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|Diogo|

Talvez eu tenha sido injusto com ela é talvez eu tenha dito coisas que não devia em frente a todos os meus colegas de equipa.
Não foi bom para ela ouvir aquilo, não foi bom para os meus colegas e tão pouco foi bom para mim mas foi uma coisa do momento, algo que se saiu da boca para fora.

De cabeça quente nós fazemos as primeiras coisas que nos vêm á mente, dizemos as primeiras coisas que nós vêm á mente, descarregamos toda a raiva presa dentro de nós sem a noção de que podemos magoar os que estão á nossa volta é eu sei que magoei a Margarida e não queria nada fazê-la sofrer mas caramba eu não sou de ferro eu fui magoado primeiro, eu sofri primeiro e não foi nada bom.

Não é que eu queria ser vingativo eu só quero que ela aprenda que não é tudo sobre ela, e que eu existo e não quero que ela se esqueça de mim assim.

Estou magoado com a minha morena sim mas mesmo assim estou aqui enfrente da sua porta para falar com ela e apresentar-lhe as minhas desculpas porque apesar de ter orgulho eu tenho saudade, eu tenho carinho, eu tenho amor por ela e não quero distanciar-me de alguém que me faz tão bem e de quem que gosto tanto.

Finalmente toquei á campainha é segundos depois a porta de entrada foi aberta pela morena que vestia uma calças de fato de treino cinza e largas, uma t-shirt branca que eu reconhecia perfeita mente, era minha, os seus pés estavam descalços e o seu cabelo estava preso num coque bagunçado.

- Diogo!? - ela parecia surpresa por eu estar ali.

- Posso entrar? - perguntei e a mesma cedeu-me passagem sem proferir qualquer palavra. - Achas que podemos falar calmamente?

- Claro que sim... - ela disse com a sua voz baixa e suave. - senta-te, fica a vontade...

Ela sentou-se no seu sofá branco e eh sentei-me no mesmo um pouco afastado da morena.
Fiquei alguns segundos em silêncio á espera que as palavras certas viessem mas foi em vão.
Talvez não houvessem palavras perfeitas mesmo.

- Diogo... - ela começou e eu olhei para a morena que estava cabisbaixa com o seu olhar posto nos seus dedos entrelaçados uns nos outros. - eu quero pedir desculpa pelo meu comportamento ultimamente, tenho sido uma melhor amiga horrível, tenho tentado agradar a todos e esqueco-me que só há uma pessoa a quem eu tenho agradar que é o meu melhor amigo.

- Eu também tenho de te pedir desculpa. Fui demasiado estúpido contigo... - fui interrompido pela morena.

- Não Diogo, não foste estúpido tu apenas disseste a verdade. Estavas irritado e eu compreendo perfeitamente mas não deixo de ficar triste pela maneira como te dirigisse a mim. - A sua voz trêmula estava a deixar-me bastante sensível. Odeio vê-la assim.

- Desculpa minha pequena. - aproximei-me mais dela e pus a minha mão por cima das suas. - Eu só quero que voltes a ser á minha melhor amiga de há uns dias atrás. Aquela que aparecia de surpresa aos treinos e aos jogos, que estava lá nas bancadas sozinha a ver o treino e ás vezes gritava o meu nome só porque sim. - eu ri ao relembrar-me das cenas que Margarida fazia quando assistia aos meus treinos e esta riu fraco também.

- Eu prometo que vou estar aqui sempre, que vou apoiar- te mais e que vou estar mais presente e gritar o teu nome vezes sem conta. - ele disse aquilo e eu ri bem alto deixando-a com um ar confuso.

- Isso de gritar o meu nome vezes sem conta foi um pouco estranho de se ouvir. - eu disse e ela revirou os olhos dando-me uma chapada pesada no braço.

- Não sejas parvo Antonio Cupido! - ela cemicerrou os olhos e eu beijei a sua bochecha.

- Não sejas rabugenta Manuela Fininho. - mostrei-lhe a língua e ela fez o mesmo.

Understand Me || Diogo Gonçalves✔Onde histórias criam vida. Descubra agora