Sobre Dores

108 19 16
                                    

Sobre dores eu durmo
Levemente desconfortável
Não há nada mais doloroso
Que um beijo ensaiado,
Mas jamais dado
É chegar tão perto
E ser repelido
...Não é certo...
Só que...
A minha Alma não tem
Essa percepção
Não consegue entender
O porque dessa dor
Não ter um fim.
Corpos colados,

Respiração penetrando
os poros alheios
Mãos viajando corpo afora

Olhares se cruzando,

Lábios queimando e se afastando...

É uma pena, a dor perdura
Arranque-me os braços
Para que eu abandone as carícias,
Arranque-me o olfato
Para que eu não sinta mais seu cheiro,
Arranque-me os olhos
Para que eu nunca mais te veja
E toda a dor que eu sinto
Pra Alma seja justificável
Talvez assim ela se conforme
Do que a Razão busca explicar:
"Um romance proibido
Aos olhos de Deus e da Sociedade
Não pode ser vivido
Se não por míseras migalhas,
Que você como rato faminto que é
Devora e depois se esconde
Atrás de uma máscara inútil."
O problema em ser mais
Alma

Que

Razão

É que não adianta entender
É necessário ser sentido
E pronto...
A dor será eterna,
Já que o antídoto
É nada mais
Que o seu beijo
Desmascarado
...vivemos em um baile de máscaras...
Temos um segredo
Que todos já conhecem
E isso me machuca
Ainda mais.

A Lenda da MariposaOnde histórias criam vida. Descubra agora