Vou voar para longe

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Marina ON
Vou voar para longe. Ver-me livre do que tanto me reprime e ser mais solta.
Tiro umas fotos, guardo este momento. O momento de espera para ir para onde quero ficar durante muito e muito tempo. Sinto-me nervosa, afinal vou andar de avião sozinha e vai ser a minha primeira vez. Essa era uma coisa da minha lista e estou feliz por poder riscar mais uma alínea, mas nunca pensei sentir esta pilha de nervos. Falo com Ryan e Charlie por mensagens e de certo modo eles me tranquilizam um pouco.
Charlie está ansioso por finalmente estar comigo, tal como eu estou, já Ryan eu não sei bem como ele se sentiu pela novidade, ele foi indecifrável. Ele demorou mais do que costume a responder á minha bomba, mas ele disse que realmente estava contente por mim. O que me incomoda é que ele parece não estar minimamente interessado em se encontrar comigo, se estivesse era das primeiras coisas que diria, certo? Mas eu vou dar-lhe espaço, afinal ele pode não estar habituado à ideia de eu estar tão perto, ele não se preparou mentalmente para isso.
Então chegou a hora. O avião vai descolar! Eu fecho os olhos, sinto como se a minha alma gritasse, e o meu corpo já não me pertencesse. Tantos pensamentos passam pela minha cabeça e o meu coração parece que vai sair do meu corpo, está incontrolável. Abro finalmente os olhos e é uma sensação incrível ver tudo em miniatura lá em baixo.
Voei durante longas horas e cá estava eu à espera do meu "querido" pai. Mais ansiosa não podia estar hoje. Era tudo ao mesmo tempo: a viagem, ver o meu pai depois de 15 anos, ver Charlie e Ryan. Eu achava que ia ter um ataque de ansiedade, mas não podia, então apenas tentava controlar a respiração para que não ocorresse nenhuma falha  e todo o meu sistema desse alerta vermelha ao meu sistema nervoso.
Ouvi o meu nome e olhei na direção da voz. Ouvir "Marina" nunca fez o meu coração ser destruído tão facilmente. Era o meu pai, eu não tinha muitas lembranças dele, já que ele decidiu deixar-me quando era ainda uma criança sem noção, mas ouvir o meu nome na sua voz era como se despertasse um furacão dentro de mim. Andei até à direção daquele homem de cabelos grisalhos e olhos cor de esmeralda, tal e qual como os meus. Não disse nenhuma palavra, acho que ele não a merecia. Ele sorriu que nem um bobo e eu continuei séria, até que desfiz toda a felicidade no rosto dele. Pobre Michael.

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