— Angel vem comigo agora! Tentaram matar você e ainda podem tentar, não dá pra fazer mais nada pelo John agora. Vem, agora! – Tyler diz estressado e me puxa com tudo para dentro do hotel. Ele me empurra para dentro do elevador e aperta o botão da cobertura e pega o celular no bolso da calça e disca o número de alguém rapidamente. Me encolho na parede do elevador sentindo meu corpo fraquejar.
— Arthur, não deixa ninguém subir pro meu quarto e avisa os Thompson do que aconteceu! – Ele diz e olha pra mim. — Você me dá mais trabalho do que eu esperava – Saio do elevador com ele e ele me encara. Eu não sabia o que sentir, minha fecha ainda não havia caído, eu não estava em luto ou triste, eu tinha uma imensa vontade de chorar, porque eu sentia sim a dor da perda, mas eu não sabia assimilar o que estava acontecendo. Eu só sentia a dor, sabia que John estava morto, mas meu mundo estava parado. Era como se as órbitas estivessem saído do lugar e tudo não fizesse mais sentido, não na minha concepção de sentido. Aquele tiro era pra mim, Elly mandou me matar, e eu sinto que meus filhos estão em perigo, ela vai tentar algo contra eles.
— Eu tenho que ir pra Los Angeles – Digo e dou meia volta a caminho do elevador.
— Não! Você tá em perigo Angel, não dá pra saber se essa foi a única tentativa, vão tentar de novo e podem conseguir! – Ele diz me segurando — Seu vestido está sujo de sangue e suas mãos também.
— Eu não me importo Tyler! Meus filhos estão em perigo, a Ellison vai tentar machuca-los eu tenho certeza – Faço ele me soltar, mas ele trava o elevador e eu o olho furiosa.
— Você não vai sair daqui! – Ele diz irritado.
— São os meus filhos, a minha família Tyler, você não vai me trancar aqui e deixar que meus filhos corram perigo. – sinto meus olhos queimarem pelas lágrimas e Tyler suspira.
— Eu não posso deixar que nada aconteça com você, ela não vai tentar nada contra os seus filhos. Ela quer o seu marido não é? Ela só precisaria se livrar de você, e não das crianças. Eles não estão em perigo Angel, mas você sim e você precisa me deixar proteger você.
— Você não tem como ter certeza – Insisto.
— Não, eu não posso ter certeza, mas eu tenho certeza de que é você que ela quer matar e se você não ficar em um lugar seguro e com alguém que pode te proteger, ela vai conseguir isso! – O telefone dele toca e ele atende imaginariamente. — Pode deixar que eles subam. – Ele desliga e volta sua atenção para mim — Você precisa de um banho – Ele diz e eu paro de tentar protestar contra ele, ele sempre ganhava. Suspiro e caminho até o banheiro dele, ele pega uma camisa limpa e me dá junto com uma toalha. Entro no banheiro, fecho a porta e tiro o vestido do meu corpo, o jogando no lixo. Ligo o chuveiro e a água quente respiga no meu corpo me fazendo ter mais vontade de entrar embaixo dela, quando minha pele entra em contado com as gotas quentes eu vejo o chão branco sendo manchado com o sangue de John que estava em mim. Sinto as lágrimas se misturarem com as lágrimas e o desespero invade minha mente. Eu conhecia o John a tantos anos, todas as vezes que eu me enfiei em problemas, ele estava lá pra me ajudar, e a recompensa dele por isso foi ser morto.
— Cadê ela? – Ouço a voz do meu irmão e fecho os olhos sentindo minha cabeça doer, eu não queria ver ninguém. Desligo o chuveiro e me seco, colocando a camisa de Tyler no meu corpo. Não faço questão de pentear meus cabelos molhados e saio do banheiro entrando no campo de visão dos meus irmãos, Rafael vem até mim e me abraça o mais forte que ele conseguia e eu apenas envolvi meus braços no seu corpo. — O que foi que aconteceu? – Ele pergunta olhando pra mim.
— A Ellison mandou me matar – Digo sem emoção.
— Ela é sua melhor amiga, porque ela faria isso? – Leandro pergunta.
