- Melanie, você não faz mais parte do Força Jovem. Está ajudando no grupo da evangelização nos hospitais, agora. - Ele diz normalmente, e pula para o próximo obreiro.
OQUÊ?
Ele não pode me tirar do Força Jovem! Me dediquei tanto lá, ajudei aquele grupo crescer, e quando ele dá frutos, sou descartada?
Eu vou conversar com o pastor!Aguardo o pastor terminar a reunião com os obreiros e vou falar com ele. Claro, que quando vou falar com ele, alguns obreiros passam na minha frente para tratar de outros assuntos, e aquilo me irrita profundamente.
Quando finalmente chega a minha vez, o pastor seriamente diz para que me aproxime.
- Oque foi, obreira? - Ele olha para a hora em seu celular.
Resolvo contar.
- Pastor, eu quero ficar no Força Jovem, me dou melhor lá. - Digo calmamente, imaginando que ele compreenderá.
Mas sua expressão de séria, passou para incrédula, e logo se tornou zangada.
- Melanie, você tem que dar o seu melhor onde for colocada. Você comentou uma vez que queria ser esposa de pastor, para o pastor o vento sopra, e pra você também. Então recomendo que pare de ter esse pensamento e aceite essa nova missão. - Ele diz secamente.
Uma vontade de chorar me invade, não de tristeza, mas de raiva. Como posso ser tão incompreendida?
- Pastor, graças a mim o Força Jovem cresceu, graças ao meu esforço. Agora que o Força Jovem estabilizou o senhor me descarta de lá? Pelo amor, né? - Cuspo as palavras tão rapidamente que quando caio na real do que estava dizendo, já era tarde.
Ele arregala os olhos.
- Graças a você? Se você pensa assim, você está precisando de ajuda. A Obra é do Espírito Santo, somos apenas servos, se você foi usada para levantar o Força Jovem, amém. Mas não pense que sem você ele teria continuado caído. Com ou sem você, Deus daria um jeito de crescer o FJU. - Ele diz de uma forma tão séria que naquele momento vi o próprio Deus me repreendendo.
Oque está havendo comigo?
É tanta humilhação, que baixo a cabeça e fico calada.
- Não estou te reconhecendo. Você está bem? - Ele muda seu tom de voz para mais calmo.
Levanto a cabeça, sem coragem de encará-lo.
- Estou. Vou pro grupo dos hospitais. - Digo isso, e saio andando dali rapidamente.
Corro até o banheiro, para chorar. E ali eu chorei. Chorei desesperadamente, como nunca chorei em toda a minha vida.
Está tudo desabando.- DROGA! MALDIÇÃO! - Berro, sem me preocupar se alguém iria escutar.
Naquele minuto, se alguém viesse falar comigo eu seria capaz de gritar com ela. Tudo está dando errado. Ninguém está comigo!
• • •
Alguns dias se passaram. Tentei me adaptar no novo grupo, mas sempre que encontrava os jovens reunidos, sempre que algum deles me perguntavam o motivo de não estar mais com eles, me dava vontade de chorar.
Abria meu armário e encontrava minhas camisas da FJU, e não podia usá-la. Isso é frustrante. É frustrante você fazer aquilo que não quer.
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A vida sentimental de uma obreira
FanfictionMelanie é uma Obreira, que se viu gostando de dois rapazes, porém sua falta de confiança em Deus, lhe trará consequências seríssimas. Curtam nossa nova página no Facebook. Ela tem o intuito de postar mensagens de fé, testemunhos, histórias, bate pap...