Retratos de Uma Vida (degustação)

Capítulo SEIS

Não vi o Victor pelo resto da semana e vejo que ele disse a verdade em não me demitir. Não vi Amanda novamente e silenciosamente agradeci por isso. Voltei com as aulas de Krav Maga na segunda feira seguinte.

Minhas aulas eram na academia que a minha tia trabalhava como personal. Ela não precisava do dinheiro já que seu ex-marido tinha falecido e deixado uma grande soma de dinheiro e alguns imóveis, mas ela sempre se preocupou com a saúde e fazia mais como hobby. Ela também dava aulas de alongamento para a terceira idade, todos os dias bem cedo na praia. Ela era divertida e todo mundo que a cercava se encantava com ela. Além de ser muito bonita.

– Boa Noite tia.

Ela estava com a sua calça de ginástica e uma blusa azul com a palavra "Personal" escrita nas costas.

– Bonequinha! Depois que começou a trabalhar quase não tenho te visto. – Ela dizia enquanto me enchia de beijos. Eu a amava como uma mãe.

–Eu sei, estava deixando as coisas em dia para voltar.

Contei a ela da viagem que estava para fazer em uma semana.

– Que bom se precisar de alguma ajuda pode falar. – Disse que sim e ela continuou – E Luke como está?

– Bem, ele tem trabalhado bastante também.

– Que bom, mande um beijo para ele, já tem alguns dias que ele não me liga.

– Pode deixar que eu aviso sim.

Nesse momento vejo meu professor de Krav Maga passar por mim e me cumprimentar.

– Que bom que resolveu voltar Jennifer, sua tia falou que você vinha.

Ele disse me dando um beijo em cada bochecha.

– Senti falta das suas aulas, Carlos.

Carlos era mulato e seus braços eram enormes. Na verdade ele era enorme, quase dois metros de altura.

– Vou só deixar minhas coisas e já estou subindo para dar início à aula.

–Ok.

Despedi-me da tia Jô que já estava esperando seu próximo aluno. Foi bom saber que eu não tinha perdido meu condicionamento físico mesmo depois de tanto tempo sem frequentar as aulas. Consegui fazer todos os movimentos durante a uma hora e meia de aula e quando terminei estava mais leve e muito exausta.

Voltei a pé para casa, queria continuar me exercitando, sempre gostei de academia. Foram trinta minutos caminhando até a minha casa. Quando cheguei Luke tinha preparado a janta. Levantei a sobrancelha quando vi a mesa arrumada.

– O que você está fazendo? – Perguntei para Luke que estava tirando uma torta do forno.

– Eu vi algumas receitas na internet e resolvi fazer.

– Por quê?

– Se não quiser, não precisa comer.

Ele estava sorrindo quando mostrou o que ele tinha feito.

Muito bem arrumado estava numa travessa carne assada com batatas assadas e cenoura ralada.

– Meu Deus, meu irmão virou um mestre-cuca! - Pausa - O que você está querendo, pode dizer?

– Porque eu faria isso para te pedir alguma coisa? – ele disse na defensiva.

– Porque é o que você sempre faz.

Rimos.

– Bom - ele começou – Na verdade não quero que faça nada para mim, mas eu queria te contar uma coisa.