Epilogo 1

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Duda brincava no tapete da sala se Soraia, agradeci a moça por ter ficado com ela, paguei o que devia e levei Duda para casa.

-Onde a gente vai papai? - Disse ela segurando há mão enquanto caminhávamos no corredor.

- O que acha de irmos almoçar com a tia Aline.

- Ver o primo novo.

- Isso mesmo, quer ligar para ela e avisar de que estamos indo, o papai só vai tomar um banho rápido e a gente sai.

Duda correu para o telefone quando entrou no apartamento, o telefone já tinha o numero agendado no aparelho e ela apenas apertou o botão 1 para que fizesse a discagem automática.

Entrei no banheiro, mas da sala escutei.

- Tia Aline... é a sua princesa! - Disse ela toda animada.

- Oi minha florzinha! - Atendi a Duda animada, imaginando como ela se sentiria quando soubesse que havia mais uma princesa na minha vida. - A tia Aline está com saudades. Vamos ao shopping com a sua nova priminha?

- Eu num tenho priminha tia Aline, eu tenho um priminho! - Disse ela, parecia ver chacoalhando aqueles cabelos enquanto falava.

- Agora você tem uma priminha também, pra brincar com você e te fazer companhia. Vem conhecer a sua prima. Diz pro papai te trazer logo, eu fiz torta de chocolate pra sobremesa.

- O papai ta tomando banho, ele disse pra gente ir papar com você e o priminho novo. - Duda parecia confusa ou não ligou as coisas. - Você quer sorvete Tia Aline?... Tem um pode de sorvete na geladeira.

- Pode trazer o sorvete, minha princesa! E é priminha nova- Nicole se pôs ao meu lado, era curiosa a minha gatinha. - Quer falar com ela? Ela se chama Nicole.

- Ela gosta de sorvete?

- Você gosta de sorvete, Nick? - Perguntei diretamente a ela.

- Hã rã... - Ela disse passando a mão no meu cabelo.

- Ela gosta, Duda! Cadê o papai?

- Oi Aline... - Disse tirando o telefone da mão de Duda.

- Obrigada por ter desligado o telefone na minha cara. Foi muito gentil da sua parte! -  Eu disse debochada.

- Não a de que! - Dei risada. - E aí?... o convite para o almoço ainda está de pé?

- Claro que sim! Eu preciso da ajuda do Dr. Alexandre Viana.                

O Jorge é juiz, mas acho interessante que tenhamos o auxílio de um bom advogado.

- Muito bem. - Disse sorrindo. - Vou me trocar e cego aí em.... vinte minutos, vou de Táxi, depois você me traz em casa?

- E o seu carro? - Estranhei.

- Deixe oficina... - Menti.

-Tudo bem! Eu te levo no meu carro. Vem conhecer a sua sobrinha.

- Estou indo... Vou levar uma coisa pra gente comer de sobremesa... Que vai lembrar da nossa infância... Logo chego aí. beijo.

-Tchau Xandy... - Desliguei o telefone e voltei a brincar com a Nicole.

Vinte minutos depois estava entrando no prédio com a Duda, ela levando a sacolinha com o sorvete e eu com a sacolinha da padaria perto de casa com os doces Sonho de noiva, um monte para tomarmos como café da tarde.

Nicole se colocou na minha frente na porta, olhar atento para mim e para o corredor.

- Quem vem tia?... - Ela me olhou ansiosa. - Num é a tia vera, não, néh? - Ela coçou o nariz parecendo ter aversão a esse nome. A tia Vera, nunca mais vai por os olhos em você se depender de mim.

Ela riu colocando a mão na boca, agora ela estava ansiosa de verdade, a porta do elevador se abriu, Alex saltou primeiro segurando a porta do elevador, Duda saiu suspirando com a sacolinha do mercado, olhou para Duda curiosa.

- Quem é esse docinho? - Disse meu irmão apontando para Nicole.

- Nicole... - Disse ela abrindo um sorriso enorme, se balançando nos calcanhares.

- Muito prazer Nicole, eu sou o Tio Alex e essa é minha filha Maria Eduarda, a Duda.

As duas ficaram se olhando, Alex me deu um beijo, estava espantado.

- Adotaram? - Ele apontou para Nicole.

- Ainda está em processo. - Eu estava ansiosa pela reação da Duda, queria que elas fossem amigas. - Cadê o beijo da tia, Maria Eduarda?

Duda Torceu a língua ficando na ponta dos dedos e me deu um beijo.

- Tia... - Nicole puxou a barra da camiseta. - Posso brincar com ela?

Alex estava com os braços cruzados, parecia embasbacado, sorria contente.

- Puxa... Me conta sobre isso?... E é por ela que precisa dos meus serviços?

Caminhamos até o sofá, Duda e Nicole sentaram no tapete da sala, Priscilla dormia, mas ao sentir a presença de Duda, já vou se arrastando no colo das duas.

- Sim, Mano...- Observei as duas. - Talvez o Jorge não goste muito de eu pedir a sua ajuda. Ele gosta de resolver as coisas sozinho,mas... A Nick é órfã e nós somos seus tutores temporários. Pelo que Jorge me contou o tio é um bom homem, mas é pai de nove garotos, vive numa comunidade. Eu quero oficializar a adoção e preciso entender quais são as minhas chances reais caso o tio retroceda, se arrependa e queira a guarda

- Bom... - Alex olhou para Nicole e a Duda. - O que impede dele ficar com a Nicole é justamente pela precariedade em que vivem, mas isso poderia levar o caso se estender por longos anos, entre audiências, visitas da assistência social, e no fim a adoção não sair... O Juiz também vai levar em consideração a vontade da criança, com quem ela quer ficar, se ela tem um laço afetivo forte com o tio, provavelmente ela vai escolher ele como tutor.

- Ela quer ficar com a gente! - Encarei Nicole- A tia a maltratava e Jorge acha que devemos leva-la ao IML e pra que ela passe por uma perícia. Eu não queria expô-la a isso, ela já passou por traumas demais.

- Eu sei... Mas não vai ter jeito, o IML é um órgão capaz para atestar a agressão, ela vai passar tanto por exames físicos como psicológico, o estado vai designar um psicólogo do estado. - Alex pegou na minha mão. - Se quer ficar com ela, vai ter que passar por isso, por que constatando a agressão física e verbal, não tem como vocês não ficarem com ela.

- Tudo bem! Eu esperava que tivesse outra solução. - Observei Duda e Nicole brincando com os ursinhos de pelúcia que estavam distribuídos. - Como é possível, Mano? Eu a conheci ontem e não me vejo mais sem ela.

- Bom!... Por que seu coração é enorme e você sempre quis ser mãe não só de uma criança, mas de duas. - Ele passou o braço sobre meus ombros. - E ela me parece muito carinhosa.

- Ela é um doce!- concordei sorrindo- Não lembra a Renata?

- Estava justamente me perguntando com que ela se parecia. - Alex me olhou. - Mas uma coisa é certa, ela parece que tem seus olhos... Pequenos e arteiros. - Rimos.

- Se fossem violetas, ela seria a minha cara. - rimos juntos. - O que tem nas sacolas?

- Há... O Sorvete... E... - Ele pegou a outra sacola. - Lembra dos bolinhos que a mamãe fazia quando éramos crianças... E a gente roubava pra comer escondido?

- Sim! Ela morria de medo que a megera da mulher do seu Valter visse e ralhasse com a gente.



O Inquilino 2Onde histórias criam vida. Descubra agora