Free Minds (Mentes Livres)

CAPÍTULO 6

Mas um dia, ontem minha sobrinha não pôde vir, ela foi a casa de uma amiga para um trabalho escolar, então vi doramas o dia todo, só parei para comer, tomar banho, fazer minhas necessidades e escovar os dentes, foi um dia bom e ruim.

  Bom pois pude atualizar meus doramas e ruim pois não tive com quem conversar, minha mãe passou a tarde toda fora, só chegou do mercado, largou as compras e saiu de novo.

   Mas agora, cá estou eu, sentada em minha cama olhando para a tela do celular, verificando as horas que por sinal já se passaram de meio dia e meia.

    Escuto a porta que até então estava encostada e minha sobrinha entra. Senti tanto a sua falta, e, pensar que quando ela estudava a tarde, a gente só se via nos sábados, domingos e feriados, menos quando chovia, pois não tinha como ela vir até minha casa, pois é o pai dela quem a trás, de moto. Não sei como a gente conseguia aguentar tanto tempo assim.

- Terminei o dorama do Suk. Cara, foi muito massa! - Falei me lembrando das cenas e sorrindo.

- É? E como foi o final? Ele virou "humano"? Eles ficaram no mundo real ou no webtoon? - Perguntou ela curiosamente e sorrindo.

    Contei detalhe por detalhe, lembro de praticamente tudo, pois esse com certeza foi um dos melhores doramas que já vi na vida e olha que em um ano eu vi cento e poucos, sem contar os mini.

   Ficamos muito tempo, quase três horas falando sobre isso eu amo tanto conversar disso com ela, sorte a minha que ela ama spoilers, pois contei tudo, tudo mesmo. E ela não é muito de assistir, ela meio que empaca e vê de séculos em séculos, o menina para enrolar.

- Vamos brincar de novo? De psicóloga e paciente? - Perguntou animada.

- Vamos! Estou com inspiração hoje, tem cada coisa que veio na minha mente que meu Deus. - Falei a ela.

  Sinceramente eu gostei dessa idéia, dessa brincadeira, amei, amei saber que ela é como eu, que ela me entende e compartilha das mesmas paranóias que eu.

- Por que sou humana? Por que não sou uma planta? Objeto? Até mesmo um animal ou inseto? - Perguntei meio que retoricamente.

    Isso é tão estranho, eu poderia ser até uma caneta, mas não, eu tive a sorte, ou azar, dependendo do ponto de vista, de ser humana.