"It's our paradise and it's our war zone"
Os irmãos decidiram que iriam se revezar "tomando conta" de mim. Portanto, enquanto um viajava fazendo sei-lá-o-que em sei-lá-onde, o outro ficava comigo, sendo minha babá.
Em poucos minutos a gritaria estava instaurada, visto que eu jamais concordaria com uma loucura dessas.
- Eu tenho dezoito anos! - Grito. Repetindo mais uma vez a minha idade. Todavia e mesmo assim, nenhum dos dois dava o braço a torcer.
- Com o juízo de cinco! - Dante diz, provavelmente lembrando do que fiz ontem. Dou risada olhando no fundo dos seus olhos e ele resolve desviar o olhar, ficando vermelho e puto da vida. - Você vai aceitar e ponto!
- Eu nunca vi uma coisa dessas! Eu não sou uma criança, droga! Vocês não têm que ficar me vigiando. Além do mais, não tenho sequer amigos, nem mesmo como sair sem precisar de um transporte e, mesmo se tivesse um, nem saberia como dirigi-lo. Resumindo, só tenho minhas pernas e estou morando em uma casa - que mais parece uma fortaleza, a quilômetros de qualquer civilização! – Exaspero, irritada.
- Você vai aceitar e vai começar de hoje. Saulo vai ficar enquanto eu vou resolver umas coisas com Collin. Se comporte... - Dante da ênfase a última frase e eu entendo bem o que quer dizer.
Ah, mas ele vai me pagar.
- Foda-se! - Reclamo e ele me olha de olhos arregalados. Dá para imaginar até a fumacinha saindo do nariz do Dante.
Certo, eu sei que exagerei e diante de minha condição - vivendo de favor com todo o conforto o que jamais imaginaria ter nessa situação, na casa de pessoas que não tem obrigação alguma de me ceder abrigo -, deveria demonstrar gratidão. Por conta disso, resolvi abaixar a bola.
- Olha, desculpa, vocês estão me dando mais do que mereço, eu sou e sempre serei grata por tudo o que fazem por mim, só não quero ser mais um incômodo. – Dante suaviza a feição, mas não diz nenhuma palavra.
- Relaxa, Mari, está tudo bem. – Saulo diz, parecia nervoso e meio acanhado.
- Tudo bem, Saulinho, não vou te dar trabalho. Eu não mordo, a não ser que você queira. - Digo piscando e ele fica vermelho, me fazendo gargalhar.
- Mas que... - Dante começa.
- Falando sério, - O interrompo, sem tirar os olhos do moreno. - você nem vai notar que estou aqui, ao contrário de certas pessoas, eu simpatizei com você. – Digo a última frase só para irritar Dante e subo as escadas, esperando não o encontrar quando descer.
Ao que pareceu ninguém dormiu essa noite, chegamos quase três da manhã em casa e quando ouvi os murmúrios sobre quem ia ficar comigo, eram apenas seis da manhã. A guerrinha durou até umas oito.
Não consegui dormir de novo e depois de ficar quase duas horas sem fazer nada, desci novamente. Encontrei somente Saulo e agradeci mentalmente por vocês-sabem-quem não estar.
Ele folheava uns livros em uma mesa bonita de vidro que tinha o mapa do mundo em tamanho gigante estampado.
- Bom dia, Saulo – Falo e ele me nota, fechando o livro em seguida.
- Bom dia, Mariana - Ele cruza os braços grandes na frente do peito e se encosta na cadeira. Que homem...
- Oh, não precisa parar de ler por minha causa.
- Sem problemas, já concluí. – Ele sorri.
- Sendo assim... – Digo e ele prende os lábios, me olhando. - Já tomou café? – Pergunto inocentemente e ele relaxa os ombros, acenando negativamente com a cabeça. - Vou fazer para a gente.
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Morando Com Os Irmãos Giérmano
RandomSENDO REPUBLICADO! Um incêndio tirou tudo de Mariana: seus pais, irmãos, casa, absolutamente tudo o que a prendia a algum lugar. Não havia mais "lar", não havia nada para se apegar. A única coisa que sobrou foi um contato de emergência em seu celu...