Capitulo Cinco

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Rebeca Vieira

É estranho acordar com alguém ao seu lado quando você não é acostumada a ter ninguém na sua cama, Henrique está com os braços e perna em cima de mim, como se fosse me proteger de algo muito terrível, e estou encolhida deitada no seu peito. E por incrível que pareça, estou gostando disso, gostando até demais. Me levanto da cama com cuidado e olho o horário, ainda está cedo, vou tomar um banho relaxante e demorado.
Assim que termino coloco uma roupa de frio, o tempo mudou drasticamente, está muito frio, quando saio do banheiro, escuto barulho do chuveiro do outro banheiro, peço o café da manhã e enquanto espero, olho a agenda, muitas coisas pra resolver, a comida chega e eu peço para entrar com as coisas, depois que o garçom ajeita a mesa ele se retira, me sento e começo a comer.
— Bom dia. —  Henrique diz se sentando e pegando um pão.
— Bom dia, anda rápido, temos muitas coisas para fazer. —  Aviso e ele me olha com mais atenção.
— Eu acabo de acordar e você já quer me apressar, você é muito chata. — Reviro os olhos.
— Sou paga para ser chata, você tem que cumprir sua agenda e eu tenho que te lembrar dela. — Me levanto. — Anda rápido.

(...)

—  Para de ser idiota Henrique, isso não vai dar certo. — Eu digo quando ele insiste em querer cometer um erro em um projeto, só estamos nos dois na sala.
— E o que você entende sobre arquitetura?
— O básico, mas tenho bom gosto e isso está horrível, muito feio, vão recusar na hora. — Eu digo e ele me olha.
— Eu não lembro de pedir sua opinião.
— Não importa, estou aqui para ajudar e mesmo sem você me pedir eu vou dizer. — Digo dando uma mordida na minha maçã.
— Você é muito abusada. — Ele diz e me puxa pela cintura me fazendo sentar no seu colo e cheira o meu pescoço. — Muito cheirosa. — Diz enquanto chupa devagar, uma mão segura forte minha cintura e a outra desce pela minha coxa e vai para debaixo da minha saia, sua mão acaricia minha intimidade, me causando um arrepio pelo corpo inteiro.
(...)

— Henrique, nunca mais vamos transar na empresa, imagina se alguém entra na sala. — Digo enquanto ajeito minha roupa e ele gargalha enquanto coloca a blusa.
— Você é muito chata, ninguém vai entrar aqui.
— Claro que vai, eu deveria estar lá fora sentada à mesa para evitar que entrem sem avisar, mas olha onde eu estava a poucos minutos atrás: de quatro para o meu chefe e gemendo. — Digo e ele ri mais.
— Você é engraçada e se alguém visse, ninguém iria reclamar ou dizer nada, eu que mando aqui. — Reviro os olhos.
— Você se acha demais, que horror. —  Jogo para ele o blazer que estava nos meus pés.
—  Só disse a verdade, você é chata demais. — Diz e se senta na cadeira e mexe no notebook.
— Vamos almoçar, você paga. — Digo e pego minha bolsa para sair da sala, estou com muita fome.

(...)

— Eu fico pensando como meu pai te aturou todos esses anos, você é muito atrapalhada e intrometida. — Henrique diz durante o nosso almoço.
— Não ouvi você falando nenhum defeito, são qualidades, para dizer a verdade são charmes. —  Brinco e ele ri.
— Nas reuniões com meu pai, você também se intrometia nas coisas? Nos projetos?
—  Claro, as vezes ele se esquecia de alguma coisa e eu o lembrava.
Ele assente. —  O que vamos fazer hoje?
— Não sei, está muito frio.
— Você não parece estar com muito frio, está de saia. — Reviro os olhos.
—  Saia, meia-calça, um casaco de pele que vai até os pés, não se esqueça.
— Não dá pra esquecer, ele te engole, você já é pequena, com esse casaco piorou. — Mostro meu dedo do meio para ele, que rir e começo. Assim foi o nosso almoço.

(...)

O hotel pode não ser minha casa, mas chegar aqui é reconfortante, saber que vou descansar é a melhor coisa que tem depois de um dia de trabalho.
Tomo um banho quente e coloco meu pijama.
— Pensei que íamos sair. —  Henrique diz quando me vê sentada com pipoca e doces que comprei na lojinha do hotel.
— Não, hoje vamos assistir um filme e ficar abraçados. — Eu digo e ele concorda, vai para o banheiro e sai de lá com uma calça de moletom e sem camisa, se senta atrás de mim e eu faço ele de apoio, começo a mudar os canais, nada que realmente estivesse me interessando, até eu ver que começou o filme A culpa é das estrelas.
— Ah não, não vou assistir esse filme.
—  Claro que vai, ou você vai deixar sua namorada de mentira triste?
— Não.
— Eu sabia. — Me viro e dou um beijo casto nos seus lábios.
O filme me deixa muito sentimental, claro que chorei, Henrique todo carinhoso me reconfortando e fazendo carinho, até que o celular dele toca e ele vai à varanda atender, não escuto a conversa, mas sei que não é nada bom, escuto ele gritar uma vez.
Henrique sai transtornado.

Um caso com meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora