Capítulo 2: Oscilação.

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 Morgana estava usando um longo vestido com tons variados de verde escuro, seus cabelos negros estavam na mesma linha de medida de seus lóbulos da orelha enfeitada com vários ornamentos circulares, os tons escuros realçam sua pele pálida, lábios pintados em um vermelho sangue e mãos juntas em frente ao corpo coberta por luvas rendadas, seus pés pequenos ajeitados descalços porém cheios de tornozeleiras prateadas, a negridão de seus cabelos se estendia em seus olhos.

 Logo atrás dela estava um homem alto, pele morena no tom perfeito chegando quase a reluzir na presença da luz, possuía barba oval e cabelos negros igualmente aos de minha irmã entretanto havia mais movimento e ondulações em grossos fios de cabelo, usava uma camisa branca, que cobria até seus pulsos, com a gola devidamente ajustada, junto a ombreiras pesadas estava por baixo, preso, um pequeno manto avermelhado que terminava pouco antes de seus joelhos e por cima de sua camiseta havia um macacão de couro, aparentemente impermeável, na fivela de seu cinto havia símbolos entalhados, enormes botas pretas cobriam seus pés e suas mãos cobertas por luvas de couro, suas orelhas eram pontudas e curvadas, mais um elfo.

 - Enoque, estou grata por ter guiado minha irmã e querido amigo com segurança até Conaura. - ela lhe dirigiu um aceno de cabeça. - Sua esposa retornou da viagem ao sul com seu filho mais velho, por favor vá vê-los.

 Enoque se despediu dando um aperto de mão em cada um de nós.

 A iluminação da cidadela não era das melhores, semelhante a de uma taverna, as paredes eram constituídas por casas amontoadas, aquele lugar sustentava várias famílias e o espaço era pouco, reflito sobre a sensação de sufoco que devem sentir todo dia.

 Olhando a minha volta pude perceber a imensa quantidade de elfos e feiticeiros que habitavam ali, nenhum anão, vampiro, lobisomem ou fada. Apenas elfos e feiticeiro.

 - Sim, irmã, como pode observar não possuíamos mais aliados de diversas raças e para ser sincera acredito que os elfos apenas estão aqui por causa de minha união com Calisto. - Morgana se postou ao meu lado e quando pronunciou o seguinte nome, indicou com os braços a o homem que estava atrás dela anteriormente.

 Um sorriso sincero surtiu em seu rosto e dirigiu, a mim e Leoni, um aceno de cabeça.

 - Sou Calisto Adkins, rei dos elfos.

 - E recentemente do segundo mundo também. - afirmou Morgana.

 - Um momento, estou confusa, onde está papai e mamãe? - perguntei diretamente a Morgana.

 Seus olhos não conseguem sustentar meu olhar e logo miram para seus pés, não era um bom sinal, a tensão se instalou entre nos duas.

 - Meu caro feiticeiro, acredito que as damas necessitam de um tempo a sós, por que não vem comigo e lhe apresento a cidadela?

 Calisto passou seus braços envolta dos ombros de Leoni e o guiou para uma parte mais mercantil de Conaura.

 - Venha comigo, irmã. - seu braço pálidos enganchou no meu moreno, deixando claro a diferença de etnia entre as meia-irmãs.

 Morgana me guiou até uma fonte com uma grande estátua de nossa deusa, Aura, no centro da fonte junto a seu parceiro de guerra, Adreus, um grande urso albino.

 Na fonte haviam bolbirs, eram peixes que predominavam no Lago de Deys, Morgana deve ter pedido para alguém transportá-los para a cidadela, suas escamas brilhavam levemente e seu corpo alongado nadava tranquilamente.

 Sentamos na beirada da fonte, Morgana ajeitou seu vestido e me olhou para mim por longos minutos antes de seus olhos se encherem de lágrimas, vi em sua expressão que ela travava uma batalha interior com sua tristeza então me aproximei e a abracei, tentando passar todo pensamento positivo que tive em minha breve vida para minha irmã.

A ascensão dos condenadosOnde histórias criam vida. Descubra agora