- Poderia ser mais específico? - depois de longos minutos frágeis e goles secos minha voz saiu falhada.
- Não será nada que arriscara sua segurança. - Morgana se inclinou e apertou meu joelho, tentando me passar segurança, não havia certeza em seus olhos.
- Não podemos garantir isso, Alteza. - contestou Onofre.
Pude ver que os olhos de minha irmã faiscaram, segurança sempre fora algo que Mor valorizava mas agora isso não passava de um luxo.
- Me informe sobre o plano.- me virei para o conselheiro que me enviou um olhar de apreciação.
- Você e uma equipe com a função de proteger irão cavalgar pelo segundo mundo com o intuito de unificar os povos, há vários vilarejos espalhados por essas terras, temos que redireciona-los para Conaura e fazê-los serem leais e Calisto e Morgana.- Onofre foi me explicando os objetivos a serem alcançados por meio dessa expedição
- O certo seria eu realizar essa tarefa mas...- a rainha foi rudemente cortada pelo pequeno homem
- O povo a temê, muitos presenciaram a luta final entre ela e Thildrin, ficaram assustados. Foi um ato de descuido que custou o seu reinado.- Onofre foi frio com suas palavras como um pai repreendendo sua filha.
Morgana permaneceu quieta.
- É muito mais fácil pra eles acreditarem que a princesa que lhes abandonou busca redenção, e vai batendo de porta em porta pedindo perdão. Espero que não tenha um orgulho sensível.
- Uma coisa a menos para se preocupar. Quando partirei?- ajeitei a barra do meu vestido.
- Está de acordo com tudo isso, princesa? - Calisto direcionou toda sua atenção para mim, sabia que estava analisando minhas expressões.
- Sempre prezei pelo meu povo, seria contraditório se não fizesse essa jornada.
- Irmã, se não quiser fazer isso não sinta-se forçada. - Morgana se inclinou para segurar minha mãe.
- Querer é um mero capricho em um reino que está se reerguendo, devo fazer o que é melhor para o segundo mundo.- dei um tapinha em suas mãos pálidas. - Agora sobre os membros que irão me acompanhar nesta jornada, já decidiram?
- O plano inicial é aguardamos a recuperação da deusa para que assim ela possa te acompanhar mas Aeder me informou que talvez demore para isso acontecer, se for o caso teremos que prosseguir sem ela, o Onofre será responsável pela seleção de pessoas que irão acompanha-la. - Calisto girava os diversos anéis que tinha em seus dedos esguios.
- Minha única exigência é que Leoni participe, confio minha irmã a ele e sei que seria capaz de sacrificar a própria vida para salvar ela. - a Rainha endireitou sua coluna mas deixou seu olhar vagar pelas paredes úmidas do lugar.
A menção do feiticeiro me fez recordar que não havia conversado com ele desde toda essa turbulência, surgiu no meu peito uma necessidade extrema de recorrer ao meu velho companheiro.
- Não haverá sacrifícios e sua exigência será executada. - Onofre se levantou e o gesto foi imitado por todos, encerrando a reunião.
Lembrando que poderia ter uma ideia de como acelerar o despertar da deusa pedi para Samir me guiar até a biblioteca, o garoto simplesmente andou alguns metros da sala de reuniões e gesticulou uma extensa gaveta.
- São os livros que sobraram do incêndio. - disse ele pro fim e as peças se encaixaram.
Sete.
Apenas sete livros restaram, destruindo a história de vários povos, torci para que entre esse pequeno número estivesse o livro que eu precisava.
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A ascensão dos condenados
FantasyO segundo mundo se encontra em um estado pós-guerra, a princesa Marillac mais nova retorna quanto a permissão lhe é dada, a guerra acabou mas o povo está desunido, sua irmã agora luta pelo carinho de seus súditos, seus pais tiveram um destino pior q...