosto delas a desejar, já estava dentro do café e olhava para os lados. Como se procurasse uma mesa vaga, ou alguém.

Sabia que não deveria ter saído de casa hoje. As coisas só pioram.

Suspiro e saio da mesa, e me viro para Suly.

-Está demitida, amanhã acertaremos suas contas. - falo e ela me olha surpresa.

Percebo que seus olhos se enchem de lágrimas mas apena ignoro. Não é a primeira vez que ela chora em minha frente por incompetência própria.

Passo pela porta dos funcionários e caminho lentamente, os funcionários que estão na cozinha não falam nada e apenas me olham.

- Dona Mitsu. O que a trás aqui hoje?

- Olá, Simon. A entrada da frente está temporariamente interditada. - ele me olha confuso e eu apenas me despeço dele e dos outros.

Caminho mais um pouco até alcançar a saída de emergência.

Moore's Coffee: Minutos Antes

Andrew Biersack Narrando

Andy Biersack, depois de acordar por conta de pesadelos, que não o deixou dormir a tarde toda, como planejou. Então apenas decidiu sair de casa e ir para o café de um amigo de seu falecido pai.

Ao chegar, seus seguranças, que em breve seriam demitidos, o acompanhou até ele ficar em frente ao estabelecimento. Porém, fãs furiosas o cercaram, por pouco não entraram no estabelecimento, já que foram barradas pelos seguranças. Suas fãs ou ex-fãs continuavam a gritar do lado de fora, mas os vidros à prova de som não permitia escutar o que quer que fosse que elas gritavam. E ele agradecia por isso, já que não estava com cabeça para falar com quem quer que fosse.

- Andy Biersack! - grita uma mulher ruiva, após deixar uma bandeja cair no chão e ficar me encarando.

Depois de um tempo, uma garota de aparência mais nova me olha e arqueia uma sobrancelha, antes de se aproximar da ruiva e lhe falar algo. Uma outra garçonete se aproximou para limpar o chão sujo e percebi que a ruiva estava chorando. O que será que aquela pirralha disse que a deixou desse jeito? Isso foi culpa minha? Me aproximo da ruiva.

- Você está bem? - pergunto ao chegar na ruiva, ela afirma. - Não chore. Quem era aquela pirralha? - pergunto

- Não posso dar esse tipo de informação. - ela diz. - Mesmo assim, me dá um autógrafo? - ela diz sorrindo em meio às lágrimas. Fãs são realmente algo louco.

- Primeiro vou falar com aquela pirralha, não admito uma criança fazendo uma mulher como você chorar. - ela sorri

- Ela provavelmente saiu pelos fundos. Só seguir reto ao entrar pela porta dos funcionários. - ela diz. - Apesar de eu não recomendar isso.

- Tudo bem.

Vou correndo e recebo reclamações dos funcionários, dizendo que eu não poderia estar ali.

Quando passo pela porta de emergência, a encontro ainda saindo do beco.

- Ei, você aí! - grito na intenção de a fazer parar, mas ela continua andando calmamente.

Espero que minhas fãs não me vejam.

Mitsu Moore Narrando

Quando saí do café, parei alguns segundo para pegar meu celular e fones que joguei dentro da bolsa. Já que eu os havia jogado dentro dela antes de falar com Suly.

Percebo que os gritos das garotas ainda são bastante audíveis e aumento o máximo da música que toca em meus fones.

Menina Estranha©Onde histórias criam vida. Descubra agora