Por que fadas não existem?

Capítulo 10

Anelise:

Os dias foram se passando e nada do Ricardo. Acho que ele não queria me ver, ou se queria, estava esperando que eu desse o primeiro passo.

Isso eu não faria, não por está com raiva dele, pois a raiva já havia passado, mas sim por orgulho. Ninguém nunca me veria voltando atrás em uma decisão, e o Ricardo me desrespeitou, eu mereço desculpas.

Fazem três meses desde nossa ida ao parque, por que ele não liga?

Eu tento fingir para todos aqui em casa que isso não me afeta, que não estou nem me lixando para aquele idiota, mas eles me conhecem bem demais para caírem nessa.

Hoje tem festa de aniversário da loja em que trabalho, e mesmo não estando a fim de ir, eu vou, pois se eu não fosse imagina o que todos pensariam, a pobre e encalhada Anelise não vai a festa porque está sofrendo.

Nunca deixaria que dissessem que, Anelise D'cesar andou sofrendo por um homem, --
mesmo que isso passasse um pouco pela verdade.-- não tenho porquê chegar sedo a festa, pois certamente a minha querida gerente me clocaria para ajudar na preparação.

Com uma nova calça que meu irmão me deu, -- ela é jeans com estampas verde e cinza, como as do exército. -- uma blusa branca e uma jaqueta jeans que comprei, mesmo minha mãe dizendo que parecia que alguém já tinha usado e lavado com água sanitária. Háháháháhá. Saio mais sedo, pois vou visitar o Mario.

Nesses três meses, nos tornamos amigos, não só ele, mas também seu pai e sua madrasta são gente boa.

Saio caminhando, indo a pé dá tempo de passar lá, como havia prometido, mas também me dá a desculpa de está indo a outro lugar se pot acaso eles me pedirem para ficar mais um pouco.

Não que eu não goste deles, pois eu gosto, mas não me sinto bem perto daquela família feliz. O fato de ver
olhares de carinho e compressão sempre que achavam que ninguém estava olhando, me fazia perceber o quanto os dois se amavam e isso me deixava com expectativas, me deixava nervosa.

Eu não quero expectativas em minha vida, pios sei que depois vou quebrar a cara.
Chego lá com tempo ainda, mas digo que estou só de passagem, o que não é mentira.

Converso uns instantes com o Mario, que está exultante, pois tirou deis em uma avaliação de matemática, digo que passarei lá outro dia e parto para o shopping.

No ônibus, percebo tarde de mais que estou menstruada. Merda! O que faço agora?

Todo o trajeto vou rezando e pedindo para que não vaze e
manche toda a calça. Desgraças assim vive acontecendo comigo.

No shopping passo em uma
farmácia, compro alguns absorventes e corre para o banheiro, e fico aliviada ao contatar que o estrago era pequeno. Não sei para quer vou a festas, algo sempre dar errado quando eu estou em
uma.

Já na loja eu e minhas colegas de trabalho devemos pensar do mesmo jeito, pois todos estão chegando agora. Cumprimento a todas, pego um copo de refrigerante e vou para um canta afastado. É lá que almejo passar o resto da festa.

Tudo transcorria bem, eu comi alguns salgadinhos tive algumas conversas sem graças com alguns colegas, até que me chefe o senhor SSSSSe vem ao meu encontro, e é claro que com ele vem também todos os olhares dos presentes.