Capítulo Um

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Oi amores, esse é um pequeno conto, já está completo na Amazon, aqui vou postar e deixar durante cinco dias.

Boa leitura e beijinhos. ❤😍

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Rebeca Vieira

Ótimo! Mais um dia em que vou chegar atrasada, não que eu chegue sempre, mas ultimamente, não tenho tido muita sorte com ônibus, trabalhar no Centro da cidade maravilhosa tem suas vantagens e desvantagens, e com toda a certeza só tenho visto desvantagens, e uma delas é que são muitas pessoas juntas, não que eu tenha alguma fobia, mas andar agarrada com a minha bolsa com medo de ser assaltada não é nada legal, muito menos divertido.
Desço do ônibus correndo e ando o mais rápido que consigo pelas ruas, hoje não é um dia muito bom para chegar atrasada, principalmente quando vou conhecer o novo chefe, ele é o filho mais velho do meu antigo patrão, tenho certeza que não será uma boa primeira impressão eu chegar atrasada, avisto o prédio da Larcerda&Gonzáles Construções.
Eu costumava brincar bastante com o meu ex-chefe sobre esse nome, dizia que me dava até preguiça só de lembrar do nome, imagina falar, ele ria bastante comigo.
Me esbarro em alguém e vou direto para o chão, ótimo, agora minha roupa não está mais branca e sim meio cinza, me levanto e pego minha bolsa, o homem tenta me ajudar, mas recuso.
— Seu idiota, olha para onde anda na próxima vez, senão vou cortar seus olhos! Se não me enxerga não precisa deles. — Digo mal-humorada e vejo o cara rir, ele é negro, barba bem cortada em um lindo rosto, mostro o meu dedo do meio para ele e entro passando como um furacão pelo Manoel, o segurança, entro no elevador e aperto o último andar, vou passando a mão pela minha roupa e tento me ajeitar o máximo, praguejo toda vez que vejo o elevador parar em um andar.
—  Beca, você está horrível. — Minha amiga Letícia entra e me olha assustada. — Vai me dizer que foi atropelada de novo? — Reviro os olhos e nego.
— Não, pior, um babaca que não me enxergou se esbarrou em mim e resolvi fazer amizade com as formigas, já que fui direto para o chão. — Digo e ela rir.
— Eu acho que você gosta muito das formigas, nunca vi uma pessoa para cair tanto. —  O andar dela chega e ela se despede de mim com dois beijos na bochecha, Letícia é uma boa amiga, eu sou muito desastrada e ela já é mais controlada do que eu.
Finalmente chego ao último andar, corro até minha mesa e jogo minha bolsa em cima, antes de ir para sala do presidente da empresa, me olho no grande espelho e vejo que estou um lixo, mas infelizmente não posso fazer muita coisa, minha blusa branca que já não está mais tão branca assim, se encontra amassada e um pouco suja, bato duas vezes na porta e entro.
— Desculpe o atraso senhor, peguei engarrafamento. — Digo e levanto meu olhar para os dois homens que estão a minha frente, para o meu azar, um deles é o negro bonitão, cego que me derrubou, sorriso lindo e debochado, quando ele me vê, começa a rir.
O outro é mais bonito, cabelo preto, pele bronzeada e olhos castanhos, o rosto bem desenhado chama a minha atenção. Que homem lindo, meu Deus!
— Você não lavou sua roupa? — Ele me pergunta e demoro para processar a sua pergunta.
—  Oi? Acho que não entendi. — Digo dando oportunidade de ele mudar a sua pergunta.
— Você não lavou sua roupa? Por que está assim? —  Ele pergunta sério e eu bufo de raiva, enquanto seu amiguinho que está em pé não para de rir. — Conhece ela, Bruno? —  Ele da sua atenção para o babaca.
— Digamos que um pouco antes de chegar aqui tivemos um incidente.
— Incidente? Você me jogou no chão e diz que foi incidente? — Pergunto batendo o pé no chão.
— Você quem me atropelou. —  Ele dá de ombros, ainda rindo. — Você é muito atrapalhada, sabia? — Ele me pergunta.
— Você é um babaca e eu não disse nada, por que está comentando que sou atrapalhada? — Devolvo a pergunta e só agora vejo que falei besteira, o homem que está sentado na cadeira atrás da mesa me olha com as sobrancelhas levantadas.
— Chega, vocês dois! —  Ele manda e se levanta. —  Bruno, chega de palhaçada e você. — Aponta para mim. — Vá até o banheiro e ajeite pelo menos esse cabelo, depois volte aqui para fazer o que é paga. — Diz grosso e eu bufo, saio batendo a porta. Que cara idiota.
Vou até o banheiro e vejo que estou igual um leão, ajeito o cabelo em um coque não muito bem feito e refaço a maquiagem, pego a blusa que tenho reserva na gaveta e troco, quando entro na sala com a agenda, não vejo o tal Bruno, o filho do Sr. Lacerda me olha de cima a baixo e assente.
— Agora sim, parece uma secretária. —  Ele diz e reviro os olhos. —  O que tenho que fazer hoje?
— Tem uma reunião com o pessoal que está fazendo a construção aqui perto, uma reunião com o presidente da Larcerda&Gonzáles Construções de São Paulo, duas videoconferências, um almoço para fechar o contrato com os senhores dos Estados Unidos e o resto da tarde você tem muitos papéis para assinar. —  Ele assente.
—  E que horas é a reunião com o pessoal da construção?
— Na verdade, eles já devem estar na sala de reuniões. — Digo, ele se levanta rápido e sai me dando instruções de como fazer o meu trabalho, que já faço há dois anos.
— Sem querer ser abusada, mas já sendo, eu sei muito bem fazer o meu trabalho e não preciso de você me dando ordens o tempo todo. — Digo e ele para de andar fazendo com que eu me choque contra seu corpo.
—  Rebeca Vieira, meu pai me avisou sobre você, me disse que não tem controle sobre a sua língua, mas você está terrível. —  Ele diz e me olha de cima a baixo, parando um pouco nos seios. — Queria ver se essa boca serve para alguma coisa além de dar respostas abusadas. —  Ele diz em tom de malícia e entra no elevador o segurando para mim, eu continuo parada no mesmo lugar de boca aberta.
— Vai ficar aí? —  Ele pergunta e obrigo as minhas pernas a andarem até dentro do elevador.
Eu não esperava pela resposta que ele me deu, nunca na minha vida esperaria uma coisa dessas, não que eu seja feia, me acho uma mulher muito atraente, mas depois que comecei a trabalhar aqui, o Senhor Lacerda havia me prometido que eu não precisaria me preocupar com esse tipo de coisa, ele cumpriu com a promessa dele. Enquanto ele era o meu chefe nunca me desrespeitou, sempre me tratou bem, nunca com outras intenções.
O elevador se abre e saímos seguindo para a sala de reuniões. Como eu previa, todos os engenheiros já haviam chegado, me sento ao lado do idiota lindo e anoto tudo de importante no tablet.
(...)

Já disse que odeio reuniões? Principalmente com o Henrique Lacerda, esse babaca gosta de mandar nas pessoas, acho isso uma idiotice.
Finalmente chego ao restaurante que marquei com a Letícia para almoçarmos, vejo o seu cabelo vermelho e me aproximo, me sento na cadeira de frente a ela, que me olha com expectativa.
—  O que foi palito de fósforo? —  Pergunto e ela revira os olhos.
— Já disse para não me chamar assim, quero saber sobre o Henrique Lacerda, ele é um gato. — Ela diz animada.
— Não posso contradizer nada sobre a beleza dele, ele é lindo, mas um grande babaca. — Eu digo e o garçom se aproxima, fazendo os nossos pedidos.
— Você sempre acha todo mundo babaca, o que ele fez?
—  Ele gosta de mandar em tudo, acha que tudo tem que estar nas mãos dele, e nada pode demorar. — Bebo um pouco da água que está no copo perto de mim. — Você acredita que se eu colocar a xícara de café em cima da mesa, ele não pega? Eu tenho que dar na mão dele. — Digo exasperada. —  E ele é um tarado, não que eu esteja reclamando, mas as insinuações dele são ridículas. — Letícia ri.
— Você sempre reclamando de tudo, por que será? — Diz mexendo na comida que acabou de chegar.
(...)

Finalmente o expediente acabou, ando com calma para o ponto de ônibus e espero.
Duas horas depois, estou entrando na minha pequena casa, já são nove horas da noite e estou morrendo de fome, mas antes de começar a esquentar a comida, vou tomar um banho relaxante.
Saio do banho cantarolando uma música qualquer e começo a esquentar a comida que deixei pronta no dia anterior.
Quando termino de comer, já passa das dez, escovo meus dentes e vou dormir.
Mas felicidade de pobre dura pouco, meu celular começa a tocar.
—  Alô? — Atendo.
— Prepare as malas, daqui há uma hora eu passo em sua casa, vamos para São Paulo. —  Henrique diz e eu bufo.
— Por que eu tenho que ir junto? — Resmungo me levantando.
— Porque é minha secretária, vamos ficar cinco dias. —  Ele desliga e eu começo a arrumar as roupas.

Um caso com meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora