Capítulo 26: " Clara and Madness"

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Louis P.O.V

O dia estava ensolarado, incomum em Londres. Edward me ligou a poucos minutos dizendo que não poderia ligar durante o dia, que estava ocupado, para ser sincero, o sinto distante, ou talvez seja só uma desculpa para sentir falta, não sei, mas parece diferente...
"No que está pensando, bundão?" Niall diz enquanto caminha ao meu lado sugando seu shake de ovomaltine, eu odeio ovomaltine.
"Em Edward, ele parece distante" Digo direto, eu preciso pegar um novo livro para levá-lo até o correio, Edward me deu as instruções, parece que o prazo de entrega que a autora tinha acaba hoje, então eu preciso pega-lo já que a autora mora a poucos quilômetros, e Niall só está aqui por que não tem nada para fazer, por mais que eu saiba que ele está escondendo alguma coisa, ou melhor, alguém.
"Eu não tenho comentários para isso, talvez ele só esteja muito ocupado, é só você oferecer um striptease que ele para tudo na hora" Niall diz e eu sorrio balançando a cabeça em negação, por mais que eu esteja considerando a idéia, mas Niall jamais saberá disso.
"Chegamos" Afirmo assim que paramos em frete á uma pequena casa com portões de ferro antigos, um pouco raro, não existem muitas casas em Londres, ainda mais bem no centro.
"Tem certeza?" Niall pergunta jogando a embalagem do shake em um lixo localizado na frente do portão.
"Sim, n°2346 perto do maior edifício" Digo e abro o portão, entrando, Niall me acompanha. Nós caminhamos até a porta e tocamos a campainha, uma garota linda com cabelos bagunçados nos atende com seu encantador sorriso branco.
"Olá, me desculpem, entrem por favor, eu sou a Clara, querem algo? Um chá?" A garota diz afobada e eu sorrio, ela é incrivelmente encantadora, tem belos olhos verdes e cabelos cacheados castanhos escuro quase preto, ela me faz lembrar Edward assim que sorri, com uma forte covinha no lado direito, me faz lembrar meu noivo e seu irmão.
"Obrigado, Clara. Mas estamos bem. A propósito, eu me chamo Louis e esse é o Niall" Digo sorrindo e Niall só olha para a garota encantado, bato com o cotovelo em sua costela ele reclama de dor.
"Oi" Diz ainda com a mão no local onde eu bati, a garota sorri.
"Bom, Clara, acho que você sabe o porque de eu estar aqui" Digo e os olhos da garota ficam mais tristes e cheios de lágrimas.
"Eles não vão mais aceitar o meu livro? Me desculpe Louis, eu acabei esquecendo o prazo de entrega, eu o terminei ontem a noite, por favor me desculpem" Ela diz e eu me sinto desesperado.
"Não, não Clara. Está tudo bem, eu só vim pegar o seu livro" Digo e uma lágrima feliz escorre pelo seu lindo rosto.
"Obrigada, obrigada, obriga-" Seu relógio de pulso vibra, ela corre até a cozinha pega algumas coisas estranhas.
"Oh, me desculpem garotos, por favor venham comigo" Diz e nós a seguimos, ela entra em um quarto azul com desenhos de arco-íris, quando entramos no quarto, um par de olhos azuis dóceis nos encaram.
"Olá Jhon, eu trouxe seu café da manhã" Clara se senta ao lado do idoso e oferece uma bandeja de comidas saudáveis e o senhor torce o nariz.
"Porque comidas saudáveis, minha jovem? Eu queria tanto tomar aquela coisa gelada agora" O senhor diz e Clara sorri, eu me encanto de novo.
"Sorvete. Mas só depois, okay?" Ela diz e o senhor ri como uma criança, nós saímos do quarto acompanhados por Clara.
"Quem é Jhon?" Niall pergunta e Clara sorri triste.
"É meu pai. Ele sofre de Alzheimer, eu cuido dele faz um ano" Clara diz e eu entendo agora, o porque de ela ter demorado a entregar, ela cuida do pai.
"Você não tem irmãos?" Pergunto quando entramos no que parece ser seu quarto, simples mas organizado isso me faz olhar para Niall, porque ele não segue o exemplo dela e deixa pelo menos a cama limpa.
"Sim. Dois. Mas todos são ocupados demais, ou se acham ocupados" Diz com amargura na voz.
"E sua mãe?" Naill pergunta.
"Minha mãe foi embora quando nós éramos pequenos, nosso pai nos criou" Ela diz e pega um amontoado de folhas e nos entrega. Eu sorrio compreensivo.
"Sinto muito" Niall diz e Clara sorri fraco.
"Tudo bem. Eu também sinto" Ela diz e nós nos despedimos, já fora da casa Niall me encara.
"Louis, hoje Zayn disse que quer que você venha até o nosso apartamento, ele quer apresentar alguém" Ele diz.
"Estarei lá, eu não vou perder isso por nada" Digo e Niall se despede enquanto entra em seu carro Sport vermelho, caminho pela rua até que alguém agarra meu ombro eu me viro preparado para socar a cara de quem fosse mas meu golpe é parado em pleno ar por uma mão cheia de anéis, me acalmo levantando meu olhar para olhos verdes escuros.
"Belo golpe, mas muito lento" Harry sorri de lado e eu bufo.
"O dia em que você for professor de luta eu pensarei na sua opinião, obrigado" Digo e ele ri, idiota, me assustou e fica rindo.
"Tudo bem, tudo bem, me desculpe. Mas e aí...tá indo pra onde?" Me acalmo quase tendo um ataque a o encarar, seus braços parecem mais fortes assim à mostra, ele usa uma t-shirt preta um pouco transparente, uma skinny preta e botas de coro ridículas, nada de ternos e gravatas com sapatos brilhantes.
"Pra casa, ué" Digo dando de ombros.
"Quer ir para algum lugar?" Harry arqueia as sombrancelhas, e fica ainda mais bonito, esse babaca.
"Só se for algum bar bem bosta, com bebidas mais baratas que água" Digo respirando fundo, não consigo parar de pensar em Edward, sinto que ele está me escondendo algo, eu espero que não.
"Eu conheço um aqui, ele tem caras chifrados bebendo e contando histórias muito idiotas" Ele diz e eu quase sorrio.
"Então vamos lá" Sorrio e caminho ao seu lado, Harry olha para frente prendendo o lábio inferior entre os dentes enquanto sorri vitorioso.
"Esse bar é uma...porra, isso devia ser fechado, esse cara bêbado mijando no lado de fora chega a ser uma ofensa" Digo me sentando na bancada, Harry gargalha já chamando o barman fedido e pede dois copos de whisky velho.
"Só porque o pau do cara parecia um taco de golfe você se sente ofendido?" Harry diz.
"Claro que não, só me senti ofendido porque ele pode ficar mostrando o pau na rua e eu tenho que ficar usando cueca" Digo e Harry gargalha.
"Eu não uso cueca mesmo" Harry dá de ombros e o barman nos entrega nossas bebidas.
"Então você não deve nem ter mais bolas, porque usar skinny sem cueca não é uma boa combinação" Digo enquanto bebo um gole seco e horrível desse whisky que mais parece gasolina, álcool e mijo.
"Começou a festa" Harry diz assim que um cara de aparência triste se senta e começa a beber todas.
Horas depois, depois de beber mais de sete rodadas de whisky, estamos nós aqui, brincando em um parquinho infantil abandonado, Harry resmunga quando o balanço nem se meche, eu me sento no escorregador e sinto vontade de chorar porque acho que o escorregador tá quebrando, porque eu não consigo escorregar, que porra!
"Louehhh, a bunda é gostosa demais pra passar" Harry resmunga grogue e eu choramingo.
"Eu vou te bater, sua vara" Digo tentando me levantar, eu não consigo.
"Sabe oque eu fiquei fazendo ontem?" Harry se senta na areia me encarando com o rosto entre as mãos.
"Não, e não me importo" Digo fazendo biquinho.
"Eu me masturbei pensando em você" Ele diz e a raiva me domina, tento sair mais continuo sem conseguir.
"Sua vadia, eu vou chutar seu pau quando eu sair daqui" Digo e Harry ri.
"Mas é verdade, você é muito gostoso Louehhh" Diz manhoso e eu sinto raiva da minha bunda por não me deixar sair.
"Eu também tenho algo a dizer, mas não conta pra ninguém" Ele sussurra e se senta na frente do escorregador.
"Não quero saber" Resmungo.
"Eu acho que eu estou apaixonado..." Diz e eu o encaro.
"Mas não sei como contar pra ele, afinal ele é comprometido, eu nunca tinha prestado atenção nele, mas agora..." Ele resmunga e eu continuo em silêncio.
"Eu sei que ele gosta de ler, e escreve muito bem, seu escritor favorito é um cara safado e velho, um de seus poemas favoritos se chama melancolia..." Harry sorri.
"Odeia quando dizem que ele é a pessoa mais interessante do mundo, porque odeia ser algo que as pessoas querem ser, odeia quando falam mal de suas bandas, e livros favoritos, ama quando mechem em seus cabelos, seu shampoo é de menta, bebê chá enquanto lê, fuma quando se sente ansioso..." Harry fecha os olhos.
"Sente falta de alguém, chora quando alguém se sente horrível, dorme de cabeça para baixo na cama, coloca um travisseiro no meio das pernas, sua música favorita se chama Sail e ele toca teclado..." Lágrimas escorrem de seus olhos.
"Mas oque eu mais admiro nele, é que sempre tem esperança e sorri quando todos esperam que ele chore, vive quando nós o achamos morto demais, ama quando precisa odiar, se machuca pra não machucar os outros..." Harry chora enquanto sorri.
"Está bem quando realmente não está, e sempre está lá, ele nunca vai realmente embora, e isso faz com que eu me odeie..." Harry me encara.
"Eu me odeio porque eu perdi tudo isso, porque eu não percebi, porque eu nunca o beijei com amor, porque eu nunca fiquei acordado o vendo dormir, por que eu nunca beijei seus cabelos, porque eu nunca fiz amor com ele, porque eu nunca sorri pra ele, eu nunca mereci um sorriso, mas me odeio mais ainda..." Ele olha pro céu.
"Me odeio mais ainda porque eu fiz ele me odiar, o fiz chorar, o fiz ir embora" Ele soluça a cada vírgula.
"E eu sei que jamais vou merece-lo, jamais vou poder contar para ele que eu li todos os seus livros, que eu li todos os seus poemas, que eu li seu livro favorito, que o meu poema favorito se chama banheiros, que eu escutei suas músicas favoritas, que eu odiei beber chá de café, contar pra ele qua chá de café existe, ou perguntar como foi o dia dele, ou perguntar se ele me ama, ou perguntar se ele vai ficar..." Eu o encaro sem reação.
"Ou contar que, eu realmente o amo, o amo mais que qualquer coisa, que por ele eu iria a qualquer lugar do mundo, que eu escreveria as melhores músicas pra ele, que eu jamais o deixaria ir embora, que eu só...Amo você" Eu escorrego caindo em cima do de olhos verdes, e tudo para. Os pássaros ficam presos no céu, o ar não é necessário, os anjos existem e verde se torna a minha cor favorita. Derrepente tudo o que vejo são lágrimas secas e um coração tão quebrando quanto o meu, um coração quebrado pelas mãos do próprio dono, uma humanidade pura, e amor. Eu jamais vi tanto amor, eu nunca vi um coração tão quebrando que parece pó. Harry sobe em cima de mim chorando e tremendo, tremendo tanto que me faz esquecer tudo, faz com que eu o veja pela primeira vez, agora eu sei quem é o verdadeiro Harry, o verdadeiro Harry é um coração destruído e muito amor...
"Louis, me desculpe..." Ele sussurra e uma lágrima pura cai em meu rosto no momento em que sinto seus lábios nos meus, eu agarro sua camiseta o abraçando e ele chora enquanto nossas línguas se chocam, ele agarra meus cabelos quando minhas lágrimas caem também, ele me beija tão bem, tão lento, tão forte, tão suave, é como um primeiro beijo, amor, amor, amor...Mas eu o empurro e corro pra longe escutando seus gritos de dor me chamando, me pedindo ajuda, mas eu corro e corro assim que sinto algo, algo de mim algo dele, o mesmo pensamento, o mesmo sentimento. Esperança me faz parar de sonhar, me faz correr dele, com medo, e eu chorro desesperado assim que lembro oque sou, quem eu sou. Sou noivo, e amo alguém. Meu coração me pregou uma dor, um desafio, meu coração está me quebrando em vigança, enquanto me fez amar duas pessoas, dois irmãos que se odeiam, e eu os amo, diferente mas tão igual, igual mas tão diferente, é loucura, isso é loucura, amar Harry é loucura.

Say something [M.preg] l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora