Ironias do destino

Capítulo 12

Eles estavam na metade do caminho pra dentro da cozinha quando
ela estalou da névoa drogada da paixão. Puxando a mão, ela
se soltou. "Espere um minuto". Mãos em punhos, Dakota lamentou
a perda do calor na mesma hora. Jamie parecia um homem
desesperado - pelo que, ela não sabia. Mas ela sabia de
uma coisa: ela não ia ceder sob o comando dele, e era melhor
ele saber isso desde o começo. "O que você disse?"

Ele apertou os lábios como se tivesse dito muito. Suas
palavras eram amortecida e concisas, e Dakota sabia que ele
estava mentindo quando disse, "Dakie, nós temos que conversar."

"Sobre o que?" Esta era uma pergunta tola, e ela sabia disso. Eles
tinham muito o que conversar, mas havia tempo para isso. Mas Jamie
parecia um homem cujas pernas tivessem sido cortadas. Ele balançou
na entrada, o rosto pálido contra as luzes da cozinha. Ela suavizou
a voz, sentindo a ansiedade deles. "Qual é o problema?"

Jamie firmou a mandíbula, e fechou a porta da cozinha,
xingando. "Nós temos que nos casar." ele declarou, como se
a decisão dele estivesse esculpida em granito.

"Casar?" ela sentiu o nervosismo dele penetrando em seus ossos,
e suas pernas pareciam geleia. "Você não está falando sério."

"Claro que estou." ele correu uma mao trêmula sobre os cabelos, enquanto
mexia os pés sobre a madeira áspera da varanda. "Você tem que concordar
comigo, Dakota. Você tem que concordar."

Certo, alguma coisa aqui estava extraviada. Sim, eles deram um
tremendo de um beijo. Um ponto para ele, ela tinha que
admitir. E era uma sensação tão boa te-lo nos braços vazios dela...
como se ela encontrasse sua outra metade mais uma vez. E sim, eles tiveram
relações intimas sem o beneficio do conhecimento da vida um do outro...

Ela parou de pensar na hora. Jamie olhou para ela de maneira
diferente, o olhar dele descendo pelo tórax até a barriga dela.
Engolindo em seco, ele meio que se virou e na luz da lua, ela
ainda podia ver a estimulação dele inchando a frente da calça,
e ela sabia que ele estava tentando se controlar.

Mas ao que parecia, esta era uma situação que nenhum dos
dois tinha controle. Nunca tiveram, e nunca iriam ter.

"Oh".

Foi tudo que ela pôde dizer, e Jamie  suspirou, fechando
os olhos. "Sim, oh."

Ela mordeu o lábio, mas não de desânimo. De fato, na sala de
estar ela até pensou sobre uma possível gravidez. Embora nao
fosse a melhor coisa que pudesse acontecer com eles, nao seria
das piores. Ela nao se preocupava mais. Um bebê seria bem
vindo para ela, e da reaçao de Jamie  para isso, ele estava
disposto a aceitar a responsabilidade, e fazer a coisa certa.

Era óbvio pela posição dele que ele nao queria força-la
a nada. Afinal de contas, ele desistiu quase na mesma hora
quando ela parou.

"Jamie, ainda é cedo demais para saber" ela mostrou, dando um
sorriso indulgente. "Alem disso, nao espero que você se case comigo."

"Pode ter certeza que vou" ele murmurou, perdido em seus proprios
pensamentos. "Eu deveria ter pensado nisso mais cedo."

"Jamie, eu *não* estou grávida!" ela abaixou a voz e chegou mais
perto, colocando uma mao no braço dele. "Me escute."

Ele empurrou a cabeça ao redor, piscando. "O que você quer dizer
com: 'eu nao estou grávida?' Você acabou de dizer que era cedo
demais para saber."

Agora ela entendeu o que estava por trás desta ansiedade. Ele
se sentia apanhado. Era o truque mais velho do mundo, e ela afastou
a mão como se tivesse queimado. "Nós... só fizemos isso... uma
vez, Jamie. As chances para isso acontecer são mínimas" ela
se virou, sentindo tristeza. "Eu não espero um casamento,
mesmo se estiver grávida. E estou sendo sincera." ela
agarrou a maçaneta da porta, querendo ir tão longe quanto
possível daquela situação, e dele. O que tinha sido, há minutos
atrás, uma gloriosa comunhão, ficou repentinamente azeda e
sórdida. Ela nao queria fazer parte disso.