NOTAS Iniciais:
Oiie! Tudo bem com você?
Perdi o prazo de sexta-feira porque foi um dia bem corrido, mas aqui estou para mais uma atualização com o capítulo revisado e editado.
Boa leitura!
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Willy
O relógio é nada mais, nada menos que um modelo de bolso do Século XVIII, feio de ouro com desenhos abstratos em alto relevo, na tampa destaca-se uma rosa no meio. A corrente é feita por pequenas bolinhas. Retiro o relógio da mão de Thomas sentindo o peso e os desenhos deste contra os meus dedos, não me demoro a abrir a tampa, os ponteiros marcam a hora certa em algarismos romanos. Os detalhes nas bordas chamam a minha atenção ao mostrar-se um conjunto de flores entrelaçadas pelas folhagens bem trabalhadas e minuciosamente detalhadas, o capricho me reforça que tudo fora feito a mão.
– Sei que você sempre quis um. – Thomas diz ainda atento às minhas reações, o sorriso, embora trêmulo, permanece em seus lábios. – Então, você gostou?
– É lindo. – Digo simplesmente. E acrescento: – Obrigado!
Mesmo meu agradecimento sendo sincero, nenhum sorriso aparece em meus lábios. Tudo bem, ele me deu um relógio lindo, mas e as outras duas joias que ele comprou no leilão? Para quem seriam? Talvez, uma para mim, mas e a segunda? Na verdade não preciso de diamantes ou pedras preciosas, afinal, desenho e monto algumas das peças mais desejadas da Alemanha atual.
– Ganho apenas um obrigado? – Thomas pergunta sorrindo de maneira confiante.
– Porque comprou duas joias se já havia me comprado o relógio? – Respondo-o com uma pergunta, ignorando completamente dele.
– Daqui uma semana é o aniversário das nossas mães. Pensei que elas talvez gostassem de receber algo antigo e bonito. - Fala dando de ombros e olhando-me seriamente nos olhos. – Essa noite você está estranho!
Thomas diz a última frase passando as pontas dos dedos de uma das mãos em minha sobre minha bochecha do lado direito, um carinho lento e leve, contrastando completamente nossas ações de momentos atrás. E pela vigésima vez, apenas essa noite, sinto meu coração disparar, mas dessa vez ele o sentimento que o rodeia é a culpa que sobe por minha garganta formando um grande nó. Fecho o relógio e seguro-o com força contra o meu peito.
– Sinto muito se não ando muito receptivo ultimamente. Nossas agendas não estão coincidindo e você sabe que quando isso acontece, acabo comporto-me mal. – Digo engolindo em seco e sentindo meu corpo tremer levemente, por fim abro um mini sorriso e noto sua expressão tornar-se mais serena refletindo a minha.
– Tudo bem, Lieb! Me desculpe pela minha agenda, muitos clientes novos tem chegado e algumas coisas estão sendo ajustadas, lamento muito por isso. - Diz Thomas segurando meu queixo de maneira delicada, mantendo nossos rostos próximos e nossos olhos conectados. Um sorriso malicioso se desenha em seus lábios ao continuar: –Você está muito cansado para uma taça de vinho, queijos e uma dança lenta na sala de estar?
Estreito meus olhos ao ver um brilho antigo que há muito não via nos olhos castanhos, talvez, eu esteja cismado e ele não esteja me traindo; talvez eu deva dar um voto de confiança ao meu marido. "- Filho, aí do homem que confia em outro homem!", a voz preocupada da minha mãe ecoa em minha cabeça, essa frase foi dita em meio a muito sofrimento quando meu pai foi embora com outra mulher. Deixando para trás um filho de seis anos e uma esposa grávida do segundo filho, que nunca nasceu por causa de um aborto espontâneo. Felizmente, mamãe pôde contar com a ajuda do meu tio e do meu avô, esse último nunca foi à favor do casamento de sua única filha com um sujeito como o meu pai, um homem sem responsabilidades e lealdade, que gastava boa parte do seu salário em bailes e jogos.
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Não Posso Deixá-lo (Romance Gay)
Romance"Afortunados são os que amam e são correspondidos com a mesma intensidade!" - Maristela Chaves Um casamento em crise. Um sonho que pode se transformar em um pesadelo. Willy nunca pensou que após cinco anos de casamento ele sentiria o medo de sofrer...