Capitulo Quatro

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Rebeca Vieira

Pode parecer loucura eu ter aceitado esse acordo, mas vai ser engraçado e eu vou poder tirar uma casquinha do meu chefe, que é maravilhoso.
— Eu vou sair agora para encontrar com os outros engenheiros desse projeto, já que você resolveu fazer gracinha na sala de reunião e nos deu mais trabalho, a noite eu volto pra gente fazer alguma coisa. —  Ele me beija e sai com sua pasta de documentos, dou de ombros e me aconchego na cama, estou exausta e morrendo de dor de cabeça.

(...)

Acordo com um peso sobre mim, Henrique é pesado e eu o empurro para o lado.
—  O que vamos fazer agora? — Me pergunta e depois me dá um selinho.
— Eu quero dormir, isso sim. — Digo me aconchegando nos seus braços e peito.
— Então vai ser só isso? Vamos ficar deitados? — Assinto com a cabeça. —  nossa primeira noite de namorados só vamos ficar abraçados?
— Sim Henrique, só isso, as vezes o casal precisa de um momento desse, e eu preciso porque estou com sono e você provavelmente também está cansado. — Por fim ele aceitou e acabamos dormindo abraçados.

(...)

Acordo com o celular despertando, 07:00 da manhã, me levanto com cuidado e peço café da manhã para dois na recepção, tomo um banho rápido e coloco uma roupa formal, acordo o Henrique e ele vai se banhar enquanto eu abro a porta para o senhor do hotel que está empurrando a mesa cheia de coisas deliciosas.
—  Bom dia. — Cumprimenta. Depois de tudo ajeitado, Henrique se senta comigo à mesa, tomamos café em silêncio.
— Como está nosso dia hoje?
— Cheio, só vamos terminar todos os compromissos às oito horas da noite. — Digo e finalizamos o café, terminamos de nos aprontar, saímos correndo para a empresa e nosso dia é exaustivo.
(...)

O dia foi cansativo, porém muito produtivo, fechamos contratos, resolvemos algumas pendências em outros, de tanta coisa que fizemos, eu até tive que assumir uma reunião no lugar do Henrique, claro que os clientes aceitaram a falta dele quando me viram, homens são safados.
Quando chegamos no quarto, Henrique foi logo se jogando na cama e eu paro de braços cruzados na sua frente.
—  O que foi varinha de Harry Potter? — Nos momentos que tínhamos vagos, ele cismou de me chamar assim, só para me irritar.
— Vai se ferrar Henrique, mas que eu saiba a noite você é meu namorado, então pode ir se levantando dessa cama, vamos passear.
— Hoje não, eu quero ficar deitado, estou cansado.
— Eu não te perguntei se você quer ir, estou dizendo que você vai, levanta essa bunda logo daí, vou me ajeitar, quando sair do banheiro quero você pronto. — Digo e pego minha mala e levo para o banheiro.
Olho no espelho satisfeita, um short de cintura alta, um cropet azul, sandália rasteirinha e meu cabelo cacheado, hoje ele está bem mais cheio do que de costume, mas isso não me deixou triste e muito menos me incomodou, quanto mais volume, melhor.
A maquiagem bem leve me deixa com um ar de boneca, apesar de ter vinte e dois anos, você poderia me dar facilmente uns quinze, saio do banheiro e encontro Henrique sentado na cama mexendo no celular, bermuda jeans e blusa azul sem mangas, as suas tatuagens aparecendo pelos braços, ele me olha.
— Até quem fim, já estava ligando para os bombeiros pra avisar que você tinha decido pelo vaso ou ralo.
—  Ah, ah, ah muito engraçadinho, você. —  Ele se levanta e me dá um selinho.
— Aonde vamos e o que vamos fazer?
— Passear de mãos dadas, comer algumas besteiras, conversar.
—  Namorados fazem isso? Pensei que era só sexo.
—  Ai meu Deus, você só fala besteiras, levanta logo daí e vamos. — Digo indo em direção a porta e ele vem atrás de mim, esperamos sair do elevador para dar as mãos, é uma sensação estranha, acho que para ambos, já que nenhum dos dois nunca namorou, começamos a passear pelas ruas em silêncio, até que está bem quente hoje.
— Vamos conversar sobre o quê? —  Ele pergunta. — Encontramos uma pracinha e nos sentamos em um dos banquinhos que estão vazios, crianças brincando pelos brinquedos e correndo para lá e para cá, uma barraquinha de cachorro-quente e outra de pipocas.
— Sobre o que você quer falar?
— Sei lá, me conta situações embaraçosas, que alguém da sua família já flagrou. —  Henrique está com o braço em volta do meu corpo.
— Acho que o dia mais embaraçoso da minha vida, foi quando meu irmão teve que me dar banho de tão bêbada que eu estava, e um detalhe muito importante desse dia: eu quase estuprei o amigo dele, meu irmão teve que me tirar de cima do cara, até hoje eu não olho para ele de tanta vergonha que sinto, meu irmão quase me matou no dia seguinte. —  Conto e ele ri. —  E a sua?
—  A pior, foi quando minha mãe me pegou no flagra com uma amiga dela.
— Que nojo Henrique, amiga da sua mãe, deve ser velha.
— Nem tanto, mas parecia bem mais jovem por causa das plásticas, minha mãe entrou no banheiro quando a amiga dela estava me chupando, quando vi minha mãe na porta gritando e minha irmã apareceu, eu tentei andar pra frente e forcei na garganta da mulher. —  Ele faz uma careta. — Ela vomitou no meu pau. —  Ele conta e eu gargalho.
—  E o que sua irmã e sua mãe fizeram?
— Minha irmã ficou rindo e minha mãe gritando, dizendo que é falta de respeito e que não queria mais a amiga dela em nossa casa, foi uma situação bem chata e nojenta. —  Ele diz rindo junto comigo. — Mas pior do que isso foi eu ver o Bruno transando com a minha irmã, isso sim, foi ruim, eu bati no meu melhor amigo enquanto ele estava pelado e minha irmã nua tentando separar.
— E depois como vocês se resolveram?
— Depois fui obrigado a aceitar, já que minha irmã engravidou e eles resolveram se casar. —  Ele diz dando de ombros. — Minha afilhada é meu xodó, mas as vezes eu olho pra ela e lembro daquele dia, acredite, eu não gosto de lembrar.
— Nem eu gostaria, ainda bem que eu nunca vi nada disso do meu irmão, eu acho que morreria fácil, vamos comer?

Nossa noite se resumiu entre muitas risadas, brincadeiras pelo parquinho e comer cachorro-quente e pipoca, voltamos para o hotel duas horas da manhã, e fomos dormir para acordar cedo amanhã.

Um caso com meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora