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Angel Pov.

Acordo assustada com o barulho da guitarra do John e me irrito ao saber que fui acordada sem motivo, levanto da cama e saio do quarto e o vejo sentado no sofá já bebendo e escrevendo uma música.

— Tá de brincadeira né – Digo passando por ele e entro no banheiro, eu precisava de um banho, ligo o chuveiro e tomo o banho mais rápido da minha vida, a água não esquentava tanto quanto eu gostaria e eu já estava tão irritada que aquilo só me deixou mais estressada. Coloco a minha roupa, e saio do banheiro penteando o cabelo.

— Você nunca acordou depois de uma noite como aquela por causa das minhas músicas Angel – John diz e eu suspiro.

— Eu não sou mais a mesma John, você deveria saber disso! – Respondo.

— É, eu sei, me desculpa – Ele diz e eu assinto — Você me deu o seu dinheiro ontem, está aqui – Ele me entrega e eu recuso.

— É pelos dias que eu vou ficar aqui, e você não vai recusar – Ele fica me olhando por alguns segundos e sorri.

— Você vai precisar para quando puder ir ver os teus filhos – Abaixo a cabeça e sorrio triste.

— Eu dou um jeito, pode ficar – Eu digo e ele assenti jogando as notas sobre o sofá e eu sorrio, pego um de seus cigarros de seu bolso e o acendo. Abro a porta da casa dele e me encosto na parede, dou uma tragada e alguém puxa o cigarro da minha boca.

— Eu te procurei por essa cidade inteira, aqui foi o último lugar que eu pensei que estaria depois de tudo o que aconteceu entre vocês! – Rafael diz e eu o olho assustada.

— Como você me achou? – Pergunto

— Eu conheço os lugares que você costumava ficar Angel, e como você veio até aqui? Não tinha dinheiro nem para metro e muito menos para táxi – Ele diz preocupado e eu sorrio sem graça.

— Eu vim andando Rafael, ainda tenho pés – Digo divertida e ele sorri.

— Olha, foi bem corajosa em andar quase setenta quarteirões.

— John! – Meu irmão diz e eu olho para trás, e fecho os olhos já imaginando uma briga.

— Rafael!

— Volta lá pra dentro John, está tudo bem – Ele continua parado encarando o meu irmão.

— Que bom que está de roupa curta Angel, ou eu desconfiaria que ele está batendo em você como fazia antes – Meu irmão diz desafiando o John.

— Para! Vocês dois, parem agora! – Meu irmão revira os olhos e John entra na casa.

— Eu não posso te levar pra casa, se eu usasse algum cartão pra pagar um lugar melhor pra você, o papai saberia e daria a maior confusão, e outra coisa, a mamãe vai dar uma festa daqui uns dias, no sábado na verdade e ela exigiu que você fosse! – Ele diz sério e eu cruzo os braços.

— Festa? Uma festa? – Pergunto.

— Angel por favor, é importante pra ela, ela até conseguiu convencer o pai de não fazer escândalo com você.

— Tá bom, eu vou – Respondo com um sorriso forçado e Rafael assenti.

— Agora eu vou, eu preciso trabalhar – Ele beija minha testa e caminha para fora do beco em direção ao seu carro e eu fico o olhando por um tempo.

Me sento no banco e fecho os olhos, eu não queria ter voltado pra cá, isso parecia ser uma prisão, apesar de amar essa cidade, eu odeio tudo o que acontece aqui, e agora eu estou aceitando fazer parte de tudo isso, eu sentia tantas saudades do Zayn, eu me sentia tão completa ao lado dele, eu tinha vivo na minha mente cada detalhe dele, os olhos doces e amáveis que tanto me olhava com amor, de suas tatuagens, das suas mãos e do seu cheiro, eu me lembrava dele como se ele ainda estivesse aqui. Eu fico me perguntando se não tivéssemos feito tantos joguinhos talvez tudo teria sido diferente, desde o começo foram tantos jogos, tantas ofensas de graça e tantas coisas que poderiam terem sido evitadas para que o nosso relacionamento fosse saudável, e nós jogamos tudo fora, todas as oportunidades que tivemos, nós jogamos fora por causa do nosso orgulho e por medo de se magoar e não fim acabamos separados e magoados além de estarmos longe dos nossos filhos. Abro os olhos e sinto as lágrimas escorrerem, eu estava tão cansada de chorar, minha vida toda foi isso, chorar, sofrer, sentir ciúmes e brigar, brigar e brigar... Tivemos alguns momentos de felicidade, mas nada que se tornasse sólido, nada que vingasse, sempre que fazíamos tudo certo, sempre que estávamos felizes, acontecia alguma coisa, alguém trazia à tona coisas do passado e nós acabávamos brigando mais uma vez e isso era um ciclo vicioso, nossas escolhas também não ajudavam para que ficássemos bem, mas a gente tentava, e sempre estragavam tudo, mais especificamente o Thomas e a Elly, eram sempre os dois que acabavam com as nossas vidas sempre.

My Lovely Husband || Z.M Onde histórias criam vida. Descubra agora