Capítulo 5

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Anelise:

Combinamos de irmos juntos ao show de uma banda de rock'n'rall, aqui perto. Na verdade descobrimos que nem gostamos desse estilo de música, mas vamos nesse show de adolescentes mesmo assim. Hahahahaha...

Jovens, amalucados, que acham que vão ganhar o mundo, e muito dinheiro com as músicas que fazem para nos divertirmos e rimos deles enquanto não estiverem olhando, e talvez possamos dar alguns conselhos para os pobres iludidos.

Soubermos desse show através da última aquisição do meu irmão, uma linda loira de olhos esverdeados e  vizinha de um desses adolescentes, nos disse que não podíamos perder um show tão bom já que gostávamos tanto de Rock'n'rall. Palavra dela, não minhas.

Só demos a entender que gostávamos desse estilo musical, porque ela nos pegou falando em código sobre o relacionamento dela com meu irmão.

Que por sinal está em reta final. Visto uma calça jeans preta lisa, meu sapato star com tachinhas e uma blusa que comprei outro dia com os dizeres: A baixo á segregação, seus bundões!

Me pareceu o ideal para uma tarde de rock'n'rall. Logo, logo o Ricardo chega. Ele teve uma luta ontem então deve está com uma ótima aparência. Heheheheh...

-- Vai sai, filha? -- tenho um sobressalto ao escutar minha mãe perguntar na porta do quarto.

-- Vou sim. Então como estou? -- pergunto mostrando meu luke para ela. Que faz uma careta de desaprovação e diz:

-- No meu tempo, se eu sai-se assim na rua seria linchada por ser confundida com uma drogada ou coisa pior.

-- Os tempos mudam, mãe. Agora a senhora poderia me fazer o favorzinho de trançar o meu cabelo? Vaaaai? -- peço,  fazendo beicinho.

-- Senta ai na cama.

-- Tá. -- eu a obedeço com um sorriso mal desfaçado. Não fazia muita questão da trança, mas sempre é bom um cafuné da minha mãe. Lembro-me de quando era criança e ela ficava fazendo cafuné ate eu dormi.

-- Você vai com esse seu novo amigo? -- ela pergunta, com uma pequena ênfase no nome amigo.

Olho de esguelha para ela, ah não, la vem as errôneas conjecturas da mamãe.

-- Mãe! Pode parando com isso.

-- Eu não fiz nada. Mas já que você ficou toda bravinha, onde há fumaça há fogo, não é o que dizem?

-- Nem vem.

-- Não está mais aqui quem falou. E ai está uma trança perfeita.

-- Obrigada.

-- Há que horas ele chega?

-- Da qui a pouco.

-- Talvez dê para ele experimentar uns de meus biscoitos amanteigados que estão no forno. -- ela falou, se dirigindo rapidamente a porta. Nossa, minha mãe nunca muda.

***

Ricardo:

Meu corpo doía como se um caminhão tivesse passado por sima, se bem que os punhos daquele cara eram quase do tamanho de pinéus, mas pelo menos eu estava mais do que apaziguado.

Com os músculos doendo como estavam, não precisava me preocupar de ficar com raiva e atacar alguém, até porquê, se isso viesse a acontecer eu não poderia fazer nada a respeito, não é mesmo?

Chegando na casa da Anelise, bati a porta e uma senhora simpática me atendeu.

-- Olá, você deve ser o Ricardo, amigo da Anelise, certo? -- concordei com a cabeça, ela me estende sua mão. -- Prazer Dedé, a mãe dela.

Por que fadas não existem? Onde histórias criam vida. Descubra agora