Capítulo 36: "Just Goodbye"

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Louis P.O.V

Abri meus olhos...Porque? Porque a vida estava dando à mim, mais uma chance de continuar? Eu não queria. Eu realmente não queria. Acordei durante quatro dias, fechando os olhos de noite na esperança de não os abrir mais. Porém as coisas não são assim, ainda havia Claire. Minha filha se mexia alegremente em meu ventre. E eu à amava. Mais do que tudo. Por isso, não desisti. Lauren passou os quatro dias dormindo ao meu lado, no espaço vazio que ainda tinha o cheiro dele, doía, doía muito. Doía saber que quando eu chorava de noite, não era ele quem colocava a mão em minha cabeça, e ninguém, ninguém, pela primeira vez na história, ousou dizer que ficaria tudo bem e eu senti falta disso, senti muita falta. Vestia no corpo uma calça de terno preta, e uma camisa social branca, foda-se o tradicionalismo, Edward nunca gostou tanto do preto e eu decidi respeitar o gosto dele, por mais que eu estivesse chateado. Sim, eu estava chateado porque meu noivo, havia deixado cartas para todo mundo, todo mundo mesmo...Até para Harry! Mas nada para mim. Nem uma mensagem dizendo apenas que me amava. Nada. Era isso que eu sentia no coração, vazio, um vácuo que doía, à falta do cheiro e das mãos do meu amado. Edward Hank Styles. Foi isso que o padre disse enquanto recitava palavras sem sentindo em frente ao corpo fragio de meu amado. Dizendo coisas sobre vida eterna e adeus. Era apenas isso. O corpo de Edward foi levado ao crematório, e eu chorei contra o volante. Chorei dor e saudade. Angústia e mágoa. Amor e solidão. Chorei tudo enquanto Lauren apenas me observava, eu a agradeci mentalmente por isso. Pedi silêncio em meu apartamento. Um pouco de solidão e ela entendeu. Me deixando sozinho. Nem Belfair estava ali. Deixei meu melhor amigo com Cara e sua namorada. Eu acho que não estava em boas condições para cuidar de alguém tão carinhoso quanto ele. Sentei no sofá e chorei mais uma vez.

                              ...

No dia seguinte, os homens estranhos do crematório trouxeram pra mim meu amado carbonizado, em pó, dentro de um recipiente de prata pura. Chorei mais uma vez. Era horrível aquilo, era horrível passar por aquilo, por carregar aquele recipiente que parecia tão vazio...assim como eu me sentia, mas um dias depois da morte de Ed, eu vi no Tumblr uma imagem muito reflexiva, as duas pessoas estavam em uma estação de trem, e uma delas apenas vira o rosto e pergunta...'Está vendo aquele trem?' A outra afirma sem acaso, e a pessoa continua, 'Mesmo vazio ele continua seguindo...', A outra apenas fica confusa, 'Oque que tem isso?', a outra pensativa apenas responde, 'Faça o mesmo, por mais que esteja vazio, apenas siga'....É oque eu estou fazendo, seguindo, por mais que me sinta vazio, eu sei que não estou, suspiro pela milésima vez encarando a prata brilhante em meu colo, até que escuto a campainha tocar, resmugo me arrastando até a porta, a abro mas não havia ninguém ali, só oque meu falta mesmo, um idiota qualquer tocar a minha campainha por brincadeira, olho para baixo vendo um pequeno baú de madeira em verniz, o pego nos braços, confuso, tranco a porta do apartamento me sentando no sofá de couro que ainda tinha o cheiro dele, de Edward...abro o pequeno baú com rapidez, vendo duas cartas ali, é um post-it azul, com uma letra pouco cursiva que eu conhecia muito bem.

"Me despeje no lugar mais alto do nosso lar..."

Ed.xxx

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu apenas pego a chave do carro, o baú, e o recipiente de prata, correndo até meu Impala, dirigindo com dificuldade por causa das lágrimas que doíam como fogo na pele, estaciono o carro de qualquer jeito, em frente à um penhasco, abaixo dele, haviam as águas claras e agitadas do mar, me sento na ponta, deixando minhas pernas moverem-se contra o vento pouco forte, deixo o recipiente de prata ao meu lado, pegando o baú mais uma vez, tirando umas das cartas de lá.

"Para meu homem poesia, do seu querido Edward Hank."

Seguro a carta em minhas mãos, seu envelope era um pouco azul, cheiroso, e com pequeno pingos de falhas, como se fossem lágrimas, tiro o pequeno papel amarelado do envelope, passando meus olhos pela letra, meu coração se quebra mais uma vez.

"Homem poesia,

Talvez você esteja me odiando agora. Eu prefiro acreditar que não, mas as coisas não são assim. Você me deixa sem palavras Louis, e a dor que eu sinto ao te deixar, ao nos deixar, é algo tão perverso, que eu ao menos sei explicar. Sou Edward Hank Styles, seu noivo, e se eu não morri antes, como estou prevendo, talvez eu seja seu marido, o importante é que, pra mim Lou, você sempre será o amor da minha vida, foi a pessoa que me fez parar de procurar pelo mundo, alguém mais perfeito, porque simplesmente não há, você é Louis Tomlinson, um homem lindo apaixonado por um escritor bêbado, solitário e idiota, ele é seu ídolo e você é o meu. Aqui agora Loueh, enquanto eu estou sentado nesse banheiro de boate com cheiro de urina, me fez lembrar de como quando nos conhecemos, aquele bar acabado, e aquele senhor que parecia ser uma das melhores pessoas do mundo, que disse pra mim, que você era bom demais pra todo mundo, e eu acredito nisso, acredito mesmo, afinal você é extraordinário! Eu...eu não sei como dizer isso, não sei ao menos pensar em algo para lhe escrever, eu te amo tanto, e espero que sempre saiba disso, quando eu te conheci naquele bar, meu peito explodiu e o amor apenas começou, hoje eu não sei se existe mais à mim, já que pra mim, sempre é tudo sobre você, eu sou um escritor barato e fodido, e me apaixonei por um poema, você Loueh, pode ser um poema triste, um poema de amor, mas todos, todos os bons poemas, são escritos com paixão, tudo oque você faz é com paixão, desculpe-me por demorar a te entregar esse papel, eu só...acho que precisava te deixar um pouco sozinho, não vou escrever que estou morrendo, eu já estou morto à muito, muito tempo, desde o momento em que você sorrio pra mim, e eu soube que eu não estaria muito tempo por ali, só para apenas ouvir sua voz falar palavrões da maneira mais doce e arrastada que eu já tive o prazer de escutar. Eu diria que, eu tinha algo de muito ruim, que por mais que eu tentasse tirar, aquilo voltava, e pra sempre iria voltar, era algo genético, por isso antes de te conhecer, eu parei de tomar os remédios, daí eu te conheci Lou, e você foi a cura, mesmo que eu já estivesse morto, você foi a minha cura, Louis William Tomlinson, e eu acredito que por um momento...eu me senti mais vivo do que jamais estive. Então eu posso afirmar que..morri de amor.

Com amor

Ed.xxx"

As lágrimas, machucavam meus olhos pela segunda vez e eu me senti um pouco em paz, eu realmente o senti ali comigo e meu amor, você também foi minha cura, seguro o recipiente de prata despejando as cinzas no mar agitado, eu juro ter visto Edward sorrir enquanto voava, e isso me fez chorar mais uma vez enquanto passava minhas mãos por meu ventre, sentindo os movimentos calmos de minha filha, nossa filha, fecho meus olhos sentindo o vento beijar minha pele rapidamente, abro os olhos e vejo a face de meu homem uma última vez.
"Eu te amo Edward....para sempre" Ele me dá um sorriso doce e lindo enquanto desaparece aos poucos, fecho meus olhos novamente apenas lembrando de alguns momentos, principalmente o momento em que nos conhecemos, aquele bar, Zayn ao meu lado, e o belo homem de olhos verdes que me encarava tímido, eu apenas deixei mas algumas lágrimas banharem o meu rosto do jeito mais doce e disse adeus. Apenas, adeus.

Say something [M.preg] l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora