II

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Uma semana antes do confronto que ocorria no topo da montanha, Poppy sobrevoava um pequeno vilarejo que fora construído sob a sombra de um imponente castelo.

Seu belo dragão vermelho e preto, de nome Kondo, parecia fatigado e ela decidiu que ali seria um bom local para descansar.

Fizeram um giro no ar e desceram em alta velocidade, até que próximo ao chão Kondo ficou planando por um tempo para que ela saltasse.

Poppy, após o salto, se aproximou e lhe fez um carinho no rosto.

*Não vá para muito longe, meu amigo.

Ele pareceu entender e saiu voando em disparada, até desaparecer em meio a uma floresta que havia nas redondezas.

Alguns aldeões, principalmente crianças, viram quando ela chegou e vieram correndo para a receber.

Não era muito comum verem um dragão por ali, só existiam dois que eles conheciam e ambos pertenciam ao rei.

*Pra onde foi seu dragão? - perguntou uma menininha vestindo roupas muito simples, que foi a primeira a chegar próxima da guerreira.

*Pra onde? Pra onde? - fez se um coro de outras crianças pequenas que se aproximaram também.

Poppy esboçou um sorriso antes de responder amavelmente, se abaixando para ficar na altura deles.

*Kondo foi descansar na floresta, nós viemos de muito longe...

*Você é a guerreira do norte, aquela da canção? - perguntou timidamente um garotinho cujas vestes estavam rasgadas e parecia não ver um banho desde que nascera.

Ela o pegou no colo e sentou-se com ele no chão.

*Não sei - disse ela sorrindo - Como se chama essa guerreira?

*Poppy! Poppy! - disseram várias crianças ao mesmo tempo.

A guerreira se levantou e gargalhou.

*Ora, ora, ora! Esse é o meu nome! Eu sou Poppy!

Os pequenos fizeram uma roda em volta dela e se puseram a cantar:

Poppy

Uma guerreira do norte

Não teme a morte

Nasceu pra lutar

A guerreira riu mais ainda e saiu correndo atrás das crianças, que se puseram em disparada sorrindo.

Viu que um aldeão adulto se aproximava, demonstrando curiosidade e não perdeu tempo.

*Onde arranjo um lugar para tomar um bom banho, comer e beber?

Ele apontou, ao mesmo tempo que respondeu.

*Atrás das casas, quase na entrada do castelo, mas...

*Mas o que? - perguntou Poppy, ainda feliz pela interação com as crianças.

*Eu iria para outro lugar, moça. Aquela taverna está cheia de bêbados encrenqueiros, arranjarão confusão contigo...

*Eu sei me defender, meu senhor - disse ela lhe apontando para a sua espada, que estava presa num suporte diagonal pendurado em seu cinto.

O aldeão a olhou e fez um sinal negativo com a cabeça.

Poppy era alta para uma mulher e também aparentava ser forte. Seu cabelo vermelho estava bagunçado, contrastando com os olhos verdes.

*Já sei, acha que sou fraca demais por ser mulher, não é mesmo?

*Não é isso! Acho que é bonita demais para aquele lugar, não vai ser bom. Se quiser lhe arranjo um banho em minha casa e um cozido simples, mas bem gostoso, que minha esposa pode fazer a noite. Evite a taverna do Gole Profundo.

Poppy agradeceu pela hospitalidade dele, mas recusou educadamente e antes de prosseguir lhe confiou mais algumas palavras.

*Sabe o que seria bom, meu senhor? Que pegasse sua esposa, seus amigos e as crianças e fosse fazer um passeio na floresta, para conhecerem o meu dragão.

*Mas por que faríamos isso?

*Por segurança, meu senhor, sua e daqueles que o senhor ama...

553 palavras

Poppy - Corrigido!Onde histórias criam vida. Descubra agora