Zayn Pov.
Ouço um chute na porta e olho assustado. A imagem do meu pai parecia uma alucinação, para falar a verdade, eu não sabia mais o que era real ou não.
— Seu moleque! – Ele diz e eu percebo que é sim real. — Você se acha muito homem por trair e ainda bater na sua mulher?
— Eu não bati nela – Do que ele estava falando, eu nem vi a Angel pessoalmente hoje, ou vi...
— O que são aquelas marcas no corpo dela? De cinta Zayn? Você bateu nela com uma cinta? – Ele abre o cinto da sua calça e o puxa. Minha cabeça dá um nó e como se eu acordasse, vejo Angel vejo chegando em casa com o Thomas e eu dando cintadas nela, depois te ter lhe acertado um tapa. O objetivo de couro que estava na mão do meu pai acerta a pele das minhas costas e eu me arqueio para frente e ele acerta mais uma vez.
— Para! – Eu peço e ele aumenta a força. Sinto minha pele rasgar e as lágrimas começam a descer pelo meu rosto.
— Você apanhou pouco quando era criança, por isso se tornou esse merda! Aceitei todas as suas crises seu drogado de merda, mas eu nunca vou deixar que um filho meu bata em mulher. – Seus golpes passam das minhas costas para os meus braços e depois para minhas pernas, eu estava chorando igual criança e isso o incentivava a me bater ainda mais.
— Yaser já chega. – Minha mãe diz desesperada e seus olhos lacrimejam ao ver meu estado no canto da sala. — O que você fez com o meu menino?
— Fiz o que eu deveria ter feito a muito tempo. – Ele chuta minha costela e eu gemo de dor. Minha mãe vem em minha direção assim que ele sai da minha casa e me ajuda a levantar, meu corpo doía cada centímetro, tanto pela surra quanto pelo alto nível de heroína no meu sangue.
— Filho – Ela diz e eu desabo a chorar. Deito a cabeça no seu peito e ela me abraça com amor, eu realmente era um merda, eu tinha tudo... E joguei fora por causa de uma vagabunda qualquer, perdi a mulher da minha vida e perdi meus filhos. Eu fiquei anos esperando por ela, anos desejando estar com ela e eu simplesmente destrui tudo.
— Eu não queria machuca-la – Soluço e ela acaricia meus cabelos. — Eu juro que não queria, eu a amo. – Minha mãe não diz absolutamente nada, apenas fica fazendo carinho no meu cabelo enquanto eu choro feito um bebê que está longe da mãe a horas.
— Ela estava mal quando eu a vi hoje filho – Olho para ela me sentindo ainda pior — Mas é por que ela te ama, e pode ter certeza que não vai ser fácil te-lá de volta. Você a traiu, pela segunda vez.
— Mãe, eu não consigo explicar o porque eu fiz o que fiz, mas eu não queria, e quando ela me disse que tinha dormido com o Thomas, tudo o que aconteceu no passado veio na minha cabeça em uma velocidade que me deixou descontrolado e eu...
— Você bateu nela! – Ela diz em tom de reprovação e eu volto a deitar em seu colo. — Eu preciso falar com o seu pai. – Ela levanta me deixando sozinho naquela casa e quando a porta se fecha e o silêncio toma conta meu coração aperta. Eu já não sentia mais o cheiro dela nas coisas, ainda tinham vestígios dela aqui, como o pijama jogado no chão, o livro que ela sempre lia ou enrolava para ler... Os óculos e traços da sua personalidade habitavam o ar. A saudade que eu estava do choro dos meus filhos apertava ainda mais meu coração e eu pego a seringa com heroína de baixo da almoça e injeto no meu braço, era a única forma de esquecer que isso realmente estava acontecendo.
— Ah! – Grunho de dor e deixo meu corpo relaxar sobre o sofá.
— Zayn! – A voz doce dela entra pelos meus ouvidos e eu sorrio ao ouvir sua gargalhada. Ela estava linda com um vestido um tanto quanto curto rosa bebê e suas tatuagens quebrando todo aquele ar angelical. — Não. – Ela diz e corre assim que eu vou em sua direção com uma arminha de água. Corro um pouco mais rápido e consigo alcançá-la puxando seu corpo para perto do meu e perdemos o equilíbrio caindo os dois na grama macia.
— Te peguei – Digo fazendo casquinhas na sua barriga e seu riso contagiante faz com que eu ria junto.
— Para, eu me rendo! – Ela exclama em meio as gargalhadas e eu paro com as cócegas fazendo com que ela ficasse me olhando com um sorriso alegre nos lábios.
Meu corpo pula e eu acordo suando, e com a respiração ofegante, bebo um gole da água em cima da mesa de centro e a vontade de chorar volta mais uma vez. Eu não podia tomar outra dose de heroína, mas sem eu não ia aguentar. Pego a cápsula com cocaína e a arrumo sobre a mesa, cheiro de uma vez só e sinto meu cérebro arder.
— Você vai se matar desse jeito – Liam diz entrando com algumas cervejas na mão.
— É a intensão – Digo voltando a relaxar o corpo no sofá.
— Não fala isso seu filho da puta – Ele senta ao meu lado e liga a TV colocando em um jogo do qual eu não consiga nem distinguir os times. — Vim ser sua babá, e nada de injetar droga nessa veia. Ele pega as seringas que sobraram e as guarda, reviro os olhos e os fecho.
— Você é um filho da puta – Digo e ele ri. — Não tem graça caralho! – Digo alto e sério, meus olhos se encontram com os dele e ele faz sinal negativo com a cabeça.
— Eu sei que não é fácil cara, mas as coisas vão melhorar, ela vai voltar – Ele coloca a mão no meu ombro e eu a tiro — Você a conhece, e a Angel, ela sempre volta.
— E enquanto não volta, aquele desgraçado fica enfiando o pau nela – Minha raiva volta e junto a adrenalina.
— Relaxa aí! – Ele me empurra pelo peito e eu bato as costas no sofá, gemendo de dor — Nada do que você fizer agora vai adiantar.
Mais um! Está sendo complicado atualizar tanto assim, mas eu estou amando e amo ainda mais ver a reação de vocês com cada acontecimento e saber se estão gostando ❤️
