CAPITULO 04

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A reunião com os empresários responsáveis pelo patrocínio da escuderia é maçante e tediosa

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A reunião com os empresários responsáveis pelo patrocínio da escuderia é maçante e tediosa. Eric odeia com todas as forças toda a burocracia que envolve esses contratos e toda essa agenda que necessita ser cumprida. Cada marca trás consigo milhões em investimento para a escuderia, afinal cada um quer sua fatia no bolo de divulgação. No mundo do automobilismo, ter sua marca estampada no carro campeão vale mais que meses de comerciais em outros meios.

O fato é que para Eric, nada disso tem a menor importância. Não é tão difícil entender que o que o jovem piloto realmente ama.

A vida e o grande amor de Eric são as pistas e tudo que envolve os carros e a velocidade, que diga-se de passagem, simboliza exatamente sua real paixão.

Desde muito pequeno ele esteve envolvido no mundo da velocidade. Seu pai, os amigos de seu pai, os filhos de seus amigos, todos ao redor de Eric não tinham outro assunto a tratar em seus encontros.

Quando Gustav abandonou as pistas, logo após o nascimento de Eric, fora imediatamente contratado como orientador da mesma escuderia que atuava. Mesmo abandonando tudo alguns anos depois, as propostas nunca deixaram de chegar.

Mas como tudo na vida, reuniões como essas são ossos do oficio e, se Eric realmente quer chegar lá, tem que engolir todos os sapos do caminho.

Conforme previsto por Gustav, o verdadeiro assunto da reunião está às voltas com o comportamento "inadequado" de Eric na noite anterior.

— A questão não gira em torno da forma como você deve ou não viver sua vida meu jovem, isso é um problema seu e não me diz o mínimo respeito. O que eu não posso aceitar é ter minha marca, meu negócio, os esforços de duas gerações de minha família vinculados a alguém que não tem o mínimo comprometimento com o trabalho. — as palavras de um dos patrocinadores são o estopim para que Eric, até então quieto, solte a língua e não deixe passar barato.

— Senhor, me desculpe a sinceridade, mas realmente como o senhor acabou de mencionar, o que faço ou deixo de fazer para me divertir é um problema unicamente meu. Meu contrato com sua empresa está vinculado ao meu desempenho nas pistas e até onde eu sei, o campeonato ainda não começou. Os motores ainda estão em fase de testes e eu tenho treinado com o carro da competição da ultima temporada, portanto, não fiz nada que desabone sua marca ou seu negócio. — a resposta de Eric é cheia de ironia e de verdades sob o seu ponto de vista.

A sala inteira está em silencio e Gustav reprova o comportamento do filho através do olhar que Eric ignora.

— Acontece que famílias inteiras consomem o meu produto. Mas sob seu ponto de vista, não há problema nenhum em uma criança ver sua foto no jornal e comentar com o pai: "Veja papai, o moço do comercial de refrigerantes". — o homem se exaspera.

— Pelo menos ele vai saber que pessoas que bebem o seu refrigerante se divertem.

Todos na sala riem, à exceção do empresário e de Gustav, que repreende o filho.

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