Estávamos na escada, conversando, e eu não conseguia parar de olhar para aquele menino. Parecia um sonho. Parecia que o meu príncipe encantado havia chegado, que casaríamos e seríamos felizes para sempre. Quem iria nascer no mesmo dia e ano do que eu, e aparecer de braços abertos na minha vida? Quase impossível.
Passos.
- Lean... – Uma mulher nos olhou e não terminou de falar.
- Já estou indo pra casa. – Ele respondeu sem graça.
Fiquei em silêncio, mas a minha curiosidade não me deixou por muito tempo.
- Quem era?
- Minha mãe, está na hora de eu ir pra casa. – Ele me respondeu com a cabeça baixa.
Como assim? Nem eram 22 horas e ele já tinha que ir pra casa? Não entendi. Não insisti para que ele ficasse, trocamos telefone e eu fui para casa. Desci as escadas com o coração batendo muito forte. Não sentia as minhas pernas, e o meu sorriso, não saia do meu rosto. A felicidade estava no meu olhar. Eu estava apaixonada, havia dado o primeiro beijo e os nossos destinos haviam se encontrado.
Antes que eu chegasse em casa, Raquel estava me esperando em nossa portaria, ela morava em alguns andares acima do meu.
- Me conta tudo, quero saber de tudo... – Ela estava eufórica.
Apenas disse que tudo havia sido maravilhoso, que havíamos trocado telefone. Fui para casa e meus pais estavam sentados no sofá. Dei de ombros e fui direto para o meu quarto. Os brinquedos da minha irmã pelo chão não me irritaram desta vez, eu estava tão encantada, que poderia desabar o mundo, que eu criaria asas para voar. Eu realmente estava no mundo dos sonhos.
O dia seguinte era domingo, e eu pensei que pudesse encontra-lo. Fiquei com vergonha de telefonar, e também, não recebi nenhuma ligação dele. E foi assim durante a semana, até Verônica e Jaqueline insistirem para que eu telefonasse.
Então telefonei.
Marcamos para nos encontrarmos no próximo sábado. Ele não podia me encontrar durante a semana, hoje entendo e respeito todos os motivos. E foi assim durante algumas semanas até ele me pedir em namoro.
Pronto, meu primeiro namorado e eu já achando que seria para sempre.
Que tola!
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O quarto andar
Подростковая литератураPriscila é uma adolescente de quinze anos, insatisfeita com o seu corpo, e achando que nenhum garoto poderia se aproximar dela, ela se apaixona por Leandro. Um rapaz da mesma idade, que por coincidência do destino, nasceu no mesmo dia e ano que ela...