6 de maio de 2007
Ellen Pompeo:
São 08h00 de um domingo ensolarado. Acordo procurando pelo homem com quem eu fui pra cama ontem a noite e ele não está lá, porém suas roupas ainda estão espalhadas pelo chão do meu quarto e isso denuncia sua presença. Na minha pele nua ainda consigo sentir a sensação do toque das suas mãos e nos meus lençóis ainda sinto o cheiro do seu perfume que se mistura com o meu, compondo uma fragrância que me traz à mente imagens da noite passada: nossos corpos suados envolvidos numa dança horizontal.
Outro cheiro invade meu quarto e me tira a concentração das minhas memórias impuras. É café. Caminho até a porta do quarto, enrolada nos meus lençóis brancos e dou de cara com um Patrick sem camisa, de costas, preparando o café da manhã para nós dois. O cabelo levemente prateado e ondulado me faz querer voltar a ter meus dedos entrelaçados nos seus cachos. Sua pele é beijada pelo sol que evidencia os músculos de suas costas, os quais se tornam mais aparentes a cada movimento que ele faz com os braços.
Se ele percebeu minha presença, não demonstrou. Por isso, caminho em sua direção, abraço-o por trás e dou-lhe um beijo nas costas seguido de um bom dia. Ele se vira para mim e dá-me um beijo na testa.- Bom dia. Está com fome? - diz enquanto dá uma mordida numa fatia de torrada.
- Morrendo! - respondo pegando a torrada de sua mão e sentando na ilha da cozinha.
- Já está quase pronto. Não quer ir se vestir? - fala referindo-se aos lençóis que ainda cobrem meu corpo.
- Boa ideia.
Fui até o quarto e voltei vestida com a blusa que ele usava ontem a noite. Sento-me à mesa enquanto ele serve o café da manhã.
- Quanto tempo eu dormi? - questiono, pois sobre a mesa estava uma quantidade de comida que com certeza não havia no meu apartamento antes.
- Por que a pergunta?
- Bom, levando em consideração que essas frutas não estavam na minha geladeira, você só pode ter ido ao mercado.
- E fui. Acordei cedo e vi que você ainda estava num sono profundo, então não quis te incomodar e decidi ir ao mercado comprar frutas para o café da manhã. Está bom?
- Ótimo! Sinta-se a vontade para fazer isso sempre que quiser. - digo já pegando um iogurte que também não estava aqui antes.
- É só você me convidar mais vezes. - ele diz dando-me aquele olhar galanteador que só ele tem.
Patrick Dempsey
- Espera, tem algo aqui no canto da sua boa. Iogurte. - digo apontando para ela onde está sujo.
- Aqui? - ela bebe mais iogurte, o que a faz ficar com um bigode branco.
- Isso! Melhorou. Sempre tive uma queda por mulheres de bigode. - faço o mesmo com o iogurte. - E em mim? Fica bom?
- Não. Horrível. - ela diz tirando sarro da minha cara e limpando a boca com um lenço enquanto eu também limpo a minha
Seattle é uma cidade com um clima instável. Há uma hora atrás, o Sol brilhava e agora cai uma chuva torrencial lá fora.
- Bom, eu queria ir até a Space Neddle para continuarmos o nosso plano de conhecer os pontos turísticos juntos, mas sem condições de ir nessa chuva, então o que você está afim de fazer?
- Poderíamos fazer nada, o dia inteiro! Apreciar a chuva com chocolate quente e talvez um filme. O que você acha? - ela diz enquanto eu a assisto jogar-se no sofá e me deixa encantado o fato de que ela consegue ser tão maravilhosa mesmo de cara limpa, cabelos não penteados e usando uma blusa minha.
- Pode ser, mas eu sei de algo muito melhor que filme.
- Sério? O quê? - ela me dá uma arqueada de sobrancelhas e a única atitude que eu tenho é jogar-me sobre ela e fazer-lhe cócegas.
O som que a risada dela produz é a melhor coisa para se ouvir. Poderia viver só de escutar a sua risada. Começo a olhá-la dentro dos olhos e ela me beija. É incrível como os nossos lábios combinam. É como se fizéssemos parte de um quebra-cabeça e fossemos a peça que completa um ao outro, pois é assim que me sinto quando estou com ela: completo. Nada me falta. Os sorrisos entre os beijos só deixam cada vez mais claro que eu pertenço àquele lugar. Pertenço a ela. Descobri a distância perfeita entre nossos corpos, isto é, distância nenhuma.
Nossas respirações ficam cada vez mais ofegantes e de repente não haviam mais tecidos nos separando. Era pele na pele. Conforme ela passava as mãos pela minha nuca, meus cabelos se arrepiavam e eu beijava-lhe o pescoço, descendo pelo colo do peito em direção à barriga e ela arqueava as costas enquanto trançava as pernas em mim. E ali eu continuava com a certeza de que pertenço a ela e dela eu nunca mais queria sair....
Ela adormeceu em meu peito. Seus cabelos próximos ao meu nariz exalavam um cheiro de lavanda. Suas pernas buscavam abrigo nas minhas e sua mão repousava sobre o meu peito.
Ali, observando a chuva, sentindo seu cheiro e o calor da sua pele, eu também adormeci e ainda com a certeza de que pertenço a ela e com ela quero viver o resto da minha vida.**
Fiz um capítulo mais curtinho e descontraído só pra não deixar vocês tanto tempo sem conteúdo e também dar uma aliviadinha no drama do capítulo passado. Pretendo levar essa história bem devagar, contando cada detalhe, porque acredito que assim vocês podem se relacionar mais com os personagens. Já tenho o final em mente, mas até lá, ainda há muito para acontecer.
Enfim, espero que estejam gostando até aqui e continuem a dar dicas porque eu anoto todas e vou desenvolvendo novos capítulos e dando um rumo pra história a partir daquilo que eu sei que vocês querem ver.