Caem as cortinas de pano ou de ferro
Caem as bombas
Caem os muros de Berlim ao redor do mundoCaem as máscaras
Caem as lágrimas
Caem na realCaem de cabeça numa ideia morta
Caem das nuvensCaem nas mentiras do governo
Caem nas besteiras dos que pregam a verdadeCaem nas páginas de um manifesto
Caem nas ideias de um político extremistaCaem das mãos do Cristo Redentor
Caem no teto do PalácioE por fim, caem num caixote de madeira
No fundo da terra
Já sem máscaras, sem lágrimas, sem ilusões, sem ideias
Apenas com um corpo que muito já caiu
(Enquanto os vermes não o devorarem também)E depois disso, se pudessem pensar, ainda achariam que realmente a esquerda ou a direita importava?
Que sua revolta armada valeu a pena?
Que seu golpe de Estado foi algo bom?
Que duas ditaduras instauradas ao redor do mundo mudaram algo?Aos vermes que primeiro irão roer as frias carnes do meu cadáver, meus sinceros vão se foder
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Bombas caem do céu e eu não quero abrir meu guarda-chuva
ПоэзияUm poema é uma bomba prestes a explodir E as bombas chovem e caem do céu e eu não quero abrir meu guarda-chuva Os poemas e as bombas possuem várias coisas em comum Um poeta e um físico nuclear não são muito diferentes Mas entre fazer poemas e f...