Ironias do destino

Capítulo 7

Jamie olhou ela voar pela escada, sentindo como se nunca veria
o brilho daquele sorriso de novo. Ele suspirou, dando o chapeu
e lenço para . Isso foi um engano. Ele deveria ter ligado
para Jesse, de Utah, e tentado se livrar do compromisso.

Chang ainda era uma presença perigosa em sua vida, e colocar
Jesse e sua familia no caminho de sua vingança nao
era o que ele queria, mas ele conhecia Jesse, e seu amigo
nao o deixaria escapar.  Jesse sabia de tudo sobre
Chang, e se recusava a deixar Jamie enfrentar tudo sozinho.

Jesse tinha fé na Marinha para resolver este assunto, e ele
acreditava que Chang seria preso antes do casamento. Taylor
os assegurou de que eles poderiam continuar com o casamento,
sem temer que Chang chegasse perto demais.

Jamie nao tinha tanta certeza assim. E até alguns dias
atrás, ele tinha decidido que ia dizer a Jesse que isso
era arriscado demais. Então, ele a conheceu. Uma mulher
que o chamou de idiota e então se derreteu em seus braços
como se nascesse para estar lá.

Ao descobrir o nome dela, Jamie sabia que tinha que
vir para Maryland. Ela iria descobrir quem ele era através
de Jesse, e se ele nao tentasse provar a ela que ele nao
era o monstro que ela pensava, entao ele nunca teria uma chance.
Uma menção ao nome 'Jamie' e ela se recusaria a escutar
qualquer uma de suas explicações. Ao se apresentar a sua familia,
ela nao poderia evita-lo - pelo menos nao até o casamento
terminar. Talvez, antes disso, ele teria chance para lhe contar
toda historia.

Ou talvez, quando ela descesse, ela estaria armada. Do pouco
que conhecia sobre ela, era uma boa possibilidade.

"Desculpe sobre isso, Jamie" Jesse falou, tirando a atenção
de Jamie da escada. "Dakota passou por alguns problemas. Ela ainda
está um pouco nervosa."

A implicação de que havia mais sobre o passado de Dakota na
Marinha fez as orelhas de Jamie se erguerem como um radar.
Ele sabia que a irma de Jesse era uma enfermeira, e serviu
no Pacifico. Mas, combinado com o ataque de pânico que ele
testemunhou na cabana, parecia que ela passou por muito mais
do que apenas lidar com vitimas num hospital de base.
"O que aconteceu com ela?"

Jesse mordeu o lábio, como se tivesse falado demais.
"Nao sou eu quem deve contar, Jamie. Mas eu posso te dizer -
ela nao passou a guerra num hospital em Honolulu. Ela foi
prisioneira de guerra" ele colocou o chapeu de Jamie na prateleira,
deixando o amigo com seus pensamentos, revoltado, por um segundo.

Uma prisioneira de guerra? Ele sabia que haviam prisioneiras espalhadas
nos acampamentos do Pacifico, a maioria no notório Los Banos.
Foi onde ela ficou? Nao, Deus nao seria tão cruel - para nenhum
deles. Nao importa onde ela esteve, o fato de que Dakota tinha
sido prisioneira de guerra só acrescentava mais tristeza aos
pensamentos de Jamie. Ele tinha motivos para odiar campos de
prisioneiros tanto quanto ela. Jesus. Parecia que nenhum deles
tinha um momento de folga.

"E por que você veio de uniforme?" Jesse perguntou, interrompendo
a melancolia de Jamie. "Nós estamos de folga, sabia?"

Parecia uma boa ideia aquela tarde - impressiona-la com
sua patente na Inteligencia Naval. Agora, ao ver as roupas
casuais de Jesse, e espiando a familia na sala  de
estar, todo mundo em trajes semelhantes, ele se sentiu meio
fora do lugar. Jamie sorriu, humilde. "Já faz tanto tempo
desde que usei, que eu achei que precisava me acostumar
com ele de novo."

"Contanto que o uniforme branco ainda sirva" Jesse deu uma
piscada, falando sobre a roupa do casamento.

Jamie acenou com a cabeça, sentindo-se sujo demais para usar o uniforme
branco da marinha de seu país. Especialmente desde que a viu de
novo. Ela encarnava tudo que era bom e fino sobre a casa...
droga, até o cheiro dela era limpo, e ainda estava na entrada,
ameaçando-o tirar do sério. Ele nao podia coloca-la, e à sua
familia, em perigo. Jesse teria que entender.