CAPÍTULO 1

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     São 5:00h da manhã, minha mãe já está aos berros pela casa, está gritando com o gato que subiu na mesa.

   O motivo de eu estar acordada a essa hora? É que ela me obriga a tomar o remédio de dormir muito cedo e consequentemente acordo cedo também.

   Ela ligou o rádio. É a hora da missa. Sabe oque acho engraçado? Ela se achar a santa, rezar, ouvir só músicas de Deus e praticar nada disso.

    Eu sei que temos que amar nossa família, mas minha mãe, minha mãe não merece ser amada!

  Na bíblia está escrito que devemos respeitar os mais velhos, respeitar nossos pais. E quanto a eles? Quanto a nossos pais? Eles não devem respeitar os filhos?

    Minha sobrinha favorita chegou, o nome dela, é o mesmo que o meu, obra da mãe dela vulgo minha irmã.

   É tão bom ter alguém como ela, como minha sobrinha, ela me entende, somos praticamente iguais, uma das nossas poucas diferenças é que eu prefiro salgados e ela é uma formiguinha, ama doces.

    Fui até o portão para acompanha - lá até meu quarto, fecho a porta e ela bota sua bolsa e mochila em um canto, tira o tênis, joga o celular, carregador e fone em cima da cama e sobe encima da mesma.

- Oque a gente vai fazer hoje? - Perguntei.

- Já sei! E se a gente brincar de psicóloga e paciente? - Respondeu minha pergunta com outra. Ela ama psicologia, seu sonho é se formar nisso. Sei que sou adulta e ela tem 15 anos, mas brincar assim, imagino eu, não é algo infantil, certo?

- Mas eu sou mais velha, e tipo eu quem serei a paciente, não tem problema? - Perguntei em dúvida.

- Não né! Dããr! Os idosos se consultam com pessoas mas novas também, então não há problema com isso! - Respondeu revirando os olhos e rindo logo depois. - Vamos!

    Eu amo tanto ela. Minha princesa! É tão bom poder confiar em alguém, e, a pessoa confiar em mim igualmente. Ela é meio bipolar, talvez até demais, mas sinto que ela me ama, assim como a amo.

   Ultimamente me sinto tão sentimental. Em minha cabeça se passam milhares e milhares de perguntas. Está tudo rodando em minha mente. Penso tanto que minha cabeça chega a doer, pois se passa muita coisa ao mesmo tempo.

  A cada palavra que digo, sinto que saem enroladas, parece que minha língua da um nó, é uma sensação estranha, agoniante. Minha sobrinha disse que já havia reparado nisso, mas acha normal, pois de vez em quando para ela também parece, ela também sente.

    Era para ser uma brincadeira de psicóloga e paciente, mas sinto que vai parecer uma aula de filosofia. Agora saberemos oque temos em comum, as dúvidas e principalmente, as perguntas, as perguntas sem respostas.

    Caros leitores e leitoras, imagino que muito de vocês devem ter esses pensamentos e acham que ninguém irá os entender. Mas eu entendo, imagino que temos algo em comum.

- OK! Vamos começar! Mas tipo, se você também tiver alguma pergunta, me fala, por que aí saberei se temos ela em comum e tals.

- OK! Comece! - Falou ela sorrindo e me encarando. Por onde começar? Nossa! É tanta coisa. Aah já sei!

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