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Volteeeei 🎉

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~♥~

Quando Clara já estava adormecida fazia uns quinze minutos, Louis puxou a chave de dentro da gola da blusa social por baixo do blazer. Segurou-a com firmeza, fechando os olhos com força enquanto repetia uma prece sílenciosa: Por favor, leve-me de volta. Por favor, me mande para o tempo ao qual eu pertenço. Mas, ao abrir os olhos, ainda estava em 1910. Engoliu em seco, nervoso, as palmas das mãos frias e úmidas. E se desta vez não conseguisse voltar para casa? E se estivesse preso no passado, forçado a viver para sempre aquela existência espectral?

Bem naquele instante, o relógio de mesa bateu quatro horas da manhã. A casa estava num silêncio estranho depois de o baile ter terminado, e os Tomlinson e os empregados terem ido dormir. Louis sentiu-se aflito para ir embora dali. Saltou da cama de Clara e dirigiu-se à porta do quarto. Até aquele momento, havia sempre ido atrás de Clara, não tinha precisado usar a própria forma física para nada. Respirando fundo, virou devagar a maçaneta e sorriu quando a porta se abriu em silêncio. Acho que posso andar por aí sozinho, pensou, aliviado.

Saiu do quarto na ponta dos pés, desceu as escadas e chegou à porta de entrada da Mansão Tomlinson. Deteve-se no jardim da frente por um momento, depois abriu o portão, saindo para a Quinta Avenida.

Louis percebeu que a velha Nova York era escura, silenciosa e deserta, num contraste brutal com as noites agitadas e brilhantes da cidade na sua época. A única iluminação vinha do brilho tênue das lâmpadas da rua. Louis estremeceu, assustado com a ideia de estar sozinho em plena madrugada de cem anos no passado.

De repente, viu um vulto se aproximando, vindo da Mansão Styles, e ficou paralisado. Seria Harry? Ele Vinha de cabeça baixa e ainda trajava o smoking do baile. Ao se aproximar, ele o viu e se deteve. Estavam separados por alguns metros, olhando um para o outro. Louis sentiu a respiração ficar presa na garganta. Mesmo a escuridão não conseguia esconder a incrível beleza dele.

- Que faz aqui fora a esta hora? - perguntou Harry, depois de uma longa pausa.

- Eu poderia perguntar o mesmo - respondeu Louis, esforçando-se para soar despreocupado.

Harry se aproximou mais um passo, e o rosto foi iluminado pela luz da rua. Louis estremeceu ao ver o lado esquerdo da face dele, inchada e vermelha.

- Que aconteceu com você? - Louis exclamou.

- Meu tio me bateu - disse Harry, impassível. - Nossa breve dança me rendeu uma boa surra.

- Ah, meu Deus. Eu sinto tanto. - Sem pensar, Louis foi até ele. - Como seu tio pôde fazer isso com você? E seus pais, onde estavam?

Harry soltou uma risadinha.

- O irmão do meu pai é o chefe da casa agora. Ele tem tido a liberdade de fazer o que quer desde que meu pai morreu há dois anos, e minha mãe não se importa. Ela não pode ser incomodada com nada além dos seus compromissos sociais.

Por um instante, Louis apenas o observou. Sua infelicidade era tão óbvia, e ele estava muito diferente do Harry descontraído e sorridente de seus sonhos.

- Sinto muito - Louis sussurrou, erguendo a mão para tocar com suavidade a face ferida. Harry estremeceu, mas não afastou a mão dele.

- Quem é você? - ele perguntou em voz baixa. - O que fez comigo?

Louis recuou.

- Como assim. O que fiz com você?

- Por que estou vendo alguém que ninguém mais vê? Por que sinto coisas que não deveria sentir por um garoto?

 Timeless 🌹 'L.S'Onde histórias criam vida. Descubra agora