Capítulo 9

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- Você tá com uma cara péssima. - diz Andy sentando ao meu lado, convidei ele e o Christian para passarem a tarde comigo.

- Olha quem fala. - Aponto para ele - Está mais acabado que eu.

- Desculpem o atraso. - Christian se senta com nós - Para que os chamou Mit?

- Falar das merdas que são nossas vidas.

- O que fizeram com a Mitsu, ela nunca falaria de algo assim. - diz Andy sarcástico

- Tenho que concordar, não é do meu feitio. Mas com a tragédia da vida de vocês, me sinto melhor.

- Eu começo. - diz Christian - Cara... fui corno. Mano, eu amava tanto ela que se ela tivesse me dito que era apenas um mal entendido eu teria a perdoado.

- Além de corno é idiota. - reviro os olhos

- Eu amo ela, Mitsu! É difícil simplesmente deixar de lado essas coisas.

- Pra você pode ser, mas pra mim não é nada demais.

- Enfim, eu também, duas vezes. - diz Andy

- E eu sou trouxa. - digo - Chifrado duas vezes? - foi a menina que me falou há uns dias?

- Primeiro foi Julliet, agora a Ana, passei dois meses ficando com ela, foi no tempo que você conheceu o babaca do Caio. Quando eu ia pedi-la em namoro, a peguei no flagra beijando outro cara. - responde Andy.

- Isso conta como chifre? - perguntei

-Se conta ou não, eu me senti traído.

- Comigo foi parecido, mas eu já namorava com a idiota. - diz Christian - Isso é uma merda!

- Legal. - digo. - A vida de vocês é feita de galhas e a minha de pessoas estúpidas.

- Deixa de ser sarcástica Mit. - fala Christian - Mit querida, tô precisando de um emprego. - disse mudando de assunto

- Não tenho nada com isso.

- Me arruma um trabalho vai.

- Fale com meu pai, não tô podendo contratar ninguém por causa das... - me corto assim que percebo que ia falar demais. - fale com meu pai. - Eles me olham curiosos mas não perguntam nada.

Quatro meses depois

O tempo passa rápido, desisti do cursos de música que fazia na faculdade e mudei para administração. Apesar de gostar de música, meus ouvidos só conseguem escutar o que eu gosto e mais nada, e além do mais eu precisava em algum momento organizar minha vida empresarial.

O café anda bem movimentado, mais que o normal. Hoje a noite, faremos um jantar informal aqui em casa. Meus funcionários, meu pai, Suly, Andy e Christian.

- Está pronta, maninha? - pergunta Suly entrando no meu quarto. Apesar dela ser mais velha, a capacidade mental dela é de uma adolescente, senão de uma criança.

- Estou. - desci e encontrei todos lá. Millie e Luly, atendentes. Jack e Matteo, segurança e vigia noturno. Samira, Julio, Luana, Karol, Daphne e Symon, cozinheiros. Também estavam o Andy, Christian e o papai.

Symons ainda trabalhava aqui em casa, agora em tempo integral, mas de um jeito ou de outro, ou o considero como parte da minha família.

- Boa noite. - dizemos uns para os outros.

- Me acompanhem. - eles me seguem e vamos até a parte de trás da casa, onde seria o jantar. Tinha uma grande mesa. Todos se sentam e eu começo a dizer meu discurso ensaiado por horas em frente ao espelho.

- Vocês devem estar se perguntando qual motivo desse jantar. E como não gosto de enrolar irei direto ao ponto. Alguns meses atrás, comecei a construir um novo lugar, maior e em uma área mais movimentada... - continuo falando por mais algum tempo, explicando onde e que não muita coisa mudaria. Disse que eles seriam movidos para esse novo lugar, assim como os novos funcionários - que já contratei - entre várias outras coisas.

Quando terminei, eles bateram palmas e eu tentei ignorar o barulho que quase fez minha tolerância ao barulho se esvair.

***

- Seu discurso tava uma merda. - fala Andy ao meu ouvido, antes de sair. Ele ficou por último.

- Eu sei. - dou uma risada, e só então percebo que ele me encara. - Que Fo... - minha pergunta é interrompida por um beijo, que por impulso acabei correspondendo.

Depois de nos separarmos para recuperamos o fôlego, ficamos nos olhando por algum tempo.

Após breves momentos, dessa vez tomei a iniciativa e logo senti a temperatura do meu corpo aumentar.

Parando o beijo em apenas alguns momentos, subimos a escada em direção ao meu quarto.

Fecho a porta e trancou-a rapidamente, e ele me pega no colo e me leva até a cama.

- Mit, eu te amo. - ele diz separando o beijo bruscamente.

- Drew... Eu também te amo.

E naquela noite eu me entreguei pela primeira vez a alguém que já estava destinado a mim desde a primeira vez que nos vimos. Eu o amava, porém por medo de perdê-lo, suprimir esse sentimento.

Menina Estranha©Onde histórias criam vida. Descubra agora