CAPÍTULO 9

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Sobrinha

    Será que minha tia também tem essa dúvida? Esses pensamentos? Não me custa nada Perguntar.

- É possível ir para o inferno só com pensamentos? - Perguntei a ela, claro que não temos a resposta, mas eu acho interessante conversar isso com ela.

- Será? As vezes eu penso em coisas erradas fazer coisas erradas, mas eu não faço, não as trago para o mundo real. Será que até por pensar, a gente se torna alguém muito ruim? Que merece ir para ''baixo "? - O que ela disse faz sentido. Ficamos pensativas por um bom tempo, até minha mãe bater na porta do quarto, abrir e nos convidar para ir na Havan.

  Aceitamos ir até lá com ela, minha mãe pagou suas contas que são mensalmente pagas. Comprei uma caixa de Bis, como eu tenho dinheiro? Meu pai me dá 35,00 todo o mês, já que ainda tenho somente 15 anos, não trabalho e principalmente por que não preciso de muito.

- Eu pedi para nascer? E, porque será que sou assim? Tenho essa aparência? Essa voz? Essa personalidade? - Perguntou ela assim que pisamos dentro do quarto.

   E também, por que sou assim? Com meus problemas e tudo mais? Será que há uma explicação? Uma que faça sentido?

- Aham! E qual será o motivo das pessoas julgarem tanto as outras por não serem bonitas? Isso não faz sentido, não foi escolha dela ter essa aparência, nunca irei entender esses julgamentos.. - Falei e ela concordou comigo com a cabeça. Seria um verdadeiro sonho realizado se as pessoas pensassem assim como nós.

- Eu tenho medo das pessoas, de andar muito perto, eu não sei o que se passa na mente delas, e se quiserem matar alguém? E se esse alguém for eu? É por isso que prefiro minha casa, minha cama, ou melhor, meu quarto. - Falou ela, o pior é que é assim mesmo, da um medo, uma insegurança, um aperto no peito, e quando elas me encaram? Parece que estão me julgando, me achando estranha, um ser de outro mundo.

- Como pode existir pessoas tão inteligentes? Que fabricam espelhos, criam celulares, produtos de limpeza, as coisas em geral? Como é possível? Eles colocam peça por peça, fio por fio, é uma coisa surreal. - Falou ela.

- Eles são mesmo humanos? - Perguntei meio que rindo.

  Minha vó bateu na porta, nos avisando que o café estava pronto, paramos de rir e fomos em direção a cozinha.

   Se tem uma coisa que amo, essa coisa é café, imagino que minha ansiedade esteja assim pela cafeína, mas não consigo parar de tomar, é um vício.

   Não tenho muito o que falar sobre mim, minha vida não é interessante. Mas ao contrário da minha tia eu tenho amigos, tenho 4 da escola, e tem meus amigos que mesmo sendo colegas de classe eu os considero algo a mais, eles não são os melhores, não mesmo, mas quando alguém precisa de ajuda, eles vão até o fim.

   Sabem o que eu faço em casa? Praticamente nada. Minha vida é baseada em sentar no sofá da sala, assistir TV, mexer no celular, ler e escrever livros, é assim, todos os dias. Faço isso até ir a casa da minha vó na parte da tarde basicamente todo dia.

   Após o café, voltamos ao quarto para  continuarmos a nossa conversa. Eu estou a cada dia gostando mais disso, me sinto bem a contando tudo, sempre quis ter alguém em que fosse como eu e realmente entendesse.

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